Mariana vai receber Fica Vivo!, Mediação de Conflitos e Base Móvel da PM

Reunião integrada de segurança pública, organizada pelo Estado, teve objetivo de avaliar e implantar ações para melhorar atendimento prestado à população vítima de tragédia em 2015

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A cidade de Mariana, atingida pelo rompimento da Barragem do Fundão, em 2015, recebeu atenção especial da Segurança Pública do Estado, nesta terça-feira (7/5). Um encontro, coordenado pela Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), reuniu diversas instituições para discutir e definir ações que poderão ser implantadas, ou melhoradas, na segurança do município, de forma integrada, para aprimorar o atendimento prestado à população, vítima do rompimento de uma barragem.

Crédito: Pedro Ferreira/Prefeitura de Mariana

Durante a reunião, Sesp, Polícia Militar, Polícia Civil, Corpo de Bombeiros, sistemas Prisional e Socioeducativo, Ministério Público, Guarda Municipal, Prefeitura, Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e as áreas de Prevenção à Criminalidade e Prevenção ao Uso de Drogas se debruçaram sobre estatísticas de criminalidade e mudanças de padrões de violência na região, a partir dos desdobramentos sociais ocorridos após a tragédia. Dessa forma, as instituições depuraram projetos de segurança e listaram prioridades para melhorar a segurança na região.

“Mariana foi impactada economicamente com a tragédia de 2015, com desdobramentos sociais. Estamos nos antecipando, para minimizar impactos na segurança e prevenir problemas. Vamos buscar recursos e parceiros para executar os projetos discutidos. Queremos melhorar o atendimento à população”, ressaltou o secretário de Estado de Segurança Pública, general Mario Araujo.

Fica Vivo! e Mediação de Conflitos

Entre as prioridades definidas pelo grupo, algumas já foram acordadas e serão implantadas imediatamente. Uma delas, de sucesso comprovado na redução da criminalidade em áreas vulneráveis do estado, é a implantação de um Centro de Prevenção à Criminalidade, com os programas Fica Vivo! e Mediação de Conflitos. No ano passado, por exemplo, a redução de mortes em regiões onde os programas estão instalados chegou a quase 30%.

O Fica Vivo! busca controlar e prevenir ocorrências de homicídios em áreas vulneráveis, melhorando a vida da população. O programa faz atendimento psicossocial e encaminhamento para a rede de serviços públicos, além de oferecer oficinas de esporte, cultura e lazer para jovens da faixa etária de 12 a 24 anos.

Já o Mediação de Conflitos promove meios pacíficos de administração de conflitos nos níveis pessoal, comunitário e institucional, de forma a minimizar, prevenir e evitar que eles se desdobrem em situações de violência e criminalidade.

O custeio do Centro de Prevenção, onde funcionarão os dois programas, será arcado pela Prefeitura de Mariana. A previsão é que a unidade seja implantada na região dos bairros Cabanas e Santo Antônio.

A Sesp ainda se comprometeu a construir, em conjunto com o município, um Plano Municipal de Segurança Pública e a capacitar, por meio de encontros e palestras, representantes da Guarda Municipal e da rede municipal de Saúde e Educação em “Comunicação Não-Violenta” e “Ações de Prevenção Contra a Violência Doméstica”.

Base Móvel

Outra ação para melhoria da segurança do município é a instalação de uma Base Comunitária Móvel da Polícia Militar – estrutura itinerante de policiamento comunitário, que resulta principalmente na redução dos crimes contra o patrimônio, como roubos. A base será instalada na Praça Jardins, no Centro da cidade. O anúncio foi realizado pelo subcomandante-geral da PM, cel. Marcelo Fernandes. A expectativa é que, no máximo até o mês de julho, a estrutura móvel já tenha chegado a Mariana.

Busca de recursos

Outras ações de segurança foram avaliadas e deverão ser alvo de prospecção de recursos pela Sesp e demais instituições de segurança. A Polícia Militar, por exemplo, avalia como positiva para a população da cidade a implantação de câmeras do projeto Olho Vivo. Um estudo, desenvolvido previamente pela PM, indica a necessidade de 15 câmeras e uma Central de Monitoramento, para um atendimento adequado. Durante a reunião, o prefeito de Mariana, Duarte Junior, prometeu recursos para viabilizar a tecnologia.

A Polícia Civil avalia como necessária a implantação de um Posto de Perícia Integrado, que poderá atender não só Mariana, como também Ouro Preto, Itabirito e Diogo Vasconcelos. A construção de uma Área Integrada de Segurança Pública (Aisp) – estrutura que abarcaria trabalhos da Polícia Civil, Polícia Militar e Corpo de Bombeiros – também foi discutida na reunião. A prefeitura local se disponibilizou a fazer uma prospecção de terrenos que melhor atenderiam a iniciativa.

Sistema Prisional

A desocupação do presídio de Itabirito, na região, por estar na zona de risco de um possível rompimento de barragem em Ouro Preto, aumentou a população carcerária de Mariana. Por isso, outra proposta debatida no encontro foi a construção de uma unidade prisional maior, com cerca de 600 vagas. Também neste caso a prefeitura disse estar disposta à doação de um terreno para a futura obra. Uma equipe de engenharia da Secretaria de Segurança Pública deve visitar o município, ainda nesta semana, para identificar um local que atenda às necessidades do sistema prisional.

Brumadinho

Na próxima semana, uma reunião com a integração de várias instituições está prevista para acontecer na cidade de Brumadinho, atingida pelo rompimento da barragem da Mina do Feijão, no dia 25 de janeiro deste ano.

Em Mariana, nesta terça, além do secretário de Segurança Pública, general Mario Araujo, participaram do encontro o subcomandante-geral da PM, cel. Marcelo Fernandes; o superintendente de Planejamento, Gestão e Finanças da Polícia Civil, delegado-geral Fernando Dias da Silva; o comandante do 1º Comando Operacional do Corpo de Bombeiros, cel. Anderson Almeida; a secretária de Trabalho e Desenvolvimento Social, Elizabeth Jucá; o promotor de Justiça da 1ª Promotoria, Guilherme Meneghin; o prefeito de Mariana, Duarte Junior; o presidente da Subseção da OAB de Mariana, Marcílio Geraldo Vieira Queiróz; subsecretários da Sesp e da Secretaria de Estado de Administração Prisional (Seap); além de representantes locais e regionais das instituições de segurança.



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