Seminário marca o Dia Internacional Contra o Abuso e o Tráfico Ilícito de Drogas

Evento, que também marca o final da Semana Estadual de Prevenção às Drogas, contou com a presença de especialistas

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Para marcar o Dia Internacional Contra o Abuso e o Tráfico Ilícito de Drogas - data instituída pela ONU - e encerrar a Semana Estadual de Prevenção às Drogas, que ocorre anualmente entre os dias 19 e 26 de junho, a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) realizou o Seminário Estadual de Políticas Sobre Drogas, na quarta-feira (26/6), no auditório da Fundação João Pinheiro, em BH. Com o tema “Álcool: precisamos falar sobre isso”, o encontro contou com a presença de especialistas e colocou a prevenção ao uso indevido de drogas no foco das discussões.

O tema foi selecionado por se tratar de uma droga lícita, consumida por grande parte da população, e com grande impacto na vida das pessoas e na saúde pública.  Ao longo da semana, a Sesp fomentou mais de 200 ações de sensibilização no estado, divulgando informações sobre a dependência alcoólica e estimulando o debate.

Neste ano, as atividades foram desenvolvidas em parceria com o Conselho Estadual de Políticas sobre Drogas, Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Sedese), Secretaria de Estado de Educação (SEE), Guarda Municipal e Centro de Referência da Juventude de BH.

Crédito: Divulgação/Sesp

Abertura

Na abertura do evento, o secretário adjunto de Segurança Pública, Alexandre Leão, disse que a pasta está atenta ao tema que interfere diretamente na Segurança Pública. “No feriado prolongado de Corpus Christi, a Polícia Militar flagrou um motorista embriagado a cada duas horas em Minas. É um dado que nos chama muita atenção e estamos aqui para trabalhar em prol da prevenção e do combate do uso e do abuso de drogas”, destacou.

Já a subsecretária de Politicas Sobre Drogas da Sesp, Fabiane Oliveira, afirmou que as políticas públicas de combate ao uso e abuso de drogas precisam ser desenvolvidas de forma intersetorial. “O protagonismo aqui tem que ser do debate e do diálogo. O combate às drogas requer inúmeras abordagens: segurança, social, saúde, educação, dentre outras esferas”, disse.

Fabiane Oliveira também defendeu que a Semana Estadual e o Dia Internacional são importantes, porque “permitem uma defesa assídua da pauta. Mas o debate não pode ficar apenas neste período. Precisamos abordar o consumo consciente do álcool e os malefícios da dependência diariamente”.

Palestra e debates

Quirino Cordeiro, secretário de Cuidados e Prevenção às Drogas, do Ministério da Cidadania, que atua há mais de 20 anos na área da saúde mental e dependência química, deu uma palestra sobre “O cenário da nova política nacional sobre drogas: desafios de implementação”.

A mesa de debates, que abordou os “Impactos do uso de álcool em diferentes áreas de abordagem”, contou com a participação da coordenadora de Educação para o Trânsito, do Departamento de Edificações e Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DEER/ MG), Rosely Fantoni, e da professora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Maria Padin - doutora em Ciências pelo Departamento de Psiquiatria da universidade.

Maria Padin apresentou uma pesquisa realizada na Unifesp e coordenada por ela, apontando que a maioria dos usuários de drogas são homens (94%), com idade média de 31 anos. A maconha foi identificada como a substância mais utilizada, seguida do álcool.

“Aproximadamente 70% dos dependentes são poliusuários, consumindo mais de um tipo de droga. Por isso, se tratando de prevenção, não se pode desconsiderar nenhuma substância”.  A professora também apontou que, “quando a família descobre o uso, o tempo médio para procurar ajuda é de três anos, o que compromete muito o tratamento”.

O delegado da Federação Brasileira de Comunidades Terapêuticas (Febract) e gestor da Comunidade Terapêutica Fazenda Renascer (em Pedro Leopoldo), Biley Pena, acredita que o encontro ajuda na troca de informações sobre prevenção e ajuda na discussão de políticas públicas mais assertivas. “Vejo que o álcool serve de porta de entrada para muitos dependentes. Muitas vezes, o contato já é feito pela dependência dos pais, que transmitem o hábito para os filhos”, disse.



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