Laboratório da Hemominas tem papel essencial na realização de transplantes

De 2013 a 2023, 68.869 candidatos à doação de medula óssea já foram tipados pelo Laboratório de Histocompatibilidade

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O aumento constante dos cadastros de doadores de medula óssea, contribuindo para o  crescimento do Registro Brasileiro de Doadores de Medula Óssea (Redome), bem como o surgimento contínuo de outros serviços que necessitam da tipificação HLA, tais como Transplante de Medula Óssea (TMO) para portadores de anemia falciforme grave, implantação do Banco Público de Sangue de Cordão Umbilical e Placentário (BSCUP), além das doações de órgãos sólidos, têm exigido uma atuação cada vez mais expressiva dos Laboratórios de Histocompatibilidade (HLA).

Esteios do Sistema Nacional de Transplantes, os Laboratórios de Histocompatibilidade (HLA) constituem uma atividade essencial para identificar a rara e complexa compatibilidade entre doador e receptor, condição crucial para a realização dos transplantes.  Dessa forma, tais laboratórios realizam a tipificação HLA inicial de exames pré-transplantes de células tronco hematopoéticas das amostras de receptores de medula óssea e de seus aparentados para os pacientes portadores de leucemias, linfomas, aplasias e demais doenças hematológicas graves.

Um dos laboratórios do estado especializado nesta área, o Laboratório HLA da Hemominas foi implantado em janeiro de 2010, sendo credenciado pelo Ministério da Saúde/Sistema Nacional de Transplantes (SNT) em setembro de 2013, e pela Associação Brasileira de Histocompatibilidade (ABH). Inicialmente, ele atenderia toda a rede da Fundação Hemominas para tipificação apenas da demanda de candidatos do Redome. No período de 2013 a 2023, já foram tipados por ele 68.869 candidatos à doação de medula óssea para o Redome, totalizando 206.607 testes.

Tipificação de pacientes com anemia falciforme

Desde 2015, o laboratório é também referência para tipificação HLA de pacientes com quadro grave de anemia falciforme associado a complicações, uma demanda crescente, vinda principalmente dos pacientes assistidos pela própria Fundação Hemominas, nos quais o transplante de medula, da mesma forma que para as aplasias e neoplasias malignas pode determinar a única chance de cura.

Também no ano de 2018 foi publicada a Portaria Nº 298, de 9 de fevereiro de 2018, que amplia a faixa etária para indicação de transplante mieloablativo alogênico aparentado para tratamento da doença falciforme. Essa alteração na legislação representou um substancial aumento nas solicitações de exames de tipificação HLA para a população de pacientes com anemia falciforme. Além disso, o Laboratório de HLA é responsável pela realização dos testes de histocompatibilidade das amostras do Banco de Cordão Umbilical e Placentário (BSCUP – Cetebio), requisito legal para definir a tipificação histológica do material coletado permitindo o armazenamento e posterior utilização em transplantes.

 

Adair Gomez

Exames de aparentados

Os primeiros exames de aparentados – receptores e possíveis doadores – foram realizados em meados de 2014. Desde então, 2,5 mil famílias já passaram pela Hemominas, com a realização de 23,5 mil testes.

A realização de exames de aparentados envolve uma grande equipe, tanto do Laboratório de HLA – que é onde as famílias têm o primeiro atendimento – quanto dos outros setores da fundação, como cadastro e coleta. O acolhimento dessas famílias é feito pelos servidores do HLA de maneira individualizada e respeitosa, sempre lembrando do momento sensível que os pacientes e doadores passam.

Pensando no bem-estar e comodidade das famílias, as coletas das amostras são realizadas no HBH (para os residentes na capital e região metropolitana) e também nas unidades da FH no interior. Todos os exames são realizados no Laboratório de HLA, localizado no Hemocentro de Belo Horizonte (HBH), independentemente do local onde for feita a coleta da amostra. Para a realização do exame, é necessário um pedido médico e autorização por meio do Sistema de Regulação e Marcação de Consultas da Prefeitura de Belo Horizonte (Sisreg), que regula os exames de todo o estado.

Testagens para o diagnóstico do Sars-CoV2

Em abril de 2020, o Laboratório de HLA, juntamente aos demais laboratórios da GLA e da Gerência de Desenvolvimento Técnico-Científico, integrou a Redelab Covid-19, seguindo os requisitos da RDC 302 de 2005, nível de segurança NB2 e capacidade técnica e operacional para executar os exames distribuídos pela Funed.

Servidores da Hemominas validaram a metodologia de saliva que simplificou o processo de coleta de exame e dispensou o uso de materiais que estavam em falta no mercado para o diagnóstico do do Sars-CoV2. Durante toda a força tarefa foram realizados mais de 15 mil testes.

O farmacêutico-bioquímico Felipe Brito, responsável pelo Laboratório de Histocompatibilidade e gerente dos laboratórios da Hemominas, avalia: “Realizamos a validação com o objetivo de conseguir estabelecer a testagem em uma plataforma de extração de ácidos nucleicos automatizada para que, dessa forma, pudéssemos aumentar a capacidade de realização dos testes no SUS, além de garantir maior confiabilidade e segurança no processo analítico”, conclui.

Novas portarias e atual cenário

Em 2021, foram publicadas portarias que redistribuem os exames de histocompatibilidade no estado e atualizam as estratégias de identificação e confirmação dos exames de HLA. Desde então, a Fundação Hemominas busca se adequar à nova metodologia de sequenciamento de nova geração.

“Estamos em processo de implantação, com a contratação/aquisição de equipamentos, insumos e reagentes”, esclarece Brito. Além disso, o Laboratório de HLA realizará em breve um novo fluxo - o de exames pré-transplantes de órgãos sólidos. Isso exigirá uma mudança importante na estrutura do serviço, como o funcionamento ininterrupto do Laboratório de HLA (24x7).

Atualmente, o Laboratório de HLA funciona de segunda a sexta-feira, das 7h às 19h.



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