Obras do primeiro laboratório-fábrica de ímãs de terras raras do Brasil estão em fase de acabamento

Projeto sendo implantado em Minas Gerais pela Codemge tem término dos trabalhos previsto para o final de 2019

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Visão frontal do prédio do laboratório-fábrica de ímãs de terras raras
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A instalação do primeiro laboratório-fábrica de ligas e ímãs de terras raras do Brasil, o LabFabITR, localizado em Lagoa Santa, Região Metropolitana de Belo Horizonte, segue em ritmo acelerado. Após a fase atual do projeto, será realizada a finalização dos trabalhos de obra civil. A previsão é que as obras sejam concluídas até o final de 2019. O empreendimento é uma iniciativa do Governo de Minas Gerais, por meio da Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemge).

Única não só no país, como no Hemisfério Sul, a iniciativa representa um passo decisivo para o fomento à alta tecnologia no estado. Além de suprir parte da demanda nacional pelos ímãs sinterizados de neodímio-ferro-boro (NdFeB), utilizados em equipamentos como motores e geradores elétricos de alta eficiência, o projeto apoiará empresas no desenvolvimento de novas soluções com ímãs de terras raras e na produção de protótipos e pequenas séries.
 

 O terreno, de propriedade da Codemge, possui área de 9.645 m² e integrará instalações de fábrica e Pesquisa & Desenvolvimento (P&D) - Crédito: Acervo/Codemge

O diretor-presidente da Codemge, Dante de Matos, destaca que o investimento em terras raras e em outros novos materiais, como o grafeno e o lítio, faz parte da estratégia de diversificação da companhia. “Nosso objetivo, como empresa de fomento do Estado, é ir além das vocações tradicionais mineiras, identificando produtos de vanguarda, investindo em pesquisa e em desenvolver processos competitivos sustentáveis e de alto potencial”, diz.

Próximas etapas

Em paralelo às obras civis, será feito o comissionamento dos equipamentos do laboratório-fábrica, seguindo um cronograma de testes que visa garantir sua atuação conforme especificado em projeto.

A aquisição dos equipamentos está sendo feita com o suporte da Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa (Fundep), sendo em grande parte equipamentos importados e específicos para esta tecnologia, vindo por via marítima de países como China, Alemanha e Estados Unidos. A célula de redução está sendo desenvolvida pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), gerando tecnologia própria para o projeto.

As fases seguintes são o start-up da planta, início da produção fabril, previsto para o primeiro semestre de 2020, e o ramp-up, que é o processo de se atingir a capacidade produtiva.

Os estudos começaram em 2015 e as obras, em dezembro de 2017. O investimento da Codemge em obra civil e bens de capital é de aproximadamente R$ 100 milhões. O laboratório-fábrica foi projetado para iniciar com capacidade anual de 23 toneladas, devendo alcançar a marca de 100 toneladas/ano de ímãs em até dez anos de operação.

Relevância

Embora o LabFabITR ainda não esteja finalizado, potenciais clientes, em especial do mercado nacional, já demonstraram interesse em adquirir os ímãs, influenciados pela logística e pela localização da planta. Todos os ímãs de terras raras utilizados no Brasil são embarcados do exterior (em especial da China, que domina este mercado), o que demonstra o potencial de consumo dos produtos a serem desenvolvidos no projeto. 

O gerente do empreendimento, Rodrigo Mesquita, explica que o LabFabITR, mais que um projeto, é também um negócio, que busca parceiros e investidores que tenham interesse em P&D e na produção de imãs de terras raras NdFeB com confiabilidade, durabilidade, eficiência e qualidade:

“Fazendo esse trabalho em Minas Gerais, estamos fomentando a cadeia produtiva da região e visando atender clientes dos mais diversos segmentos na área de magnetismo e acessórios. Acredito ser de suma importância estudar e implementar processos de produção de ímãs permanentes em escala industrial no Brasil, desenvolvendo pesquisa e produção nesta área, de modo a enfrentar a liderança chinesa e permitindo que Minas Gerais e, consequentemente, o país possuam suas próprias tecnologias”, afirma.



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