Metendo a colher: forças de segurança de Minas divulgam balanço da “Átria”, operação de combate a crimes contra a mulher 

Ações afirmativas e de prevenção à violência contra a mulher, junto à população de Juiz de Fora, marcam o fim da operação, iniciada em 27/2, em todo o estado 

  • ícone de compartilhamento

PMMG / Divulgação

Ao longo de um mês, as forças de segurança de Minas Gerais se uniram na “Operação Átria”, de combate à violência contra a mulher. Nesta terça-feira (28/3), ações afirmativas e de prevenção junto à população de Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira, marcam o dia D das atividades – data de divulgação dos dados estaduais e reforço nas ações. Iniciada no dia 27/2 em todo o estado, a operação de combate a crimes contra a mulher integrou as forças mineiras de segurança e instituições parceiras, sob coordenação da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais (Sejusp)

Durante o mês, 412 pessoas foram presas, 45 vítimas foram resgatadas e 131 ações de retiradas de pertences foram realizadas. O balanço aponta 2.378 inquéritos policiais concluídos e 2.073 inquéritos instaurados pela Polícia Civil de Minas. Ao todo, foram 6 mil visitas/diligências policiais realizadas; 218 mandados de prisão e 56 de busca e apreensão cumpridos. A operação, realizada nos 853 municípios do estado, contou também com a ajuda da população, por meio de 995 denúncias anônimas recebidas por meio do Disque Denúncia 181. 

As instituições cumpriram mandados de prisão, busca e apreensão, realizaram palestras, campanhas informativas de serviços, policiamento ostensivo, visitas tranquilizadoras às vítimas de violência doméstica, trabalho de responsabilização junto a homens autores de violência e outras ações preventivas e repressivas. Por meio dos programas de Prevenção à Criminalidade, foram 11.860 mulheres em situação de violência doméstica atendidas e 492 atendimentos de homens autores de violência contra a mulher.  

Mais de dois mil profissionais participaram da força-tarefa mineira, dentre esses: policiais civis, policiais militares, policiais penais, agentes socioeducativos, bombeiros militares, integrantes do Ministério Público de Minas Gerais, técnicos da Política de Prevenção Social à Criminalidade da Sejusp, profissionais da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Sedese) e da Defensoria Pública de Minas Gerais. A Operação Átria foi demandada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública e aconteceu em todo o território brasileiro.  

Ações em Juiz de Fora 

O secretário de Justiça e Segurança Pública, Rogério Greco, esteve presente em todas as iniciativas desenvolvidas em Juiz de Fora nesta terça-feira: ação social junto à população, entrega de absorventes produzidos no sistema prisional às mulheres em vulnerabilidade social e lançamento do “Chame a Frida”, da Polícia Civil. Aproveitando a presença na cidade, também visitou as obras de reforma do Centro de Remanejamento Provisório (Ceresp) de Juiz de fora, que está com mais de 80% do projeto concluído.  

“Essa união de esforços em prol de um tema tão importante busca mostrar às mulheres em situação de violência que elas podem procurar apoio nos diferentes programas de atendimento desenvolvidos pelas instituições do estado. É importante que toda a população se empenhe em combater esse crime e denuncie os casos às autoridades policiais. Minas Gerais não vai tolerar a violência contra a mulher”, destacou o secretário. 

A carreta do Centro Integrado de Comando e Controle (CICC) – que reúne todas as forças de segurança – ficou estacionada durante a ação no Parque Halfeld, região central de Juiz de Fora, e foi o ponto focal das atividades do dia. As instituições integrantes se reuniram no local, distribuindo informações para a população e prestando atendimento aos transeuntes. O trabalho foi desenvolvido com apoio da prefeitura municipal.  

A população contou com atendimento da Defensoria Pública, dos programas de Prevenção à Criminalidade da Sejusp e do Centro de Referência de Direitos Humanos (CRDH), além de massagem, duas exposições de artesanato, exposição fotográfica, voucher para corte de cabelo, divulgação e orientação dos serviços de atendimento psicossocial às mulheres pelo Cerna e de cadastro de currículos no Banco de Empregos A Vez Delas. 

"É fundamental a construção e o aperfeiçoamento de políticas públicas voltadas para mulheres, alvos de violência em razão do gênero. E neste sentido, o Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais apoia a Operação Átria, que desenvolve um esforço coordenado entre os órgãos de segurança pública e outros atores, dando voz às mulheres, por meio de denúncias, além de promover ações para reduzir e coibir a violência doméstica", observou o comandante-geral do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais, coronel Erlon Dias Botelho.  

O 1º Ten Marco Túlio, da Seção de Direitos Humanos e Prevenção à Violência Doméstica da Diretoria de Operações da Polícia Militar de Minas Gerais, lembrou da luta histórica da mulher em âmbito mundial e disse que a instituição intensificou suas ações nesse último mês. “É um período importante, de reflexão das conquistas no âmbito social, político e econômico. Nesse sentido, a Polícia Militar, durante todo o mês de março, por meio de vários serviços de seu portfólio, em especial o serviço de prevenção à violência doméstica, está realizando ações de prevenção e combate à violência contra a mulher, com a finalidade de reduzir a incidência e o número desses delitos, em especial o feminicídio”, disse.  

Entrega de absorventes  

Na Casa da Mulher, equipamento de acolhimento da prefeitura municipal, o secretário da Sejusp, Rogério Greco, participou da entrega de absorventes produzidos no sistema prisional. Os itens serão destinados a unidades de acolhimento de meninas e mulheres em situação de vulnerabilidade social de Juiz de Fora. Foram entregues 1.833 pacotes, contendo 16 absorventes cada. Ao todo, 83 mulheres serão contempladas neste ano. A entrega foi realizada em parceria com a Sedese e com o município.   

“Esta primeira entrega de absorventes higiênicos representa uma vitória na luta a favor das mulheres, especialmente as mais vulneráveis socialmente. Elas receberão não apenas um item de higiene básica, mas terão mais liberdade, conforto e sobretudo mais dignidade. A Sedese participa da construção desta política pública, que envolve educação, saúde e a segurança pública, com muito orgulho por fazer mais pelo desenvolvimento social em Minas Gerais”, ressaltou a secretária de Desenvolvimento Social, Elizabeth Jucá.

Lançamento do “Chame a Frida” 

Ainda na Casa da Mulher, o secretário participou do lançamento do “Chame a Frida”, desenvolvido pela Polícia Civil de Minas Gerais. Frida é uma atendente virtual que utiliza o aplicativo de mensagens instantâneas WhatsApp para atender, de forma imediata, às solicitações de mulheres vítimas de violência, por meio de mensagens pré-programadas.  

A chefe interina da Polícia Civil de Minas Gerais, Irene Angélica Franco, afirma que a instituição tem no combate a crimes contra as mulheres uma prioridade institucional. “Neste mês de março, no âmbito da Operação Átria, a PCMG desenvolveu ações em todo o estado, no exercício da polícia investigativa e judiciária, bem como no trabalho de conscientização da população mineira sobre a importância do tema”. 

 



Últimas