Vacinação é tema de curso para profissionais das atividades de apoio em unidades de saúde de Minas

Previsão é de que mil trabalhadores de 325 municípios recebam o treinamento, contemplando 24 Unidades Regionais de Saúde

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Wanderson Leandro / ESP-MG

Já está em andamento o curso “Qualificação em vacinação para trabalhadores da Atenção Primária à Saúde”, elaborado pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) e Escola de Saúde Pública do estado de Minas Gerais (ESP-MG).

O treinamento, que teve início em 11/10, acontece na modalidade de Educação a Distância (EaD) e é disponibilizado na plataforma AVA (Ambiente Virtual de Aprendizagem) da ESP-MG.

Dentre os diversos cursos com essa temática que a ESP-MG vem oferecendo em parceria com a SES-MG, especialmente nos últimos três anos, este tem como diferencial ter sido pensado para os profissionais das unidades de saúde que não atuam diretamente com a vacinação e também para aqueles que não têm formação específica na área de saúde.

Por meio do curso, recepcionistas, vigias, profissionais da limpeza, agentes comunitários de saúde, agentes de combate a endemias, profissionais de saúde bucal, entre outros, terão a oportunidade de fazer a qualificação.

A previsão é que sejam capacitados, inicialmente, mil trabalhadores em duas turmas de 500 alunos cada, composta por profissionais de 325 municípios do estado, contemplando 24 Unidades Regionais de Saúde (URS).

Essa proposta de curso é inovadora e dialoga com resultados de diversas pesquisas sobre a queda das coberturas vacinais, que apontam muitas razões para o fenômeno da baixa cobertura vacinal e indicam a relevância dos profissionais que atuam nos serviços de saúde para a elevação do índice de vacinação. Isso porque as pessoas tendem a dar maior credibilidade para as informações fornecidas por esses profissionais. 

Nos últimos anos houve uma redução nas taxas de cobertura vacinal no Brasil e Minas Gerais também acompanhou esta tendência, o que aponta para um problema para a imunidade coletiva e também para o risco de ressurgimento de doenças que até então estavam controladas ou até mesmo erradicadas.  

De acordo com a trabalhadora da ESP-MG Alice Werneck Massote, que compõe a equipe de coordenação da qualificação, o problema das baixas coberturas vacinais foi intensificado nos últimos anos em razão da pandemia da covid-19, ocorrendo um aumento da “hesitação vacinal” por parte da população. 

Esse termo foi elaborado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e tem sido cada vez mais difundido e discutido entre os profissionais da área e relaciona-se à demora em se decidir ser imunizado, apesar da disponibilidade das vacinas nos serviços de saúde. 

Massote pontua que, nesse contexto, os trabalhadores das unidades de saúde têm um papel muito importante, dada a confiança da população neles.

“Entendemos que esses profissionais podem melhorar a adesão da população à vacinação. Nessa perspectiva é relevante desenvolver estratégias de capacitação, mas não apenas voltada para os profissionais que atuam em salas de vacinas, já que esses profissionais já tiveram oportunidades de qualificação pela escola”, explica.

“A ideia é envolver também os demais trabalhadores da unidades de atenção primária à saúde, que são trabalhadores que muitas vezes não são profissionais de saúde, mas que estão presentes no cotidiano das pessoas. Eles realizam o acolhimento, fazem orientações gerais à população e o mais importante, eles estão em contato direto com os usuários todos os dias”, detalha Alice Massote.  

A intenção é que os trabalhadores reconheçam a importância das ações de vacinação, por meio do conhecimento adquirido, e assim se sintam inseridos e reconhecidos sobre seu papel enquanto co-responsáveis dentro da unidade de saúde e com isso se sintam aptos para realizar orientações assertivas aos usuários, auxiliando na facilitação do acesso e na diminuição da hesitação vacinal.  

Alice Massote complementa informando que a proposta é sensibilizar esses profissionais, fornecendo algumas ideias básicas sobre vacinação. “Não iremos entrar em questões técnicas, mas sim apresentar informações basilares para que estes profissionais, que estão em contato direto com a população, possam se apropriar e compartilhar seu conhecimento com os usuários das unidades de saúde”, enfatizou.

Sobre o curso

O curso conta com uma carga horária total de 20 horas, e está estruturado em três unidades de estudo, que visam abordar: 1 - A Qualificação em vacinação para trabalhadores da Atenção Primária à Saúde. Nessa unidade o objetivo será compreender o acolhimento como estratégia de estímulo à vacinação. 

2- As vacinas e o processo de vacinação. Nessa segunda unidade o enfoque será na compreensão sobre a vacinação enquanto uma atividade inserida no conjunto das ações de prevenção de doenças e promoção da saúde e 3- Vacinação: responsabilidade de todos. Na última unidade, o objetivo será apresentar e compreender a comunicação enquanto estratégia de mobilização social para vacinação.


 



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