SES promove capacitação sobre acidentes com animais peçonhentos  

Gestores da Saúde estadual e de municípios na área da vigilância epidemiológica participam de qualificação para o registro de agravos no sistema nacional 

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 A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) iniciou, na manhã desta segunda-feira (12/9), uma capacitação sobre vigilância epidemiológica de acidentes por animais peçonhentos. Realizado em plataforma digital, o evento tem programação que se estende durante o período da tarde, continuando também nesta terça (13/9). O treinamento é voltado a servidores que vão atuar como referências técnicas no âmbito das Regionais de Saúde, promovendo também a interlocução com os técnicos municipais. 

Funed / Divulgação

A referência técnica em acidentes por animais peçonhentos da Coordenação de Zoonozes da SES-MG, Andréia Kelly Roberto Santos, informa que a capacitação cumpre papel relevante num contexto em que houve grande reestruturação das equipes que atuam na área, o que justifica a realização do encontro. “Entre outros aspectos, esses servidores vão aprender a trabalhar com a análise das fichas de notificação do Sistema Nacional de Agravos de Notificação (Sinan) que eles vão receber”, ressalta. 

Responsável pedagógica pela condução do evento, Andréia Santos destaca que o formato de apresentação busca abrir espaços para que seja possível tirar dúvidas a qualquer momento. “É um conteúdo que deve ser bem compreendido do início ao fim. Por isso optamos por não ter um momento específico para discussões, mas que as perguntas sejam respondidas no instante em que forem feitas”, aponta. 

A vigilância epidemiológica dos acidentes por animais peçonhentos consiste numa avaliação das notificações dos registros, o que contribui para o objetivo de reduzir a incidência de casos, bem como o planejamento para operacionalização dos serviços de saúde para medidas de intervenção pertinentes e que possam reduzir a gravidade e letalidade desses acidentes. “A partir dessa capacitação, é possível que os técnicos possam atuar para que se tenha um conhecimento sobre o comportamento desses agravos, com medidas de intervenção permanentes, que podem ser desencadeadas de forma oportuna e eficaz”, reitera a referência técnica. 

Prevenção 

Andréia Santos explica que os acidentes por animais peçonhentos são frequentes durante o ano, mas nos últimos anos verifica-se um aumento dessas ocorrências também no período seco. “Esse aumento pode ser decorrente de maior contato com esses animais, o que favorece situações em que ocorram esses acidentes, mas também pode ser fruto de maior conscientização sobre a necessidade de buscar atendimento médico, e ainda dos profissionais de saúde sobre a importância da notificação oficial”. 

A referência técnica cita algumas recomendações para evitar acidentes com serpentes, escorpiões, aranhas, entre outros. “É aconselhável sacudir e inspecionar roupas, sapatos, bater colchões, lençóis. Não andar descalço, sobretudo quando caminhar em pastos ou áreas de matas e zonas rurais, utilizando botas ou calçados rígidos com perneira para proteção pelo menos até os joelhos”, afirma. Também é indicado não mexer em colmeias e vespeiros, contatando a autoridade local competente para remoção. “Não colocar as mãos em tocas ou buracos na terra, ocos de árvores, cupinzeiros, espaços situados entre montes de lenha ou entre pedras. Caso seja necessário, use um pedaço de madeira, enxada ou foice. Limpe o interior e arredores das casas, tomando sempre o cuidado de utilizar equipamentos de proteção individual como luvas, botas e calçados fechados. As pessoas devem evitar acúmulo de lixo, entulho, pedras, tijolos, telhas, madeiras, bem como mato alto ao redor das casas, pois atraem e abrigam pequenos animais que servem de alimento a serpentes e escorpiões” completa Andreia. 

Caso ocorra um acidente 

Uma das primeiras medidas numa situação de acidente é lavar o local da picada ou mordida com água e sabão. Compressas mornas podem aliviar a dor. É importante manter a pessoa em repouso, aguardando por socorro deitada, com a parte em que ocorreu a picada ou mordedura elevada em relação ao restante do corpo. “A vítima deve evitar correr ou se locomover por meios próprios. O descanso da vítima evita que o veneno se espalhe mais rapidamente. Quem estiver prestando auxílio não deve tentar sugar o local com a boca para retirar o veneno, nem deve amarrar o local acidentado. Também não é indicado aplicar nenhum tipo de substância como álcool, pó de café, ervas, terra, fezes, querosene ou urina no local. Tais procedimentos não possuem nenhum efeito sobre o veneno e só aumentam o risco de infecções e complicações”, explica Andréia Santos. 

É necessário procurar atendimento médico imediatamente em uma unidade de saúde mais próxima. “Qualquer tipo de unidade pode ser procurada. Caso ela não tenha condições de atendimento, o paciente será encaminhado para o melhor local de atendimento. É recomendo que todo paciente seja levado a uma unidade de saúde, pois os sinais e sintomas podem agravar após algum tempo da picada, o que aumenta a possibilidade de ocorrência de sequelas, como amputações”. 

Confira as unidades de referência em soroterapia para acidentes por animais peçonhentos em Minas Gerais neste link

*Este conteúdo foi produzido durante o período de restrição eleitoral e publicado somente após a oficialização do término das eleições.



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