Projeto reforça agroextrativismo no Norte de Minas

Emater-MG participa de trabalho de desenvolvimento sustentável de frutos do Cerrado

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O agroextrativismo é a união de prática agrícola sustentável, de baixo impacto e alto valor social, com a extração, por populações locais, de produtos nativos, como frutos e plantas, entre outros. Os recursos tanto podem servir para consumo próprio quanto para serem comercializados.

Em Minas Gerais, a atividade reúne cerca de 65 mil pessoas e gera, por ano,  256 mil toneladas de produtos, em média. Agora, com o Projeto de Desenvolvimento Sustentável das Frutas Nativas e Plantadas da Agricultura Familiar para o Norte de Minas Gerais, a atividade vai ganhar reforço.

O projeto vai beneficiar agricultores familiares extrativistas de 25 municípios da região, até o final de 2023, e já está em execução. Em janeiro foi feito um processo de licitação com algumas metas e em fevereiro a homologação. A iniciativa é da Câmara Técnica do Programa Mineiro de Incentivo ao Cultivo, à Extração, ao Consumo, à Comercialização e à Transformação do Pequi e Demais Frutos e Produtos Nativos do Cerrado (Pró-Pequi).

A Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado Minas Gerais (Emater - MG), vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), é uma das instituições parceiras no trabalho e tem várias ações definidas em metas. 

Uma das atividades será em 22 e 23/8, como explica o coordenador técnico estadual de Fruticultura, Deny Sanábio. “Nós vamos capacitar 40 técnicos da Emater-MG, no sistema de produção. A capacitação será em Montes Claros e vai envolver profissionais da empresa desses 25 municípios do Norte do estado.”

Sanábio chama a atenção para o papel da Emater-MG, que é de prestar serviços de assistência técnica e extensão rural. “Começaremos com a capacitação porque são culturas com poucos estudos, bibliografias e conhecimento, apesar das pesquisas e materiais técnicos dos últimos anos. Após o curso, esses extensionistas estarão aptos a selecionar, no mínimo, 200 produtores para a aplicação de um questionário.”

Arranjo produtivo

Com isso, um dos objetivos da Emater-MG é apoiar a estruturação de arranjo produtivo local dos frutos do Cerrado (cooperativas e associações). Outra proposta é realizar assistência técnica, com foco em práticas agroecológicas. A meta também é garantir qualidade e segurança alimentar, apoiando a comercialização de derivados do pequi e de outros produtos do agroextrativismo. Outro foco é viabilizar o reconhecimento de indicação geográfica na cadeia produtiva do pequi e da marca coletiva de mel monofloral do pequizeiro.

Os recursos do projeto, no valor aproximado de R$ 13,45 milhões, são do Fundo Pró-Pequi e estão sendo gerenciados pelo Consórcio Intermunicipal para o Desenvolvimento Ambiental e Sustentável do Norte de Minas (Codanorte). Segundo Deny Sanábio, apesar de a verba ser do Pró-Pequi, o projeto não é somente para a espécie, mas vai abranger também o extrativismo de outros frutos do Cerrado. “É para o pequi, coquinho azedo, umbu, cajá-manga, baru. Terão ações para todos os frutos do Cerrado e da Caatinga. Lembrando que as metas não são somente para as frutas nativas do bioma, mas as plantadas também”, ressalta.

*Este conteúdo foi produzido durante o período de restrição eleitoral e publicado somente após a oficialização do término das eleições.

 



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