Parque Estadual do Ibitipoca bate recordes de visitantes 

Localizada no município de Lima Duarte, unidade de conservação recebe cerca de 90 mil visitantes por ano

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Um dos mais famosos Parques Estaduais de Minas Gerais, o Ibitipoca é também um dos mais procurados por suas belezas naturais, como cachoeiras, mirantes, grutas e outras atrações. A unidade de conservação está localizada no município de Lima Duarte, na Zona da Mata mineira, com aproximadamente 1,5 mil hectares de área preservada. O parque recebe em torno de 90 mil visitantes ao ano, sendo uma unidade bastante consolidada como destino turístico.

Semad / Divulgação

O Ibitipoca já foi considerado o terceiro melhor Parque da América Latina, em função de sua estrutura e atrativos. É o parque mais visitado no estado e, por isso, tem seu número limite de visitantes por dia (capacidade de suporte) constantemente atingido em feriados (até mil visitantes por dia).

Atrativos

O parque é dividido em três circuitos: Circuito das Águas, Janela do Céu e do Pião. As trilhas são estruturadas para facilitar o acesso aos atrativos e contribui para a conservação e manutenção das áreas naturais. Os três circuitos possuem grau significativo de esforço físico, porém, se diferenciam pela distância.

O Circuito das Águas é o mais próximo da área de estacionamento. Ao longo da trilha existem mirantes que foram instalados como forma de promover segurança e conforto ao visitante, além de possibilitar a contemplação da paisagem. “O circuito possui 5,2 quilômetros de extensão e exige um esforço físico significativo, porém, pode ser considerado o mais leve, por ser mais curto e por existirem muitos atrativos bem próximos do início da trilha”, explica a gerente do Parque, Clarice Nascimento Lantelme Silva.

Os atrativos do Circuito das Águas são a Prainha, a Gruta dos Gnomos, Raia das Ninfas, o Lago das Miragens, Poço Dourado, a Ponte de Pedra, a Cachoeira dos Macacos, o Paredão Santo Antônio, a Prainha das Elfas, o Lago Negro, Ducha e o Lago dos Espelhos.

O Circuito do Pião é um percurso longo e com muitas subidas. Com 9,5 quilômetros de extensão, pode ser visitado juntamente com o circuito Janela do Céu. Tem como atrativos o Monjolinho, a Gruta do Pião, o Pico do Pião, a Gruta dos Viajantes, a Cachoeira do Encanto, o Poço do Campari e a Pedra Furada.

Muito famoso, o Circuito Janela do Céu é o mais longo do parque, com uma ótima trilha para prática de trekking. São 16 quilômetros de percurso que inclui o Pico do Cruzeiro, a Gruta da Cruz, a Lombada (ponto mais alto do parque, com 1.784 metros), as Grutas dos Fugitivos, Três Arcos e dos Moreiras. O ponto alto da caminhada é a Janela do Céu. Bem próxima, está a Cachoeirinha. Para a Janela do Céu, a capacidade de suporte de visitantes é de 240 por dia.

Estrutura

O parque possui estruturas e equipamentos como portaria 24 horas, área de camping, Centro de Visitantes, estacionamento, restaurante e lanchonete, loja de souvenires e alojamentos para pesquisadores.

O valor do ingresso para entrada é de R$ 20,00, de segunda a sexta, e R$ 25,00 aos finais de semana e feriados. O valor cobrado pelo estacionamento é R$ 20,00 para motocicletas, R$ 25,00 para veículos com até 7 pessoas e R$ 65,00 para veículos maiores, como vans e ônibus. O valor da diária por pessoa para uso da área de camping é R$ 60,00.

Concessão

O Parque Estadual do Ibitipoca foi uma das primeiras unidades de conservação mineira a ter o processo de concessão concluído. A empresa Parques Fundo de Investimento em Participações em Infraestrutura, representada pela corretora Fram Capital, foi a vencedora do leilão de concessão dos parques Itacolomi e Ibitipoca, realizado em 21/12/22, na sede da Bolsa de Valores (B3), em São Paulo.

A empresa será, durante 30 anos, responsável pela requalificação, modernização e operação dos parques e na aplicação dos recursos para a implantação, manutenção e reforma de infraestruturas das unidades, como centro de visitantes, quiosques, mirantes e restaurantes.

Caberá ao IEF a gestão administrativa da unidade, mantendo a responsabilidade pelas ações de conservação ambiental, fomento a pesquisas, educação ambiental, prevenção e combate aos incêndios, além da gestão do contrato de concessão, o monitoramento e a fiscalização do desempenho do parceiro privado.

“Um destaque do projeto da concessão é a previsão da construção de uma nova portaria de acesso ao parque pelo lado norte, região dos municípios de Santa Rita do Ibitipoca e Bias Fortes, que irá beneficiar o desenvolvimento socioeconômico das comunidades ali inseridas”, afirma Clarice Silva. A iniciativa atende um antigo pleito dos moradores locais, além de dinamizar o fluxo dos visitantes para novos atrativos que serão abertos à visitação.

História e Biodoversidade

Ibitipoca é uma palavra tupi-guarani que significa “Serra que estoura” ou “Serra estourada”, devido à grande incidência de descargas elétricas (raios) ou, também, à grande quantidade de grutas. É um dos parques mais reconhecidos do Brasil e uma das principais atrações turísticas da região.

Localizado na Serra do Ibitipoca, uma ramificação da Serra da Mantiqueira, o Parque Estadual do Ibitipoca é divisor das águas das bacias dos rios Grande e Paraíba do Sul e possui uma vegetação composta por Mata Atlântica, pelos Campos Rupestres em afloramentos rochosos e matas ciliares ao longo dos cursos d’água. Cactos, bromélias, orquídeas, samambaias e liquens são característicos da Serra do Ibitipoca. As candeias existem em abundância, quase sempre cobertas com um líquen esverdeado chamado barba-de-velho.

O parque possui vários córregos e riachos que formam atrativos como piscinas naturais e cachoeiras. A correnteza forte chega a fazer escavações que formam passagens subterrâneas, como por exemplo, a Ponte de Pedra. As grutas formadas em rochas quartzíticas integram a paisagem do parque.

A fauna é rica, com a presença de espécies ameaçadas de extinção, como a onça parda, o lobo guará e o primata sauá. Aparecem também o macaco barbado (bugio), o papagaio-do-peito roxo, o coati, o andorinhão-de-coleira falha, entre outros. Dentre os anfíbios, encontra-se uma espécie de perereca que foi identificada pela primeira vez na região, a Hyla ibitipoca.

 



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