Governo de Minas assina protocolo de intenções para prevenção de incêndios no meio rural
Parceria foi assinada com representantes do setor produtivo do agronegócio mineiro
Os incêndios no campo ameaçam os recursos naturais e a biodiversidade, colocam em risco vidas humanas e trazem prejuízos financeiros para os produtores quando atingem cultivos. Para prevenir essa incidência, o Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) e do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais(CBMMG), assinou, nesta segunda-feira (13/10), com o setor produtivo do agronegócio mineiro um Protocolo de Intenções, visando a prevenção de incêndios no meio rural.
Participaram da assinatura, na solenidade realizada em Belo Horizonte, o Sistema Faemg Senar, a Associação Mineira da Indústria florestal (Amif), o Sistema Ocemg, a Associação da Indústria da Bioenergia e do Açúcar de Minas Gerais (Siamig Bioenergia) e a Empresa de Assistência Técnica de Minas Gerais (Emater-MG).
O secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Thales Fernandes, destacou a importância da união de esforços. “Minas Gerais possui a maior área plantada de florestas do país, com mais de 2,3 milhões de hectares, além de áreas extensas de unidades de conservação e cultivos. Com um clima marcado por períodos de seca como o que estamos passando, o estado se torna vulnerável à ocorrência dessas queimadas. A prevenção de incêndios no meio rural exige um esforço coletivo, pautado pela educação, planejamento e responsabilidade ambiental”.
Na avaliação da Comandante Geral do CBMMG, coronel Jordana Filgueiras, essa parceria é uma forma de materializar algo que já vem sendo feito no estado. “Vamos atuar de forma muito mais coordenada, visando prevenir cada vez mais os incêndios florestais nas áreas rurais. A gente sabe da diversidade do nosso estado e como isso impacta no agro. Então, nada mais justo do que o Corpo de Bombeiros, como a instituição responsável por fazer a prevenção e o combate a incêndio, estar junto com esse setor”, afirma.
Ações conjuntas
O protocolo reforça o compromisso das instituições em desenvolver políticas públicas conjuntas, promover a capacitação de brigadas rurais, compartilhar os focos de calor mapeados e integrar esforços para fortalecer a resiliência das comunidades frente aos incêndios florestais.
A iniciativa busca alinhar estratégias de comunicação, educação ambiental e políticas públicas voltadas à sustentabilidade, criando uma rede colaborativa entre governo, produtores e sociedade civil para enfrentar os desafios causados pelas queimadas no campo.
Prejuízos
De acordo com estudos da Emater-MG, somente nos meses de agosto e setembro do ano passado, o impacto financeiro estimado com os incêndios no meio rural alcançou R$ 1,2 bilhão. A área atingida, no período, ultrapassou 305 mil hectares em todo o estado, alcançando desde matas nativas, florestas plantadas, plantios de cana-de-açúcar, café, fruticultura, pastagem e outras culturas.
Os incêndios na cobertura vegetal causam impactos severos em diversos tipos de cultivo. Lavouras perenes como o café, por exemplo, são totalmente inviabilizadas, exigindo replantio. Pastagens e forrageiras sofrem com a perda do pasto, exigindo retirada do rebanho e suplementação alimentar, além de danos ao solo. Florestas plantadas perdem sua capacidade produtiva e de rebrota, também necessitando replantio. Já nas matas nativas, os prejuízos à fauna, flora e qualidade do ar comprometem a saúde humana e a produção sustentável.