Fitossanidade do pequizeiro é tema de ciclo de palestras

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A Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) é uma das organizadoras do ciclo de palestras on-line Fitossanidade do Pequizeiro. 
 
O encontro virtual e gratuito será nos dias 29 e 30/6 (terça e quarta-feira), das 15h às 17h, com transmissão ao vivo pelo canal da Epamig no Youtube. Também participam da organização Emater-MG e Emater-GO.

A comercialização do pequi e seus produtos corresponde a uma parcela significativa do PIB de alguns municípios mineiros e goianos. A atividade é a principal fonte de emprego e renda de cerca de 15 mil famílias extrativistas. O município de Japonvar, no Norte de Minas, é um bom exemplo de economia baseada no pequi. De acordo com levantamentos da Emater-MG, o município possui quase dois mil catadores e mais de 160 mil pequizeiros.
 
O pequi é o principal produto florestal não madeireiro extraído do Cerrado. Com mais de 3 milhões de plantas produtivas, Minas Gerais responde por 70% da produção nacional do fruto.
 
No entanto, segundo o pesquisador da Epamig, Antônio Cláudio da Costa, ainda há poucas informações sobre o ciclo de vida das pragas dos pequizeiros, o que resulta na dificuldade de estabelecer medidas de controle.

Evento

A programação do ciclo de palestras foi pensada para ampliar as discussões sobre o tema.
 
No primeiro dia (29/6), serão abordadas as doenças dos pequizeiros em áreas naturais e pastagens. Já no segundo (30/6), serão discutidos os insetos pragas dos pequizeiros como o percevejo, a broca-do-pequi e a broca-do-tronco. Ao fim de cada ciclo estão previstas trocas de experiências entre produtores, estudantes, pesquisadores e extensionistas.
 
O pesquisador Antônio Cláudio destaca a importância de divulgar informações sobre insetos pragas e doenças do pequizeiro. "É preciso conversar com o maior número possível de profissionais da área técnica, produtores rurais e participantes da cadeia extrativista do pequi, além de aproximar mais essas pessoas, para que elas sejam cada vez mais parceiras das nossas atividades de busca de soluções para os problemas relacionados à cultura", enfatiza Antônio.
 
Fundo Pró-Pequi
 
Em janeiro deste ano, o Governo de Minas liberou R$ 497,5 mil do Fundo Pró-Pequi para o desenvolvimento de pesquisas sobre o alto índice de mortalidade de pequizeiros no Norte do estado. 
 
Em algumas regiões, a mortalidade alcança 60% das plantas, o que compromete a competitividade e a sustentabilidade do arranjo produtivo, estratégico para o sustento das famílias e a economia local.
 
A Epamig, em parceria com a Emater-MG, a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a Universidade Federal de Uberlândia (UFU), coordena um projeto que busca identificar causas bióticas e abióticas da mortalidade dos pequizeiros no Norte de Minas, além de estratégias de manejo, manutenção da diversidade e da qualidade das plantas. O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Conselho do Pró-Pequi. 
 
Na avaliação da pesquisadora da Epamig, Maria Geralda Vilela, o projeto está estruturado para identificar problemas e apresentar soluções aos produtores, ao mesmo tempo em que se analisa a possibilidade de repovoamento ou implantação de unidades produtivas, a manutenção da diversidade das plantas e o manejo das pragas.
 
“O pequi é uma planta protegida por lei, está em áreas igualmente protegidas, não sendo possível o uso de defensivos. A Epamig e as instituições parceiras foram chamadas para dar uma resposta à questão da mortalidade das plantas, que é alta e rápida. Esse recurso vem subsidiar e fortalecer as ações de pesquisa na apresentação de respostas que atendam às demandas da cadeia produtiva”, afirma Maria Geralda.