Novo projeto de pesquisa incentiva a expansão e o fortalecimento do arroz de terras altas em Minas Gerais
Proposta da Epamig tem foco especial na agricultura familiar e conta com R$ 2 milhões em recursos
Conduzido pela Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), o projeto “Expansão e fortalecimento da cadeia produtiva de arroz em Minas Gerais, com foco em sustentabilidade e segurança alimentar” tem o objetivo de gerar, validar e transferir tecnologias para aumentar o cultivo do grão no estado.
A proposta aprovada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), já está vigente. O projeto, com duração de 48 meses, é coordenado pela pesquisadora Janine Guedes, conta com recursos de cerca de R$ 2 milhões e tem como foco principal foco a agricultura familiar.
“Vamos atuar no estado todo, com destaque especial para agricultores familiares e para as produções no Norte de Minas e no Vale do Jequitinhonha”, pontua a pesquisadora.
“O trabalho será desenvolvido cooperativamente com a Universidade Federal de Lavras (Ufla), a Embrapa Arroz e Feijão, a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG) e institutos federais de Minas Gerais”, completa.
Expansão do arroz
Em Minas Gerais, a área cultivada de arroz aumentou 470% na safra 2023/2024, impulsionada pelo aumento expressivo do plantio do arroz de terras altas. O estado que foi o 4° maior produtor nacional na década de 1970, era o 18° na safra de 2022/2023.
O cultivo de arroz em terras altas estabelece a utilização ponderada da água, dependendo apenas das chuvas para produção. A expansão desse sistema de cultivo, pode favorecer a distribuição mais segura e estratégica da produção do grão, alimento básico de 84% da população brasileira.
“Trata-se de um sistema de cultivo capaz de promover sustentabilidade, eficiência no uso de recursos e segurança alimentar, principalmente em regiões onde as condições são mais precárias, como Vale do Jequitinhonha e Norte de Minas Gerais”, destaca Janine Guedes.
Segundo o IBGE, aproximadamente 250 municípios que cultivam o arroz, para subsistência e produzem um excedente que é absorvido pelo Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e pelo Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae).
“Minas Gerais é o segundo estado em número de agricultores familiares do país e atividade tem participação expressiva na produção nacional de grãos. A Emater vem trabalhando junto a esses produtores, para apoiar e viabilizar a comercialização de excedente a esses programas”, explica Janine.
O projeto prevê ações de pesquisa participativa, melhoramento genético, proposição de novas cultivares, avaliação da adaptabilidade de materiais e plantio consorciado ao café. Além disso, vai possibilitar a participação dos produtores em nichos de mercado mais rentáveis, incentivar a participação feminina e avaliar o uso de óleos essenciais no armazenamento de sementes.
Os resultados dos experimentos serão difundidos, ao longo do projeto, em dias de campo, cursos e treinamentos, reuniões com as associações de mulheres agricultoras e, apresentação dos artigos-resumos em congressos e publicações científicas.