Número de apiários registrados em Minas aumentou 30% em 2024

Formiga, Bambuí e Itapecerica são os municípios com maior número de produtores; expansão da apicultura no estado reforça importância da proteção das colmeias

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Nos últimos anos, a apicultura mineira tem se fortalecido, e um dos indicativos está no aumento de produtores cadastrados. Em 2024, 1.085 novos cadastros foram realizados no Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), 34% a mais que em 2023 (812 registros).

A região Oeste do estado lidera em número de propriedades registradas, somando 712, com destaque para Formiga, Bambuí e Itapecerica. A unidade do IMA em Montes Claros, no Norte de Minas, que atende 47 municípios, tem 454 propriedades registradas, enquanto em Guanhães (que atende 60 municípios), no Vale do Rio Doce, o número ultrapassa 300.

No total, Minas Gerais conta com mais de 3.300 propriedades dedicadas à criação de abelhas com ferrão e outras 531 especializadas em meliponíneos, as abelhas sem ferrão.

Atualmente, 573 municípios possuem propriedades produtoras de abelhas registradas no IMA, órgão responsável por executar no estado todas as ações normativas do Programa Nacional de Sanidade Apícola (PNSAp), do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).

Para garantir um controle sanitário efetivo, o IMA realiza o cadastramento, fiscalização e a inspeção de produtos apícolas, além de intervir imediatamente em casos de suspeita ou ocorrência de doenças de notificação obrigatória.

“Sem essa vigilância constante, doenças e pragas poderiam comprometer apiários inteiros, afetando não apenas a produção, mas também o mercado apícola mineiro”, afirma Eduardo Lage, coordenador do PNSAp no estado.

O monitoramento sanitário nos apiários não apenas protege a sanidade das colmeias e a produção de mel, mas também evita ameaças que podem comprometer toda a cadeia produtiva.

Ação rápida salva colmeias 

Em 2019, um alerta acendeu em Minas Gerais: no município de Juiz de Fora, foi registrada a primeira ocorrência do Aethina tumida, conhecido como pequeno besouro das colmeias.

A praga, que já havia causado prejuízos em estados como São Paulo e Rio de Janeiro, pode devastar apiários inteiros, destruindo favos, contaminando o mel e enfraquecendo enxames.

O besouro se aproveita de colmeias frágeis, pouco povoadas e com baixo comportamento higiênico - uma capacidade natural das abelhas. Apiários sem manejo adequado se tornam ambientes ideais para sua proliferação.

No caso de Juiz de Fora, a notificação do produtor ao IMA e a rápida resposta da equipe técnica foram fundamentais. “Assim que confirmamos a presença do besouro, o apiário foi interditado e foram repassadas orientações de boas práticas apícolas e de redução do risco de introdução e dispersão da praga, mitigando a disseminação desta no estado”, conta Eduardo Lage.

Proteção às abelhas mineiras

A vigilância agropecuária é uma das frentes para garantir a sanidade das colmeias. A partir de maio, os produtores rurais de Minas Gerais deverão atualizar os dados de seus rebanhos no sistema do IMA, conforme prevê a Portaria nº 2227/2023. A ação, que se estende até 30/6, se aplica também aos produtores de abelhas.

Esses animais também precisam de Guia de Trânsito Animal (GTA) para serem transportados legalmente. O documento é fundamental para controlar o trânsito de animais, possibilitando intervenções rápidas em possíveis surtos de doenças, além de atestar que a propriedade de origem e destino das cargas são registradas no IMA.

"A guia nos permite rastrear o trânsito das colmeias e prevenir a disseminação de doenças que podem comprometer a produção do estado", reforça Eduardo Lage. 



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