Rede estadual de ensino de Minas é referência no atendimento a estudantes da educação especial

Hoje são cerca de 50 mil alunos com deficiências, transtorno do espectro autista e altas habilidades/superdotação, que contam com atendimento educacional especializado

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EE Maurício Murgel / Arquivo

Encarar os desafios e as barreiras para o ingresso na educação de um filho com deficiência, em qualquer etapa da vida, não é uma tarefa fácil para muitos pais. Mas em Minas Gerais, essa missão tem se tornado cada vez mais fácil, com apoio da Secretaria de Estado de Educação (SEE/MG), que garante atendimento educacional especializado para quase 50 mil alunos matriculados na rede estadual de ensino.

De acordo com a coordenadora da Educação Especial Inclusiva da SEE/MG, Suellen Cristina Coelho, o Atendimento Educacional Especializado (AEE) é ofertado  a todos os níveis, anos de escolaridade e modalidades de ensino, para estudantes com deficiências, transtorno do espectro autista e altas habilidades/superdotação. Ela pontua que a educação especial garante o direito de acesso às instituições escolares e ao currículo, a permanência e percurso escolar e a uma escolarização de qualidade nas escolas estaduais.

“A SEE/MG tem empregado esforços para que os estudantes sejam atendidos, com qualidade, em suas necessidades e especificidades, bem como para que os profissionais possam ter à disposição formação continuada e orientações para auxílio em suas práticas pedagógicas junto a esses estudantes”, ressaltou a coordenadora.

O AEE utiliza métodos, técnicas, recursos e procedimentos didáticos desenvolvidos nas diferentes modalidades, anos de escolaridade e níveis de ensino para complementar ou suplementar a formação dos estudantes da educação especial. O objetivo é garantir o acesso ao currículo e qualidade no processo de ensino aprendizagem.

Importância da inclusão

Em Belo Horizonte, a Escola Estadual Maurício Murgel, no bairro Nova Suiça, é um exemplo dessa iniciativa. Neste ano, 33 alunos da educação especial estão matriculados na unidade. A diretora da escola, Sônia Marinho Amaral de Resende, destaca que tanto os profissionais da escola, quanto os estudantes, convivem de forma harmônica e respeitosa com as diferenças, e que este é um exercício diário compartilhado entre professores, educadores e alunos.

“Nossa escola recebe os alunos com muito carinho. Em alguns casos, adaptamos os materiais pedagógicos e aplicamos atividades avaliativas diferenciadas, considerando o ritmo e o tempo de cada um, porque assim estamos trabalhando a inclusão e, sobretudo, vencendo as dificuldades que eles possam ter de acesso ao aprendizado, devido à deficiência”, disse a diretora.

Ainda conforme a diretora, a escola oferece também curso básico de Libras para a comunidade escolar com o objetivo de facilitar a comunicação entre alunos surdos e ouvintes. A unidade também conta com o curso técnico de tradução e interpretação de Libras, com o objetivo de preparar profissionais para atenderem a demanda de atendimento às pessoas surdas.

EE Maurício Murgel / Arquivo

Janine Lilian, mãe da Júlia Oliveira, que é aluna do 2º ano do ensino médio,  relata como a filha foi acolhida pela escola. “Quando temos um filho com necessidades específicas, encontramos muita dificuldade para colocá-lo em convivência com outras pessoas e inseri-lo na sociedade. Ela nasceu com paralisia cerebral e surdez, limitações que dificultam o acesso e que, muitas vezes, é negado em uma instituição particular. Na rede pública estadual, minha filha foi muito bem acolhida e recebeu todo apoio necessário, um professor de Libras e o material de estudo adaptado, que facilitou muito o seu aprendizado”, explicou Janine Oliveira.

Já a aposentada Ivone Fausta da Silva, mãe do André Silva Boaventura, aluno do 1º ano do ensino médio, que tem Síndrome de Down, contou sobre o desempenho do filho e destacou que a rede estadual é mesmo um exemplo de inclusão, pois promove a acessibilidade e oferece os recursos necessários. "O André é um menino muito bom, adora estudar e se adaptou muito bem à escola. Ele sempre estudou em colégio particular, mas, neste ano, matriculei-o nesta unidade pública e me surpreendi com a qualidade dos livros e do material pedagógico.  As limitações não são barreiras na vida do André, ele é atleta paralímpico de natação, pelos jogos escolares, premiado com medalhas de prata e bronze”, declarou Ivone.

Infraestrutura e profissionais nas escolas

Para o acompanhamento e desenvolvimento desses alunos, a Secretaria de Estado de Educação conta com uma infraestrutura e profissionais que oferecem suporte ao aprendizado, como  salas de recursos, Professor de Apoio à Comunicação, Linguagem e Tecnologias Assistivas (ACLTA), Tradutor Intérprete de Libras (TILS) e Guia-Intérprete (GI).

Na rede, há também centros especializados em atendimento a profissionais da Educação que atuam junto aos estudantes público da educação especial: os Centros de Apoio Pedagógico às Pessoas com Deficiência Visual (CAP), responsáveis pelas orientações e formações continuadas para os profissionais, bem como pela produção de material pedagógico acessível em braille para estudantes cegos e ampliado para estudantes com baixa visão; e os Centros de Capacitação de Profissionais da Educação e Atendimento às Pessoas com Surdez (CAS), responsável pelas orientações e formações continuadas para os profissionais e adaptação de material pedagógico acessível para os estudantes surdos e com deficiência auditiva. Já os Centros de Referência em Educação Especial Inclusiva (CREI) são responsáveis por orientações e formações continuadas dos profissionais, bem como pela produção de material pedagógico para alunos da educação especial matriculados nas escolas comuns.

Além disso, é oferecido ao aluno o acompanhamento com o instrutor de Libras - profissional surdo responsável pelo ensino da Libras aos estudantes surdos e acompanhamento das escolas comuns, quando necessário, da equipe multiprofissional das escolas especiais. Para os estudantes com deficiência e Transtorno do Espectro Autista (TEA), a SEE/MG oferece a possibilidade de matrícula nas escolas especiais de atendimento exclusivo.

*Este conteúdo foi produzido durante o período de restrição eleitoral e publicado somente após a oficialização do término das eleições.



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