Hospital Alberto Cavalcanti promove Outubro Rosa

Principal referência em Oncologia no SUS do estado se mobiliza para prevenir o câncer de mama

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Todos os anos, o Hospital Alberto Cavalcanti (HAC) se mobiliza para promover o Outubro Rosa, campanha mundial sobre a importância da prevenção ao câncer de mama. Em 2019, não poderia ser diferente: o Ambulatório de Especialidades mudou sua rotina e programou uma celebração de otimismo, superação, e também de conscientização sobre o tema.

Crédito: Divulgação/Fhemig

Servidores das equipes multiprofissionais, como Fisioterapia, Fonoaudiologia e Nutrição, montaram estandes para participação no evento da última semana. Várias organizações não-governamentais (ONGs) também participaram das atividades no Ambulatório de Especialidades, coordenado por Cíntia Esteves Soares.

Atuação na unidade

Em setembro, o HAC voltou a se dedicar exclusivamente à Oncologia, quando encerrou as atividades do Pronto-Atendimento para urgências clínicas. Como explica o presidente da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), Fábio Baccheretti Vitor, “esse é um momento especial na história do Alberto Cavalcanti, que marca a consolidação da sua vocação assistencial, o atendimento ao paciente com câncer”.

Segundo ele, a expectativa é que seja atendido número cada vez maior de pacientes, agilizando os tratamentos para a doença. “Nesse Outubro Rosa, esperamos mobilizar a atenção de todos - funcionários, pacientes e familiares, parceiros e voluntários reunidos em torno de uma causa tão relevante”, diz Baccheretti.

Campanhas como a do Outubro Rosa, observa o diretor do HAC, Gustavo Marques Braga, trazem à tona um problema social, que é o combate ao câncer, enfrentando o preconceito e o receio de se discutir a doença. "Câncer é passível de cura e esse trabalho é extremamente importante para conscientizar sobre isso. Além de assistir ao paciente, temos também o papel de educar, orientar sobre prevenção, promover a saúde”, avalia Braga.

Rapidez é essencial

O HAC é referência estadual na assistência oncológica pelo SUS, com uma equipe multidisciplinar que acompanha, mensalmente, cerca de 80 pacientes com câncer de mama. Entre os serviços disponibilizados estão consultas especializadas (Mastologia, Cirurgia Plástica, Oncologia Clínica etc.), equipe multiprofissional (Psicologia, Terapia Ocupacional, Fisioterapia, Serviço Social e Nutrição), exames diversos (mamografia, ultrassom, tomografia, agulhamento, biópsia), tratamentos (quimioterapia e hormonioterapia), cirurgias, reconstruções mamárias e internações.

O encaminhamento para o HAC é feito pela Comissão Municipal de Oncologia (CMO/PBH) que, por sua vez, recebe pacientes da Central de Internação. A paciente é agendada para atendimento no ambulatório de Mastologia, onde é feita a investigação e a complementação diagnóstica, e também o tratamento. “Tudo isso no menor espaço de tempo possível”, ressalta a mastologista Luciana Azevedo.

A mastologista explica, ainda, que o tratamento é personalizado e depende de fatores relacionados à paciente e às características do tumor. Por essa razão, o tratamento do câncer de mama é amplo e envolve diversas especialidades na área da Saúde. “É importante criarmos uma rede de apoio ao paciente oncológico, a fim de aumentar as chances de sucesso no tratamento”, lembra Luciana.

Prevenção

Para prevenir a doença, conforme a  mastologista, o que se pode fazer, na realidade, é a avaliação médica anual, a prática de atividade física, o controle da obesidade e uma dieta saudável. Essas medidas podem reduzir em até 25% o risco para câncer de mama. Segundo ela, o principal método de rastreio é a mamografia. Todos os demais são complementares.

Nos homens, o câncer de mama corresponde a 1% dos casos. O tratamento é parecido com o das mulheres, mas depende de cada caso.

“Toda a equipe do Alberto Cavalcanti trabalha ativamente na atualização dos tratamentos, oferecendo sempre as melhores e mais atuais condutas no tratamento do câncer de mama, que são acessíveis no Sistema Único de Saúde (SUS)”, conclui Luciana.

Superação

A costureira Maria das Graças e Silva, 69 anos, enfrentou há 21 anos um câncer de mama e, hoje, faz questão de continuar como voluntária no atendimento do Alberto Cavalcanti. “Encontrei uma equipe que sempre me acolheu com carinho, me curei totalmente e resolvi que iria ajudar no que pudesse. Tornei-me monitora na oficina de sutiãs da equipe de Terapia Ocupacional do hospital”, conta.

Ela costura e ensina a fazer sutiãs com enchimento que disfarçam a mastectomia, sua maneira de se solidarizar com as mulheres que passam por ali. “Ajudo as mulheres a se tornarem bonitas, mesmo diante de um momento difícil. A vaidade é importante neste caso. E nunca desistir, é claro”, avalia.

Avani Antônia de Souza Silva, 56 anos, começou há três meses seu tratamento e se envolveu no evento de mobilização. “Estou adorando essa iniciativa, conseguiu me jogar ‘pra cima’, me lembrar que não somente eu passo por isso e que tenho pessoas pra me apoiar, além da família e dos amigos. O essencial é ter fé e buscar tratamento”, afirma.

Parceiros do HAC

Algumas das ONGs parceiras atuam em diversas ocasiões no hospital, como a “Um sorriso por uma foto”, da administradora e fotógrafa Janaína Moura. Há quatro anos, eles oferecem apoio para os pacientes, ajudando no que precisam, de cestas básicas a orientação jurídica. No caso das fotos, o objetivo é resgatar a autoestima.

O mesmo objetivo tem a tatuadora Tatiana Michelle, do estúdio Polaris Tattoo Shop. Ela estava em um dos ambulatórios fazendo micropigmentação do mamilo de uma paciente que retirou um dos seios. Essas “tatuagens” são oferecidas gratuitamente pelo estúdio.

Já Glauco e Marconi, da ONG “Todos por uma boa causa”, desenvolvem um trabalho de buscar cabelos e confeccionar perucas. Elas são doadas às pacientes que apresentam queda de cabelos, um dos possíveis efeitos colaterais dos tratamentos contra o câncer.



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