Programas do Governo reduzem morte de jovens na Zona da Mata em 87%

Região é atendida pelo Fica Vivo! e pela Mediação de Conflitos desenvolvidos pela Secretaria de Segurança

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Ações do Estado contribuem para a redução da criminalidade na região
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Os programas de prevenção à criminalidade Fica Vivo! e Mediação de Conflitos, instalados em Juiz de Fora, na Vila Olavo Costa, em maio do ano passado, estão contribuindo com a redução da criminalidade na região. No primeiro relatório divulgado este ano pelo Observatório de Segurança Pública Cidadã, da Secretaria de Segurança Pública, o número de vítimas de homicídios na região de atuação do Centro de Prevenção à Criminalidade (CPC) teve redução de 70%, na comparação de 2017 com 2018. Na faixa etária entre 12 e 24 anos a redução do número de homicídios bate a casa dos 87% no mesmo período.

Enquanto em 2017 foram registrados dez homicídios na região da Zona da Mata mineira, composta por cinco bairros de Juiz de Fora, no ano passado, foram três o número de mortes registradas. Entre a faixa etária dos jovens, no ano passado, apenas um jovem morreu nos cinco bairros, enquanto em 2017 foram oito mortes.

Os resultados colhidos, referentes à Vila Olavo Costa, Vila Ideal, Furtado de Menezes, Solidariedade e Vila Ozanan, também são fruto de uma articulação com o Grupo Especializado de Policiamento em Áreas de Risco (Gepar), da Polícia Militar de Minas Gerais, que atua nos bairros atendidos pelo Fica Vivo! e pela Mediação, com a Polícia Civil, Ministério Público e outras instituições.

Centro de Prevenção Olavo Costa

No CPC da Vila Olavo Costa são desenvolvidas, atualmente, oito oficinas do Fica Vivo! com os jovens, mantendo-se uma média de atendimento de 130 pessoas por mês. São aulas de futebol, capoeira, barbearia e corte de cabelo, artes maciais e danças. Ainda neste mês, começarão duas novas oficinas: teatro e audiovisual.

Tainara Cristina, de 18 anos, participa há pouco mais de três meses da oficina de dança urbana. Ela conta que andar pela comunidade está tranquilo como nunca tinha visto. “Desde que os programas começaram a atuar, a gente não vê mais as brigas nas ruas, as crianças e jovens que antes ficavam sem ter o que fazer agora estão nas oficinas. Antes, a gente tinha medo de caminhar por aí. Hoje está muito tranquilo”.

A jovem também ressaltou o papel das oficinas, que extrapolam o desenvolvimento de uma atividade. Segundo Tainara, os oficineiros e demais participantes da equipe do programa conversam com os jovens sobre temas diversos, auxiliando em possíveis mudanças de comportamento. “Eles sempre têm um conselho para dar para a gente, uma palavra de incentivo e isso é muito importante para sabermos que não estamos sozinhos”, finaliza.

A gestora do Centro de Prevenção da Vila Olavo Costa, Pâmela Dias, complementa a importância do trabalho realizado pelas oficinas do Fica Vivo! na comunidade. “Buscamos prevenção à criminalidade, potencialização do acesso dos jovens aos serviços e aos espaços públicos, a possibilidade da vivência do direito de ir e vir, o favorecimento da inserção e da participação dos jovens em novas formas de grupos, a discussão de temas relacionados à cidadania e aos direitos humanos e a criação de espaços de resolução de conflitos e rivalidades”.

Para a analista social do programa, que trabalha no território desde a época de estágio, Hadassa de Freitas, é nítida a mudança na região nos últimos meses. “A gente tem feito um trabalho de conscientização de condutas de risco com os jovens que são ameaçados que já mostram resultados positivos”. Segundo ela, principalmente na pacificação de grupos rivais e proteção dos jovens.

Atendimento ao público feminino

O público atendido pelo Mediação de Conflitos no Olavo Costa, seguindo tendência do Estado, é majoritariamente feminino. Dos mais de 200 atendimentos realizados, 57% dos coletivos e 86% dos individuais tiveram como público alvo mulheres.

As principais demandas atendidas foram relacionadas à violência, conflitos intrafamiliares, sucessões, regularização fundiária e conflitos entre vizinhos.  Das violências acompanhadas, 24% eram de violência intrafamiliar, 16% violência doméstica e familiar contra a mulher e 15% entre vizinhos.



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