Unidades prisionais do Triângulo Mineiro prestam serviços à sociedade e profissionalizam detentos

Araguari, Ituiutaba e Uberaba estão empenhadas na utilização da mão de obra prisional com benefícios para a população

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Três unidades prisionais do Triângulo Mineiro têm cumprido com dedicação os principais compromissos do Departamento Penitenciário de Minas Gerais (Depen-MG): garantir que homens e mulheres condenados cumpram suas penas com dignidade e segurança, e ainda oferecer oportunidades de estudo e trabalho, para que, ao voltarem à sociedade, sigam novos caminhos. 

No Presídio de Ituiutaba, cinco detentos trabalham nas obras de construção de duas oficinas na área intramuros. Esses espaços serão fundamentais para a capacitação e profissionalização dos detentos, que irão produzir itens destinados à população, incluindo fraldas e absorventes do projeto Liberdade em Ciclos. Além disso, outros três presos estão empenhados na reforma da escola do presídio, revitalizando as salas de aula, banheiros e a sala dos professores.

Em Araguari, 15 detentos do presídio estão indo às ruas trabalhar em prol do município. Graças a uma parceria com a prefeitura, iniciada há cerca de 30 dias, a força de trabalho desses presos tem trazido melhorias em quadras de esportes, praças, ruas e avenidas da cidade.

Para o diretor da 9ª Região Integrada de Segurança Pública (Risp) do Depen-MG, Marcus Vinícius Silva, da qual fazem parte os municípios de Araguari e Ituiutaba, as oportunidades de trabalho oferecidas aos presos trazem inúmeros benefícios. “Todos saem ganhando. Os presos aprendem profissões e recebem remição de pena, os moradores ganham mais conforto e espaços de lazer, as prefeituras conseguem fazer a manutenção das áreas públicas. E os empresários ampliam seus negócios, com a instalação de galpões de produção dentro das unidades prisionais”, avalia. 

Sejusp / Divulgação 

Fraldas 

Na Penitenciária Professor Aluízio Ignácio de Oliveira, em Uberaba, dez detentas foram contratadas para trabalhar em uma fábrica de fraldas descartáveis instalada no interior da unidade. Essa ação faz parte de um projeto que amplia a parceria de trabalho com a empresa CCM Indústria e Comércio de Produtos Descartáveis.  

As mulheres são responsáveis pelo controle de qualidade e reprocessamento de parte das fraldas produzidas pela empresa. Cerca de 100 mil itens são inspecionados e embalados diariamente pelos detentos, e após esse processo, são comercializados por um preço mais acessível, permitindo a ampliação do acesso a produtos de qualidade. 

A parceria com a empresa teve início em 2022, com a contratação de 20 detentos do regime fechado, e agora, com a inclusão dessas dez custodiadas, o total de empregados pela empresa chega a 30. São dois galpões da empresa instalados na parte interna da unidade. Para garantir ainda mais oportunidades de ressocialização, a penitenciária também se prepara para receber, em breve, a fábrica do projeto Liberdade em Ciclos. 

O diretor da 5ª Região Integrada de Segurança Pública (Risp) do Depen-MG, Itamar Rodrigues, ressalta que tem feito esforços para implementar melhorias na custódia e humanização dos indivíduos recolhidos na Penitenciária Professor Aluízio Ignácio de Oliveira, em Uberaba, e em todas as outras unidades da Risp. “Com mais esse projeto, temos certeza que além de trazermos oportunidades para o indivíduo custodiado, vamos além dos muros, pois é uma atividade de compromisso social”, afirma.  

A unidade também passa por obras. Estão em fase de acabamento seis salas de videoconferência, que foram construídas com recursos do Ministério Público Estadual. Além disso, o sistema hidráulico da penitenciária está sendo totalmente reformado, com recursos do Depen-MG. As duas obras contam com a mão de obra de dez presos. 

Inclusão 

O projeto Liberdade em Ciclos consiste na produção de fraldas e absorventes. Os absorventes são destinados para unidades prisionais femininas, escolas públicas e demais instituições que atendem adolescentes e mulheres. Já as fraldas geriátricas são encaminhadas para asilos e hospitais. 

Combater a pobreza menstrual é o principal objetivo do projeto, apoiando comunidades carentes. Além da capacitação e profissionalização, as detentas envolvidas no projeto têm remição de pena, quando a cada três dias trabalhados, um é reduzido da sentença.  



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