A Invest Minas realizou, no dia 17/8, no plenário do Prédio Gerais, na Cidade Administrativa, o primeiro de uma série de três workshops sobre hidrogênio verde. Os encontros reúnem gestores e técnicos do Poder Público e representantes de organizações e empresas privadas para discutir todos os aspectos que envolvem a produção e o uso desta tecnologia.

Apontado como o combustível do futuro, o mercado de hidrogênio verde opera novas iniciativas que foram amplamente discutidas durante o workshop. O objetivo final dos encontros é corroborar para a elaboração da política estadual do hidrogênio verde, em parceria com outros órgãos governamentais, como as secretarias de Estado de Desenvolvimento Econômico, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável e de Fazenda, e empresas como a Cemig e a Gasmig.

Hidrogênio verde

Por ser obtido em processos 100% sustentáveis, o elemento já se mostrou mais eficiente do que as tradicionais fontes de energia. Este é um dos motivos pelos quais o mercado deve crescer muito nos próximos anos, principalmente após vários governos firmarem o compromisso de zerar as emissões de carbono ao redor do mundo até o ano de 2050. Esta é a premissa do Race to Zero, campanha global na qual Minas Gerais foi o primeiro estado da América Latina a aderir, há um ano.

Para o secretário de Desenvolvimento Econômico, Fernando Passalio, “o Brasil está posicionado de forma estratégica para o fornecimento de hidrogênio verde, devido às condições climáticas e geográficas excelentes e favoráveis para geração de energia limpa. No caso específico de Minas Gerais, que é líder nacional na produção de energia solar, a geração de hidrogênio verde surge como uma solução viável e promissora diante das metas e compromissos pactuados no âmbito da campanha Race to Zero’’.

Para o diretor-presidente da Invest Minas, João Paulo Braga, o estado tem todas as condições para liderar essa tecnologia. “Acredita-se que o hidrogênio será responsável por 10% do processo de descarbonização em todo o mundo. A economia mineira tem um potencial gigantesco para a produção desse tipo de combustível por meio de outras fontes renováveis de energia. Essa é uma opção interessante devido ao alto potencial energético do Hidrogênio, o que torna a operação vantajosa economicamente”.

Workshop

Formas de tornar o estado ainda mais atraente para este mercado foram debatidos pela a Secretaria de Fazenda, que abordou neste primeiro workshop os tratamentos tributários para investimentos na fabricação de partes, peças, componentes e equipamentos para o setor. Atualmente, o estado conta com o segundo maior parque produtivo do país e parte desses itens podem ser produzidos por empresas já instaladas. É o caso da Hytron, empresa que anunciou recentemente um investimento relevante para a fabricação de equipamentos para produção de hidrogênio no estado.

Além de apresentar como o hidrogênio pode contribuir para o desenvolvimento sustentável em Minas Gerais, a diretora de Mercado e Regulação da Associação Brasileira do Hidrogênio (ABH2), Marina Domingues, detalhou as principais tecnologias disponíveis hoje no mercado para obtenção do produto. Os participantes puderam debater os desafios na produção, armazenamento e distribuição do combustível.

Outras empresas também estão atentas a este mercado. É o caso da Anglo American, que possui uma unidade mineradora em Conceição do Mato Dentro, região Central do estado. A coordenadora de Desenvolvimento Sustentável da empresa, Claudiana Silva, explicou no workshop que “o plano da Anglo American é produzir um caminhão especial movido a hidrogênio para atender às demandas da mina e que poderá ser comercializado para outras empresas do setor de mineração, criando um novo mercado e gerando empregos”.

Outros dois workshops serão realizados nas próximas semanas para debater tecnologias e financiamento dos projetos, bem como questões de licenciamento atrelados à produção de hidrogênio.

*Este conteúdo foi produzido durante o período de restrição eleitoral e publicado somente após a oficialização do término das eleições.