A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) e o Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG) promoveram nesta quinta-feira, 18/5, a I Oficina para Elaboração do Plano de Preparação e Resposta ao Rompimento de Barragens. A atividade integra o processo de sistematização de um documento com propostas para orientar, definir e organizar as ações a serem executadas pela SES-MG com o objetivo de se obter uma resposta cada vez mais rápida e eficiente frente às emergências ocasionadas por eventuais desastres de barragens de mineração.

Minas Gerais é um Estado minerário e que passou por dois grandes desastres ecológicos: a Barragem de Fundão, em Mariana (maior desastre ambiental do Brasil, no qual morreram 19 pessoas) e a Barragem B1 em Brumadinho (maior acidente de trabalho ampliado e que causou a morte de 272 pessoas).

Para a produção do Plano de Preparação e Resposta, a Coordenação de Vigilância em Saúde Ambiental da SES-MG e o Corpo de Bombeiros organizaram um exercício de simulação do rompimento de uma estrutura, para que os gestores refletissem conjuntamente sobre as informações que seriam necessárias e quais medidas deveriam ser adotadas por suas respectivas áreas.

A expertise do CBMMG tem contribuído de forma significativa para a elaboração dos Planos de Preparação e Resposta da SES-MG. Em colaboração, já foram elaborados os Planos de Preparação e Resposta ao Período Chuvoso e ao Período de Estiagem. Atualmente, essa parceria se mantém ativa, focando no Plano de Preparação e Resposta ao Rompimento de Barragens, que deve ser finalizado até o fim do ano. Na oficina promovida nesta quinta-feira, além de mediar a atividade, os militares do CBMMG conseguiram contribuir com conceitos e ações, ampliando a visão das áreas envolvidas para garantir uma estruturação completa do Plano.

Na coordenação da atividade, o tenente Rodrigo Munaier apresentou um painel sobre a situação das barragens em Minas Gerais, mostrando a dimensão da questão no estado. “Em 2021 tivemos 534 registros de barragens, sendo que 381 foram devidamente finalizados, distribuídos em 74 municípios”, esclareceu o militar, citando o Inventário de Barragens do Estado de Minas Gerais – Ano base 2021, elaborado pela Fundação Estadual do Meio Ambiente (FEAM) com base em dados do Sistema de Informações de Gerenciamento de Barragens (Sigibar).

Segundo o subsecretário de Vigilância em Saúde da SES-MG, Eduardo Campos Prosdocimi, a iniciativa é desafiadora por envolver, de maneira transversal, todas as áreas da Secretaria. “Nós estamos incluídos neste desafio, de como pensar as estratégias vislumbrando a necessidade de atuar, caso necessário, em eventuais rompimentos. Por conta disso, estamos fazendo essa oficina, para começar um trabalho com muito foco. Precisamos estruturar bem as equipes, para atuar de forma bem incisiva e estratégica”, afirmou Prosdocimi.

Alice Senra Cheib, coordenadora de Vigilância em Saúde Ambiental da SES-MG, também tratou da necessidade do diálogo entre todas as áreas no processo de elaboração do Plano. “Esta fase representa o momento de articulação de diferentes áreas e a promoção de um espaço para refletir e discutir as ações necessárias para realizar as etapas de resposta e recuperação à situação proposta no que tange à atuação da SES-MG, bem como medidas que, se executadas previamente, propiciarão melhor resposta em caso de ocorrência”, reforçou a coordenadora.