Durante as férias escolares, as crianças passam mais tempo dentro de casa, circulando por diferentes ambientes e brincando próximo a equipamentos elétricos. O aumento do movimento, aliado à curiosidade natural da garotada, eleva o risco de acidentes com eletricidade, principalmente quando há cabos expostos, extensões improvisadas, aparelhos carregando no chão ou equipamentos em contato com água. A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) reforça que atitudes simples podem prevenir situações graves.

Segundo o Anuário Estatístico da Abracopel, a vulnerabilidade de crianças a acidentes envolvendo eletricidade continua elevada no país. Em 2024, 50 pessoas de até 15 anos morreram vítimas de choques elétricos no Brasil, e outras 14 perderam a vida em incêndios de origem elétrica, muitos deles registrados dentro das próprias residências.

O gerente de Saúde e Segurança Corporativa da Cemig, José Firmo do Carmo Junior, destaca a necessidade de manter tomadas protegidas com tampas adequadas e evitar cabos soltos pelo chão, onde as crianças passam o dia. “Fios desencapados, uso de benjamins e extensões improvisadas representam risco real. Já vimos ocorrências sérias envolvendo crianças que puxam cabos, colocam objetos metálicos em tomadas ou brincam perto de aparelhos ligados. A supervisão é indispensável”, afirma.

Ele acrescenta que dispositivos móveis, como celulares e tablets, brinquedos eletrônicos e carregadores exigem atenção especial: eles nunca devem ser usados enquanto estão conectados à rede elétrica e devem ser mantidos longe de janelas durante tempestades. Além disso, esses equipamentos jamais devem ser usados próximos a piscinas, banheiros e áreas alagadas.

Ambientes úmidos exigem atenção redobrada

Outro ponto de atenção são os ambientes que possuem piscina, especialmente os que demandam uso de bombas, motobombas e sistemas de filtragem. Segundo José Firmo do Carmo Júnior, esses equipamentos devem ter instalação correta, aterramento adequado e inspeção frequente.

“A área da piscina exige cuidados específicos. Equipamentos ligados próximos à água precisam estar protegidos, e o acionamento deve ser feito apenas por adultos, sempre com as mãos e o corpo secos. Nunca se deve ligar ou desligar aparelhos em piso molhado ou descalço”, orienta.

O gerente reforça ainda a importância do Dispositivo Diferencial Residual (DR), obrigatório pelas normas da ABNT desde 1997. “O DR identifica a fuga de corrente e desliga o circuito instantaneamente, evitando o choque. Esse equipamento é essencial em áreas molhadas. A instalação é simples e deve ser feita por um eletricista qualificado”, explica.

O especialista também alerta que, embora os acidentes elétricos sejam silenciosos e muitas vezes imprevisíveis, a prevenção é sempre eficaz. Manter aparelhos distantes de áreas molhadas, evitar improvisos, supervisionar o uso de eletrônicos e garantir que a instalação elétrica esteja adequada são atitudes que salvam vida.