Minas Gerais retoma produção de soros antipeçonhentos para abastecer todo o Brasil

Reinaugurada após investimentos do Governo do Estado, fábrica da Fundação Ezequiel Dias volta a abastecer o Sistema Único de Saúde ainda em 2025

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O Governo de Minas reinaugurou, nesta terça-feira (25/3), a Fábrica de Produção de Soros Hiperimunes da Fundação Ezequiel Dias (Funed), essencial para o combate aos efeitos de envenenamento por animais peçonhentos no Brasil. O governador Romeu Zema e o vice-governador Mateus Simões participaram da solenidade que marcou a retomada de uma das atividades históricas da instituição.

​Com a autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a Funed retoma a produção de soros antipeçonhentos e reforça o abastecimento nacional por meio do Ministério da Saúde. Os soros devem estar disponíveis na rede pública ainda em 2025, garantindo mais segurança para a população atendida pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
 

 

"É um momento importantíssimo para Minas Gerais. Hoje estamos retomando a produção de soros que vai abastecer o Brasil e toda a América Latina. É uma vitória para todos nós. Com esse soro, vamos conseguir salvar muitas vidas", disse Romeu Zema.

 
   
   


Para a reativação da fábrica de produção de soros, foram investidos mais de R$ 9,2 milhões entre qualificação das salas de produção, calibração de equipamentos, modernização do sistema de ar e readequação de infraestrutura. Além disso, o Governo do Estado autorizou investimento anual de R$ 5 milhões em capital humano especializado, com a contratação de 18 engenheiros altamente qualificados.
 

 

"A Funed passou por uma restruturação completa para tornar essa retomada possível. Isso nos permite garantir o fornecimento dos medicamentos necessários para cada um dos mineiros. Vale lembrar que a Funed também produz os soros antiofídico e antiescorpiônico para todo Brasil", destacou Mateus Simões.

 
   
   


 

Histórico e compromisso com a saúde

Fundada em 1907, a Funed tem papel central na pesquisa e produção de imunobiológicos. A instituição, vinculada à Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), iniciou a extração de veneno de serpentes em 1918, em parceria com o Instituto Butantan e, posteriormente, com o Instituto Vital Brazil, tornando-se referência no combate ao escorpionismo.

A produção própria de soros teve início em 1935 e, com investimentos do Programa de Autossuficiência Nacional em Imunobiológicos (Pasni), atingiu a marca de 150 mil ampolas anuais na década de 1980.

Em 2016, a produção foi interrompida para adequações às Normas de Boas Práticas de Fabricação. A retomada, agora concretizada, é resultado de esforços da atual gestão estadual que, desde 2023, implementa melhorias na unidade fabril e na Fazenda Experimental São Judas Tadeu, em Betim. A autorização da Anvisa, conquistada no final de 2024, foi o último passo para a volta da produção.
 

 

"Essa foi uma decisão tomada pelo Governo de Minas, sem a qual não haveria outro lugar, além do Butantan, que produzisse. Fizemos isso para salvar as vidas dos mineiros e dos brasileiros", pontuou o secretário de Estado Saúde, Fábio Baccheretti.

 
   
   


Produção e distribuição

A Funed possui registro para a produção de oito tipos de soros, entre eles os antipeçonhentos (antiofídicos e antiescorpiônicos), antitóxicos (antitetânico) e antivirais (antirrábico). Em 2025, a previsão é produzir soros antibotrópico (pentavalente), anticrotálico (cascáveis) e antiescorpiônico, ampliando a variedade nos anos seguintes conforme os contratos firmados com o Ministério da Saúde.

Os soros passam por rigoroso controle de qualidade interno antes do envio ao ministério, que distribui os produtos para armazenamento em Guarulhos (SP) e posterior destinação aos estados e municípios, garantindo acesso rápido e seguro aos pacientes do SUS. 

 



Capacidade e impacto

Com estrutura modernizada, a Fábrica de Produção de Soros Hiperimunes da Funed tem capacidade produtiva de 150 mil ampolas anuais, assegurando a autossuficiência do país e a proteção da população contra os efeitos do envenenamento por animais peçonhentos. A retomada da produção reforça o compromisso do Estado com a saúde pública e a segurança sanitária da população brasileira.

"Após entregarmos essas ampolas em agosto, poderemos produzir anualmente entre 160 mil e 200 mil, contribuindo para quase 40% desses soros no Brasil", ressaltou o presidente da Funed, Felipe Attiê.



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