Parceria entre Faop Liberdade e Centro de Arte Popular democratiza acesso à cultura em BH

Entre exposições e oficinas abertas ao público e gratuitas, atividades programadas para 2024 evidenciam proposta multidisciplinar da nova unidade

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Oficina curso Introdução à Preservação e Conservação de Bens Culturais
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Uma nova opção de cultura, lazer e promoção artística em Belo Horizonte: desde o início do mês, a Fundação de Arte de Ouro Preto - Faop Liberdade oferece vasta programação ao público, em parceria com o Centro de Arte Popular (CAP), no Circuito Liberdade. 

Nos últimos três anos, a Faop percorreu mais de 200 mil quilômetros, desenvolvendo ações em 83 municípios de todas as regiões de Minas Gerais.

A chegada à capital dá continuidade ao projeto de expansão e descentralização da fundação ouropretana, fundada em 1968 na famosa cidade da região Central. A iniciativa é do Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult).

Programação gratuita 

Com  programação totalmente gratuita e sob a bandeira da democratização do acesso à cultura, a Faop Liberdade conta com exposições individuais e coletivas de artistas e artesãos mineiros, oficinas de formação e capacitação, rodas de conversa e outras atividades que, ao longo de 2024, vão preencher as salas do Centro de Arte Popular, inaugurado em 2012 e localizado nas imediações da Praça da Liberdade.

Segundo o presidente da Fundação de Arte de Ouro Preto (Faop), Jefferson da Fonseca, o programa pensado para 2024 é o resultado de um trabalho consolidado de ações de formação e promoção da memória e do patrimônio histórico e artístico de Minas Gerais.

“A Faop Liberdade é um divisor de águas para a nossa fundação. É, também, o marco dessa descentralização e do reconhecimento dos múltiplos valores e da diversidade nas artes e nos ofícios do estado.  A programação reflete o encontro de saberes e fazeres em um espaço que multiplica conhecimento”.

Coordenadora do Centro de Arte Popular desde 2019, Angelina Gonçalves diz que a agenda começou a ser desenvolvida ainda em 2023 sob a perspectiva de ser a mais democrática possível. 

Para a gestora, a chegada da Faop Liberdade à sede do Centro de Arte Popular é sinônimo de ampliação das iniciativas. 

“Ao longo do ano temos uma série de atividades e quem sai ganhando com isso é a cultura de Minas Gerais. A marca dessa programação é a diversidade e também a descentralização. A Fundação de Arte de Ouro Preto e o Centro de Arte Popular são instituições que tentam alcançar o maior número de artistas e públicos”, afirma a gestora. 

Atrações   

No sábado (27/4), a Faop promove a Oficina de Diorama ministrada pelo coletivo mineiro 6 + 1. 

Fátima Mirandda, Mônica Batitucci e Letícia Pinto compartilham técnicas e explicam os conceitos usados na confecção das “caixas” que fazem parte do acervo da mostra “Névoas de Ouro Preto”, em exibição no Centro de Arte Popular até domingo (28/4). A inscrição é gratuita e pode ser feita neste link.

Grande parte do acervo do Centro de Arte Popular está à mostra na exposição de longa duração. 

São quatro salas expositivas com cerca de 360 obras de múltiplos suportes de vários artistas mineiros, entre mestres reconhecidos, como Dona Isabel, GTO, Ulisses Pereira, Ulisses Mendes e Maurino, além de anônimos e trabalhos de comunidades que trazem a variedade da produção artística do estado. 

Ainda há fotografias e vídeos que abordam o patrimônio imaterial, apresentam registros dos saberes e fazeres, das festas populares e da cozinha mineira.

"Marias"

Entre 23/5 e 23/6, o público poderá conferir a exposição “Marias”, da artista ouropretana Ana Fátima Carvalho, que reúne série de xilogravuras que representam a força das mulheres. 

De 4 a 7/6, a oficina Técnicas Alternativas em Gravura mergulha no aprendizado teórico e prático da gravura, de conceitos e contextos históricos ao desenvolvimento de processos criativos utilizando recursos alternativos e caseiros, com o reaproveitamento de materiais.

Em sintonia com a proposta de manter as portas abertas aos artistas de todo o estado, a Faop Liberdade receberá, de 19/9 a 20/10, a exposição “Conexão Faop Guaxupé”, que reúne obras de artistas da cidade do Sul de Minas, uma das sedes físicas da instituição. 

Já entre os dias 10 e 13/9, a Faop Liberdade promove o curso Introdução à Preservação e Conservação de Bens Culturais. 

A historiadora e mestranda em arqueologia Adriene Camile participou da atividade em abril, mas comemorou quando soube que o Centro de Arte Popular seria palco do repeteco no segundo semestre. 

A oficina visa a capacitação de jovens, adultos e colaboradores de museus, centros culturais, igrejas e outras instituições responsáveis pela preservação de obras de arte e acervos nos suportes em papel, madeira e tela. 

Segundo Adriene, “a parceria entre Faop e Centro de Arte Popular representa a democratização do conhecimento, já que se trata de uma programação gratuita, e a troca de ideias entre pessoas de áreas diversas”. 

De frequentadora à expositora

Flávia Henriques é psicóloga de formação, mas se rendeu ao artesanato há pouco mais de 20 anos. 

Desde 2001, a belo-horizontina, frequentadora assídua do Centro de Arte Popular, se dedica a fazer oratórios e é justamente a arte sacra a protagonista de “Oratórios Cristãos e Profanos”, que ocupa a sala de exposições temporárias do CAP a partir de 31/10. 

A mostra é composta por caixas de materiais diversos, como a madeira e papelão, decorados com pinturas, rendas, santos, orixás, miçangas, panos e outros adereços.  

“Não acreditei quando me convidaram. É simplesmente maravilhoso eles estarem interessados na produção do pequeno artesão, do pequena artista. Sempre me encantei pelas obras do museu, ficava babando, e agora é minha vez. Estou curtindo muito o fato de poder expor na Faop Liberdade. Essa parceria é sensacional”, celebra Flávia Henriques. 

Paralelamente à mostra, ela também ministrará, no início de novembro, a oficina de confecção de oratórios devocionais “Ora… Minas”. 

Novidades em Ouro Preto

O projeto Sextas Abertas, idealizado pela Fundação de Arte de Ouro Preto em 2016, por meio do Núcleo de Arte e Ofícios, é um dos destaques e terá edições especiais até novembro na cidade barroca. 

A primeira ocorreu na sexta-feira (19/4), durante a Semana da Inconfidência, com atrações culturais gratuitas – teatro, música, palestras, mostra de filmes, feira de arte e gastronomia – para todas as idades. 

Serão mais cinco edições durante o ano: 24/5, 28/6, 23/8, 25/10 e 22/11. 

A convocação para a participação de artistas de várias expressões e agentes culturais que atuam com temas diversos está aberta, por meio de formulário on-line disponível neste link

O público pode acessar as informações sobre o evento no perfil @sextasabertas, no Instagram.
 



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