Presídio instala oficina de costura como medida de ressocialização

Confecção de roupas chega a cerca de 400 peças por dia na unidade prisional de Patos de Minas, no Triângulo Mineiro

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85 presos trabalham na unidade, quase 25% do total, com objetivo de ressocialização e remissão de pena
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Uma empresa de confecção de roupas, da cidade de Patos de Minas, instalou sua produção no interior do Presídio Sebastião Sátiro, mudando a rotina de cinco internas. A unidade conta com máquinas de costuras, linhas, tecidos e agulhas. A nova fábrica produz uma média diária de 400 uniformes, entre calças e camisas e macacões para atividades agrícolas. As detentas trabalham oito horas por dia e recebem ¾ do salário mínimo e remição de pena, em que a cada três dias trabalhados um é remido.

Detentas confeccionam roupas em presídio de Patos de Minas / Crédito: Divulgação Seap

O diretor-geral do presídio, Marcos Lopes Brandão, comemora a cooperação que traz benefícios para a unidade prisional e para as detentas que têm a oportunidade de aprender um trabalho visando à reinserção social. “Além de atender uma das principais metas da Administração Prisional, quanto à ampliação de vagas de trabalho para os detentos, a parceria é eficaz frente à ociosidade e a superlotação carcerária”, destaca Marcos.

Antes da instalação da empresa, no Presídio de Sebastião Sátiro, havia uma oficina com máquinas de costura sem utilização. O empresário Ronaldo José Pereira propôs a parceria com o objetivo de levar uma atividade laboral à unidade prisional. “A iniciativa é uma responsabilidade social. Ensinar um ofício é também abrir novas oportunidades às internas de Patos de Minas”, diz Ronaldo.

Oficina

O espaço foi adaptado para receber a confecção. A oficina de costura tem 32 metros quadrados e conta com sete máquinas. Segundo a interna que trabalha na confecção, Mikaella Vitor da Silva, 22 anos, o trabalho representa esperança em uma vida melhor.

“Aqui é um lugar onde ocupo a mente e estou aprendendo uma profissão, coisa que não existia e agora existe na nossa rotina. Com essa profissão, terei condições de trabalhar quando sair do cumprimento da medida e tirar o meu sustento honestamente. Estou tendo uma oportunidade que lá fora eu não teria, pois, com essa chance, temos mais condições de nos ressocializar”, frisa.

Ressocialização

Essa não é a primeira parceria de trabalho celebrada entre a unidade prisional e a iniciativa privada ou entre instituições públicas: 85 presos trabalham na unidade, quase 25% do total. Os internos atuam em atividades como corte de cabelo, limpeza das celas, reciclagem de lixo, manutenção e limpeza da unidade e artesanato. Todos têm direito a remição de pena e são selecionados pela Comissão Técnica de Classificação (CTC).

Para estarem aptos ao trabalho, os internos são avaliados por uma equipe de servidores composta por assistente social, psicólogo, coordenador de segurança, analista jurídico, enfermeiro, gerente de produção, pedagogo e diretores, que avaliam critérios para determinar a aptidão e comportamento do preso para atividades pedagógicas e laborais.



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