Gruta do Maquiné recebe montagem de ópera que estreia esta semana no Palácio das Artes

Vice-governador de Minas conferiu pré-estreia de Matraga, baseada em conto de Guimarães Rosa

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A três dias da estreia da ópera Matraga no Palácio das Artes, a Fundação Clóvis Salgado (FCS) deu uma amostra do que o público pode esperar em uma exibição realizada na Gruta do Maquiné, em Cordisburgo, na região Central de Minas Gerais. 

O vice-governador de Minas Gerais, professor Mateus, elogiou a representação da cultura mineira na obra, após assistir ao espetáculo ao lado do secretário de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais (Secult-MG), Leônidas Oliveira e do presidente da FCS, Sérgio Rodrigo Reis.  

“Quando reunimos a Fundação Clóvis Salgado, a Gruta do Maquiné concedida à iniciativa privada, nossos esforços de lei de incentivo, a nossa Secult-MG, vemos essa rede que se forma entre cultura e turismo, entre Estado e iniciativa privada para garantir que tenhamos cada vez mais um melhor proveito e uma maior exposição do que é Minas Gerais para todo o Brasil. Quando conseguimos fazer com que essas sinergias apresentem para a população mineira o que é Minas Gerais, só temos a ganhar”, avaliou Professor Mateus. 

A ópera obteve repasse de R$ 2,8 milhões, sendo R$ 1,1 milhão do Governo de Minas para custos operacionais e despesa de custeio, e R$ 1,7 milhão da Lei Federal de Incentivo à Cultura, por meio de aporte de empresas como a Vale, Cemig, Usiminas, Copasa, Anglo e CSN. 

Atores e músicos encenaram trechos da ópera respeitando as regras de conservação dos salões da Gruta do Maquiné e as mais de 60 espécies de animais do monumento. Matraga tem três atos, em que a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais, o Coral Lírico de Minas Gerais e a Cia. de Dança Palácio das Artes apresentam a história do fazendeiro Augusto Matraga, um valentão do lugar que busca a redenção no sertão mineiro após perder quase tudo e sofrer uma emboscada de seus inimigos. 

Para o secretário Leônidas Oliveira, tratou-se de uma oportunidade “inusitada, trazendo a transversalidade do meio ambiente com aquilo que é mais profundo da cultura mineira, que é o nosso modo de ser, de existência, a nossa paisagem cultural, que é o envoltório da nossa cultura”. 

O presidente da FCS detalhou como surgiu a ideia de fazer essa apresentação. “Durante muitos anos, a Fundação Clóvis Salgado se voltou para o repertório universal e olhou pouco para dentro, temos muito orgulho do que somos, do que Minas Gerais tem, e estamos celebrando esse território simbólico e imagético incrível, que tem como símbolo maior Guimarães Rosa”, disse Sérgio Rodrigo Rei.

A história é inspirada no conto "A Hora e a Vez de Augusto Matraga", do escritor João Guimarães Rosa, nascido em Cordisburgo. “Ao pensar em homenageá-lo, buscamos o local ideal para fazer isso, e fomos atrás da memória afetiva da terra natal do escritor, e o ponto crucial da trama ocorre justamente dentro de uma gruta”, explicou.  

Com libreto e música de Rufo Herrera, Matraga será encenada na íntegra nos dias 25, 27, 28 e 29/10 no Grande Teatro Cemig Palácio das Artes. com direção musical de Ligia Amadio, regente titular da Orquestra Sinfônica De Minas Gerais, concepção e direção cênica de Rita Clemente e direção geral de Cláudia Malta. 

Gruta do Maquiné 

Considerada o berço da paleontologia brasileira, a Gruta do Maquiné faz parte da rota das Grutas Peter Lund, tem 650 metros de extensão distribuídos em sete salões, com percurso interno iluminado. O Governo de Minas formalizou, em 2021, a concessão pública de atividades da Rota das Grutas Peter Lund para a iniciativa privada, tornando-se a primeira concessão de atividades de ecoturismo do Programa de Concessão de Parques Estaduais (Parc), projeto lançado em 2019 com objetivo de implementar um novo modelo de gestão, operação e manutenção em unidades de conservação do estado.  

O Consórcio Gestão Parques MG – Urbanes – B21 venceu o processo de licitação, com investimento previsto de R$ 12 milhões em melhorias estruturais e reformas das unidades de conservação, além de permitir uma economia de R$ 4 milhões por ano aos cofres públicos com gastos de manutenção das unidades. As áreas de conservação permanecem sob cuidados do Instituto Estadual de Florestas (IEF). O contrato de licitação, no valor de R$ 294,6 milhões, tem validade de 28 anos. 



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