Minas lança plano estadual de enfrentamento à tuberculose até 2026

Documento apresentado pela Secretaria de Estado de Saúd estabelece estratégias e políticas públicas de combate à doença

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Fábio Marchetto / SES-MG

Com o objetivo de estabelecer metas e melhorar indicadores de controle da tuberculose em Minas, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) apresentou a segunda etapa do Plano Estadual pelo Fim da Tuberculose como Problema de Saúde Pública - estratégias para 2023-2026.  

O documento traz o cenário epidemiológico, principais avanços e desafios, indicadores de monitoramento, pilares, objetivos e ações para o enfrentamento à doença. 

O lançamento ocorreu durante o V Workshop para o Controle da Tuberculose em Minas Gerais, realizado na Cidade Administrativa, em Belo Horizonte, na última semana (entre 7 e 9/3).

Coordenadora de Tuberculose da SES-MG, Maíra Veloso explica que o plano estadual foi elaborado conforme diretrizes do plano nacional, do Ministério da Saúde, e considerando as especificidades do estado. “O plano foi amplamente discutido com todas as Unidades Regionais de Saúde e municípios para definição das ações e indicadores de monitoramento. Esses indicadores serão utilizados pelo Estado para avaliar a implementação das ações do plano. Outros indicadores podem ser selecionados pelos territórios, considerando a realidade local", pontua.

Cenário 

De acordo com pesquisa feita pela Coordenação de Tuberculose da SES-MG apresentado durante o workshop, 4.773 casos da doença foram notificados no estado em 2022. 

Os três municípios com maior número de casos foram Belo Horizonte, com 669, Juiz de Fora, com 249 e Uberlândia, com 176. O coeficiente de incidência de tuberculose, no ano passado, foi de 19 casos a cada 100 mil habitantes. 

Além disso, a análise trouxe a informação de que 543 municípios mineiros registraram ao menos um caso da doença em 2022. 

Em 2023, 482 pessoas foram diagnosticadas com o agravo em Minas, até o momento.

Qualificação
 

Fábio Marchetto / SES-MG

Maíra Veloso destaca que a realização do workshop para o controle da tuberculose proporcionou troca de experiências para o delineamento de políticas públicas de combate à doença em Minas. 

Ela ressalta que o Estado segue as orientações da Organização Mundial da Saúde e Ministério da Saúde e que as metas e indicadores são monitoradas periodicamente. “Eventos como este favorecem a realização de discussões ampliadas entre os profissionais, instituições e sociedade civil, o que contribui para a qualificação dos processos de gestão, vigilância e assistência do programa de controle da tuberculose”, conta a coordenadora.

“Os indicadores selecionados no plano estadual permitem monitorar e avaliar a implementação das ações prioritárias estabelecidas no documento. Temos como prioridade ampliar a detecção dos casos de tuberculose, estabelecer estratégias de adesão capazes de ampliar o número de pessoas curadas e evitar o abandono do tratamento. A partir do lançamento do plano já damos início ao processo de discussão e implementação em todo o estado”, explica Maíra Veloso.

Sobre o evento

O Workshop para o Controle da Tuberculose em Minas Gerais foi direcionado às referências técnicas das Unidades Regionais de Saúde (URS), aos municípios prioritários, laboratórios, universidades, e membros do Comitê Mineiro para o Controle Social da Tuberculose. 

Esta foi a quinta vez que a SES-MG realiza o evento, com o objetivo de apresentar atualizações, diretrizes e inovações para o enfrentamento à doença. A reunião é realizada em março, em alusão ao Dia Mundial de Combate à Tuberculose, celebrado em 24/3.

Ações 

Superintendente de Vigilância Epidemiológica da SES-MG, Eliane Nobre destacou o foco dos profissionais da saúde envolvidos no combate ao agravo. “A análise da situação de saúde de Minas Gerais mostra que temos grandes desafios. As 28 URS fizeram avaliação de cenário dos seus territórios, o que nos permitiu ter um panorama geral. Precisamos organizar uma rede de atenção que seja capaz de fazer um diagnóstico precoce e tratar a doença no momento certo e de forma adequada”, disse.

Já José Maurício de Melo Araújo, coordenador do Comitê Mineiro para o Controle Social da Tuberculose, reafirmou a necessidade de um cuidado de qualidade ao paciente e a importância do envolvimento da sociedade civil organizada nas ações de prevenção e controle.

Tiemi Arakawa, do Ministério da Saúde, falou sobre a importância do trabalho conjunto entre a esfera federal, estadual e municipal no combate à tuberculose. “É por meio de uma resposta coordenada que podemos fortalecer políticas públicas de saúde e enfrentar os efeitos da crise sanitária e social agravada pela pandemia de covid. Participar dessa iniciativa realizada por Minas Gerais, de promover o debate sobre tuberculose entre estado, regionais, municípios, sociedade civil e outros parceiros, é uma oportunidade para que possamos, juntos, qualificar a atenção às pessoas e comunidades afetadas pela doença”, frisou.

Kleydson Andrade, da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS) ressaltou que controlar a tuberculose em um estado como Minas Gerais é um desafio. “Minas tem um programa de controle da doença muito forte e também diferenciado, e, com tantos municípios e cenários diferentes, a atuação precisa ser direcionada. A Opas/OMS tem a proposta de fortalecer ações de controle da doença junto aos estados, e Minas Gerais é um deles”, pontuou.

No workshop, além do lançamento do plano estadual, houve palestras de convidados externos como Júlio Croda, da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, Kleydson Andrade, da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), Tiemi Arakawa; Liliana Romero e Alícia Kruger, do Ministério da Saúde, Stefano Codenotti, da Fiocruz de Brasília, Joilda Nery, da Universidade Federal da Bahia, além de vários outros com expertise em tuberculose.



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