Sala no Palácio da Liberdade revela ausências e homenageia o legado das Primeiras-Damas de Minas Gerais

Iniciativa inédita reconhece a atuação política das primeiras-damas e denuncia o apagamento histórico das mulheres na gestão pública mineira

imagem de destaque
  • ícone de compartilhamento

A Sala de Retratos das Primeiras-Damas de Minas Gerais foi inaugurada nesta segunda-feira (7/4), no Palácio da Liberdade, um marco histórico que busca reparar uma omissão secular: a ausência do rosto e da memória de mulheres que, embora tenham atuado de forma decisiva na vida pública, foram por muito tempo esquecidas pelos registros oficiais. A ação é uma iniciativa do Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo, e do Serviço Social Social Autônomo Servas.

Idealizada pela primeira-dama e presidente do Servas, Christiana Renault, e pelo secretário de Estado de Cultura e Turismo, Leônidas de Oliveira, a sala é mais que um espaço de homenagens — é um manifesto visual. Das mais de 60 primeiras-damas que o Estado já teve, o Arquivo Público Mineiro só encontrou 23 retratos. 

As demais molduras, vazias, permanecerão expostas como símbolo de um apagamento histórico e convite à reparação: a comunidade, os familiares das primeiras-damas e os cidadãos estão convidados a contribuir com fotos e informações para preencher essas ausências, a partir do envio desses conteúdos para o e-mail memoria@servas.org.br

“Esse é um espaço que nasce para resgatar, valorizar e perpetuar a memória de mulheres que dedicaram parte de suas vidas ao bem-estar do povo mineiro e que a partir de dona Sarah Kubitschek assumiram também a missão de liderar o Servas”, ressaltou Christiana Renault durante a solenidade.

A secretária-adjunta de Cultura e Turismo, Josiane de Souza, também destacou a importância dessa ação. “É muito bonito a gente ver hoje a realização desse projeto com esse intuito de valorização do passado e de preservação da memória futura de todas essas mulheres que aqui virão. Hoje, aqui, vocês representam a força feminina na política do estado de Minas Gerais”, declarou. 

Pela primeira vez na história de Minas Gerais, o retrato de uma mulher que participou ativamente da política do Estado ocupará as paredes de um espaço oficial do governo. A Sala de Retratos das Primeiras-Damas rompe com o silêncio e revela, com imagens e ausências, a força feminina que ajudou a construir as bases da assistência social, da cultura, da saúde e da solidariedade mineira.

“Não se trata apenas de pendurar quadros. Trata-se de devolver às mulheres o seu lugar na história. As molduras vazias nos confrontam com o esquecimento, e os rostos presentes nos convocam à memória. Essa sala é um marco civilizatório para Minas, que reconhece, enfim, que política também se faz com cuidado, afeto e protagonismo feminino”, pontua o secretário de Estado de Cultura e Turismo, Leônidas de Oliveira.

Entre as mulheres já retratadas, estão nomes como Risoleta Tolentino Neves (1917-2003), educadora e ativista social, e Sarah Kubitschek (1908-1996), criadora de projetos pioneiros que inspiraram o Brasil. A presença dessas lideranças se soma ao esforço de dar visibilidade às trajetórias femininas que foram fundamentais para o desenvolvimento humano do Estado.

O espaço escolhido para essa reparação histórica também carrega significado: a antiga Pinacoteca 3, que entre as décadas de 1970 e 1980 organizava o acervo artístico do Estado, agora se transforma em uma galeria de memória feminina e política. A nova sala reflete ainda o compromisso do Governo de MInas em ampliar o protagonismo das mulheres na gestão pública — hoje, presente em secretarias estratégicas, nas forças de segurança e em diversas áreas de governo.

 



Últimas