Horto florestal preserva espécies nativas no Campo das Vertentes

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IEF / Divulgação

Cultivar e proteger mudas de espécies arbóreas nativas da região da Serra de São José é a mais nova missão desenvolvida na Área de Proteção Ambiental (APA) São José, localizada no Campo das Vertentes.

O horto florestal, inaugurado em setembro na Casa da Serra, sede da unidade de conservação, já abriga cerca de 200 mudas, de nove espécies diferentes, como Ipê Branco, Ipê Roxo, Ipê Amarelo, Candeia, Óleo Vermelho, Pereira, Jacarandá, Cedro e Angico.

A criação do horto foi proposta por um grupo de monitores, guarda-parques, brigadistas temporários e profissionais ambientais que fazem parte da equipe da APA. Eles se basearam nas diretrizes das políticas de conservação do patrimônio natural, que possibilita a preservação de espécies nativas consideradas raras ou ameaçadas. Além disso, a unidade garante a produção de mudas para distribuição em eventos, como o Dia da Árvore e o Mundial do Meio Ambiente e, ainda, promove o engajamento com as comunidades vizinhas e as ações ambientais.

Biodiversidade

O gerente da APA São José, Itamar Christófaro Silva, destaca a importância de incrementar a biodiversidade na região e garantir a sobrevivência de espécies, especialmente as consideradas localmente raras ou ameaçadas, como é o caso do Ipê, Cedro e Jacarandá. E ressalta que, nas atividades de Educação Ambiental, o cultivo de mudas e o próprio plantio potencializam o aprendizado, uma vez que as crianças aprendem o valor das árvores na prática.

O trabalho foi feito por uma equipe de 13 funcionários da APA. Foi feita a aquisição de insumos, como recipientes, adubo natural, solo, sementes, estacas, etiquetas de identificação entre outros, além da escolha e o preparo do terreno em local plano, sombreado e de fácil acesso à água para irrigação.

A APA São José está adquirindo outras espécies para ampliar tanto a variedade, quanto a quantidade de mudas.

Educação ambiental

Está em desenvolvimento, pela administração da APA, um Programa de Educação Ambiental (PEA) composto por mais quatro projetos: Projeto de Sinalização Orientativa e Educativa da UC (estrada, trilhas e outros acessos); Projeto Horto Medicinal Frei Velozo; Projeto Horta Vertical nas escolas e Projeto Ecolônia de Férias.

O Projeto de Sinalização Orientativa e Educativa consiste na criação, confecção e fixação de placas em locais previamente planejados, para sinalizar e orientar os trajetos. A ação ocorre durante todo o ano e tem como objetivo estabelecer uma comunicação visual de orientação com os visitantes.

Já o Projeto Horto Medicinal Frei Vellozo tem objetivo de cultivar e divulgar as propriedades medicinais das plantas cultivadas na região da UC. A ação, que envolve professores e alunos das redes pública e privadas das comunidades vizinhas, além de visitantes da Casa da Serra, vai funcionar todo o ano, contemplando a sazonalidade das plantas. A implantação ainda não foi feita por causa da pandemia.

Informação na prática

O Projeto Horta Vertical nas escolas prevê a implantação, com participação de alunos e professores, de estruturas verticais confeccionadas com garrafas pet, em que serão plantadas mudas de espécies comestíveis. O objetivo é ensinar práticas de alimentação saudável e divulgar técnicas de plantio e cultivo de plantas comestíveis, que poderão ser utilizadas na produção da merenda escolar. Esta ação será desenvolvida durante todo o período escolar, inclusive com atividades de manutenção.

Já o Projeto Ecolônia de Férias visa oferecer aos alunos da rede pública, em período de férias, alternativa de lazer e informação. São desenvolvidas, durante uma semana, em dois períodos, atividades lúdicas, ao ar livre e em sala de aula, supervisionadas por monitoras, priorizando os temas relacionados com o meio ambiente. A ação está prevista para ocorrer, inicialmente, nas férias de verão.

Região

A APA São José tem grande diversidade de fauna e flora, além de mananciais de água. Abriga, também, na parte sul da serra, um dos maiores fragmentos remanescentes da mata atlântica em toda a região. Já no norte da área, descendo das áreas de maior altitude, se apresentam as matas de galeria que chegam até o cerrado. Entre os biomas, na porção de maior altitude, está o campo rupestre.

Estima-se que a região abrigue cerca de 120 espécies de libélulas, o que representa quase 50% de todas as espécies conhecidas em Minas Gerais e cerca de 18% das espécies encontradas no Brasil. Também podem ser encontradas cerca de 240 espécies de aves, 80 de orquídeas e, pelo menos, nove espécies de mamíferos ameaçados de extinção.