Secretários de Agricultura dos estados do Cosud apresentam reivindicações do setor agropecuário ao Governo Federal

Crescimento das importações de leite, somado ao impacto da reforma no agronegócio são algumas das principais preocupações

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Seapa / Divulgação

O secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Thales Fernandes, em conjunto com os titulares da pasta dos estados que fazem parte do Consórcio de Integração Sul e Sudeste (Cosud) reuniram-se, nesta quarta-feira (19/7), em Brasília, com o presidente da República em exercício e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin.   

Durante o encontro, foi entregue ofício assinado pelos secretários de Agricultura de sete estados (Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais) com o detalhamento das principais preocupações do setor produtivo agropecuário. Dentre eles, o impacto da reforma tributária no agronegócio, a preocupação com o crescimento das importações de leite e com a ocorrência de focos de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (H5N1) no país. 

O secretário de Agricultura de Minas Gerais, Thales Fernandes, fez um balanço positivo da reunião. “Saímos deste encontro bastante otimistas. E já temos novas reuniões agendadas com os ministérios para dar continuidade nas discussões e encontrarmos soluções para os problemas apresentados”, afirma. 

Importação  

A queda do preço do leite em pó no mercado internacional tem estimulado a importação brasileira do produto. Nos primeiros cinco meses deste ano, o Brasil importou leite em pó, que equivale à produção aproximada de 180 milhões de litros de leite por mês. O volume representa a produção de leite de 80 mil fazendas brasileiras, com crescimento acima de 200% em relação ao mesmo período do ano anterior. 

O grande volume de importação está provocando a queda do preço pago ao produtor brasileiro, que recebeu, em maio deste ano, R$ 2,72 reais por litro, registrando queda de 6% em relação ao mesmo período do ano passado. 

A médio e curto prazos, o cenário pode desestimular os produtores a permanecerem na atividade. No caso de uma mudança de cenário para a alta nos preços internacionais do leite em pó, se a cadeia produtiva estiver desestruturada, torna-se mais difícil retomar a produção. A sugestão apresentada pelos secretários de Estado é uma redução nas importações da forma como vêm ocorrendo. 

Outra preocupação é o impacto da alíquota única de 25% para o setor, proposta pela reforma tributária, que pode impactar ainda mais. A produção leiteira no país é desenvolvida essencialmente por pequenos produtores, com renda bruta anual inferior a R$ 100 mil.  

Gripe Aviária 

O grupo também manifestou a preocupação com a situação de emergência zoossanitária declarada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) em decorrência dos focos de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade no país. 

Uma alternativa apresentada é a desburocratização do acesso aos recursos financeiros, visando dar apoio imediato aos serviços veterinários da Defesa Agropecuária estaduais para as ações emergenciais de mitigação do risco de disseminação do vírus e de atendimento às notificações de suspeita da doença. Foi proposta a aprovação de instrumentos legais que permitam os repasses automáticos desses recursos financeiros, aplicando ao Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária (SUASA) a mesma forma de repasse que é feita para o Sistema Único de Saúde (SUS). 



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