Fhemig avança no manejo eficiente de sangue nas unidades hospitalares

I Seminário Patient Blood Management (PBM) reuniu profissionais para debate sobre a importância de uma mudança cultural visando o uso adequado do insumo  

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O gerenciamento de sangue do paciente está cada vez mais presente nas unidades cirúrgicas da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), que atendem casos de politrauma graves e realizam cirurgias complexas. Por isso, foi realizado nesta terça-feira (25/6), no auditório do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), o I Seminário Patient Blood Management (PBM), promovido pela Diretoria Assistencial (Dirass) da Fundação. O PBM visa reduzir a necessidade de transfusões de sangue, diminuindo os riscos de complicações decorrentes do uso desse insumo. 

“Esse cuidado resulta em uma recuperação mais rápida dos pacientes, menos tempo de internação e uma economia significativa de recursos, garantindo que o sangue disponível seja utilizado de forma eficiente e apenas quando absolutamente necessário”, avalia a diretora assistencial da Rede Fhemig, Lucineia Carvalhais. A diretora, que participou da abertura do evento, lembrou dos esforços da Fhemig em aumentar a produção cirúrgica e que, para isso, é preciso um melhor manejo dos pacientes e do sangue usado, sempre com segurança. “Quando falamos do cuidado com o sangue, nos referimos a diversas linhas de cuidado: de parto e nascimento, trauma, oncologia, cirurgia geral e de outras que decorrem de internações inicialmente clínicas. Então, nós temos muitas pessoas para se beneficiarem do avanço que estamos começando aqui hoje”, reforçou.

A implementação do PBM na Rede Fhemig está alinhada com as diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Fundação Hemominas: ambas promovem o uso racional e seguro do sangue. “A Fhemig está empenhada em trilhar um caminho de qualidade da assistência e de segurança do paciente cada vez maior. O sangue é um insumo de extremo valor, e temos que dar atenção a isso, usando esse recurso da forma mais eficiente possível. Esse é nosso objetivo”, pontuou a presidente da Fundação, Renata Dias, durante o seminário. 

Com a adoção do PBM, a Rede Fhemig tem o potencial de se tornar um modelo estadual na aplicação desta solução inovadora, de uso racional e seguro do sangue e seus derivados. “Ao seguir as diretrizes da OMS e colaborar com a Hemominas, a Fundação pode estabelecer um padrão de excelência que pode ser replicado em outras instituições de saúde do estado de Minas Gerais”, finaliza Lucineia. 

Palestras

O primeiro palestrante do evento foi o hematologista da Fundação Hemominas, Marcelo Froes Assunção, que falou sobre o que é o PBM e como implantá-lo. O médico citou a importância da promoção de ações contra a anemia, já que 30% da população mundial apresenta a condição e são comuns transfusões de sangue desnecessárias para combatê-la.  “Precisamos de toda a sociedade envolvida nesse objetivo. Ao desenvolvermos políticas de tratamento contra a anemia, já estamos trabalhando o PBM”, explica o médico.

Para Marcelo, a falta de renovação de doadores de sangue, restrições e tratamentos complexos – principalmente após a pandemia – além da extrapolação na realização de transfusões em situações clínicas, fazem com que a hemoterapia sem o PBM seja insustentável. 

A diretora geral do Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará (Hemoce), Luciana Maria de Barros, participou do seminário apresentando a expertise de seu estado no uso racional de sangue. “Quando ouvimos sobre o PBM pela primeira vez, em 2005, a gente imediatamente se reconheceu e começou a trabalhar ainda mais forte na questão”, conta a médica. O empenho dos profissionais levou à criação do Programa de Manuseio do Paciente – PBM-CE, que estimulou a implementação de diversas ações e estratégias de PBM em serviços de saúde do Ceará. 

Durante a tarde, foi a vez de profissionais da Fhemig abordarem a experiência com o PBM nas unidades da Fundação. A coordenadora do diagnóstico por imagem da Gerência de Apoio Diagnóstico Terapêutico, Daniela Favarini, apresentou os dados transfusionais da Fhemig.

O responsável técnico da Agência Transfusional do Hospital João XXIII (HJXXIII) falou sobre a experiência do Complexo Hospitalar de Urgência em PBM. Já a coordenadora médica da Gerência de Diretrizes Assistenciais, Maísa Aparecida Ribeiro, apresentou o Projeto de Implantação do PBM na Fhemig.

De acordo com Maísa, o projeto de implantação nas unidades da Fhemig contará com duas fases: a primeira, de capacitação e divulgação, e a segunda, de consolidação e aprimoramento, além da criação de indicadores de eficácia e feedback das ações realizadas. “Também temos a meta de criar ambulatórios de PBM nas unidades em que for mais necessário e realizar encontros anuais da Fundação para apresentação, discussão e troca de experiências”, detalha. 

 



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