Sistema prisional e Escola de Saúde Pública promovem capacitação

Trabalho inédito reúne servidores de unidades prisionais hospitalares em curso que aborda diversos temas da saúde

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A necessidade de qualificar e atualizar os conhecimentos dos profissionais da área de Saúde e Assistência Social que atuam em unidades prisionais hospitalares, levou à parceria firmada entre a Secretaria de Estado de Administração Prisional (Seap) e a Escola de Saúde Pública (ESP), para capacitação de psicólogos, assistentes sociais, terapeutas ocupacionais, enfermeiras, administrativos e técnicos de enfermagem, além de agentes de segurança penitenciários e gestores de unidades prisionais.

As aulas são realizadas duas vezes por mês na ESP. A primeira turma conta com 40 alunos de três unidades prisionais: Centro de Apoio Médico Pericial, Centro de Referência a Gestante Privada de Liberdade e Hospital Psiquiátrico e Judiciário Jorge Vaz. Outras duas turmas serão formadas, num total de 102 servidores capacitados.

Crédito: Divulgação/Seap

Para a diretora de Atenção ao Servidor da Seap, Vilene Eulálio de Magalhães, os vários desafios do trabalho no Sistema Prisional se relacionam muitas vezes com a saúde, tanto do servidor quanto do apenado. Ela destaca a importância da cooperação entre as instituições no aperfeiçoamento profissional dos servidores.

“A capacitação promove reflexões e aprendizagens que podem ter desdobramentos na execução do trabalho das unidades prisionais. A realização de um curso de qualificação  marca a importância da atualização de informações e conhecimentos e abre possibilidades para a reorganização dos processos de trabalho no atendimento ao privado de liberdade”.

Uma das alunas do curso é a terapeuta ocupacional Eleuza Maria Guimarães Freitas, que há 11 anos trabalha no Centro de Apoio Médico Pericial.

“A nossa unidade é bem diferente das demais, nosso público alvo é formado basicamente por pessoas com transtornos mentais. Assim, apesar de ser do sistema prisional, a gente ainda tem um relacionamento mais próximo com o paciente. Tudo que tenho aprendido aqui está muito relacionado com a minha prática”.

Capacitação

O curso tem carga horária de 120 horas e conta com os módulos: Saúde e Trabalho no Sistema Prisional, Saúde Mental e a Instituição Presídio, Saúde Pública e Atenção Integral à Pessoa Privada de Liberdade, Gestão do Trabalho em Saúde na Unidade Prisional, Doenças Infectocontagiosas e Saúde Materno-Infantil.

Todos os temas abordados foram pensados para oferecer subsídios teóricos e práticos para o cotidiano de trabalho no Sistema Prisional, além de promover a integração ensino e trabalho com perspectivas de aplicação no cotidiano do serviço de saúde. A capacitação foi planejada em conjunto, a partir da solicitação da Seap. Desde a assinatura do termo de cooperação técnica, as duas instituições se reuniram para a construção do curso. Os servidores da ESP realizaram visitas nas unidades prisionais, a fim de fazer um diagnóstico sobre os locais e levantar as demandas dos servidores.

Segundo a analista de Educação e Pesquisa em Saúde da ESP, Anísia Chaves, uma das professoras e elaboradoras do curso, o projeto demandou da equipe da Escola de Saúde muito aprendizado e compreensão do contexto do encarceramento para que cumprisse seu objetivo.

“Usamos uma técnica específica do mapa falado para levantar as necessidades a partir das percepções dos servidores, também realizamos oficinas com metodologia própria. Foi acertado e priorizado com os trabalhadores todas as demandas deles, em questão da saúde do trabalhador e da saúde mental. Buscar essa perspectiva de proteção do trabalhador é também promover a qualificação do processo de trabalho”.



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