Jovens carentes têm oportunidade de trabalho no governo mineiro

Estado emprega jovens em vulnerabilidade social dentro do Programa de Aprendizagem em parceria com empresas terceirizadas

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Com foco na atuação para reduzir a vulnerabilidade social, o Governo de Minas oferece vagas para adolescentes trabalhadores atuarem na Cidade Administrativa. Hoje, são 170 postos de trabalho distribuídos nas secretarias, autarquias e fundações. De acordo com Nilson Braga, diretor da Central de Facilities, pertencente à Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag), e gestor do contrato desde 2016, o maior desafio é o objetivo de melhorar o aproveitamento no desempenho escolar dos adolescentes contratados.

De pé, da esquerda para a direita, Marcos Muniz, Nilson Braga e Victor de Jesus (Crédito: Divulgação)

No ano em que assumiu a gestão do programa, conta Braga, apenas 65% dos adolescentes contratados tiveram aprovação escolar. Já em 2018, a aprovação foi de 94%. E ele aposta que a tendência é uma melhora cada vez maior.

Toda essa conquista deveu-se a um programa de monitoramento do desempenho escolar dos adolescentes contratados, redução da carga horária de trabalho, passando de 8 para 6 horas por dia, reforço escolar para as disciplinas de português, matemática, física, química e biologia.
Destaque, ainda, para a oferta de outros cursos profissionalizantes, como robótica, internet, excelência no atendimento; e inglês e espanhol, por meio de parcerias com escolas de idiomas.

Em alguns casos, o menor aprendiz, após o fim do vínculo no programa, pode ser contratado pelo governo. É o caso de Victor Araújo de Jesus, hoje com 21 anos. Morador de uma vila na região Nordeste de Belo Horizonte, ele começou como adolescente trabalhador em 2015, incentivado por colegas que já tinham passado pelo Programa de Aprendizagem (Menor Aprendiz) implantado pelo governo federal em 2000.

Desde 2017, Victor se tornou servidor público, como assistente administrativo na Secretaria de Governo (Segov). Ele diz que, sem essa oportunidade, não conquistaria o que tem hoje, e nem ajudaria a família. Filho de ajudante de serviços gerais, Victor está fazendo o curso superior de Tecnólogo em Processos Gerenciais. Acredita que a responsabilidade que tem com o trabalho, desde a época de aprendiz, foi importante para sua contratação. "Eu fiz uma escolha e abracei a oportunidade que me deram”, conta.

Outro que também se tornou servidor público contratado por recrutamento amplo foi Marcos Souza Muniz, 22 anos. Seguindo conselho de colegas do bairro Goiânia, na região Nordeste, onde mora, ele se inscreveu numa empresa de seleção terceirizada. Foi, então, enviado para a Cidade Administrativa, onde ficou até 2014. No ano seguinte, retornou ao Estado e, atualmente, permanece como auxiliar administrativo na sede do governo estadual.

“Dei o meu melhor naquele período. Eu queria ficar, mostrar o que sabia e aprender, e não queria desperdiçar essa oportunidade”, diz. Marcos conta que somente pôde realizar o sonho de fazer um curso superior devido a essa oportunidade de trabalho. “Meus pais não teriam condições e, hoje, além de ajudar em casa, vou poder realizar o sonho de me formar em Pedagogia”, revela.



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