Após dois anos e seis meses, foi revogado o decreto que declarou situação de emergência em saúde pública em Minas Gerais por conta da pandemia da covid-19. A revogação, por meio do Decreto número 596, foi publicada no Diário Oficial do estado nesta sexta-feira (23/9).

O Decreto número 113 foi publicado em 12/3/2020, e dispunha sobre as medidas de enfrentamento ao coronavírus. Por meio dele, o estado poderia realizar exames médicos, testes laboratoriais, vacinação, tratamentos, requisição de bens e outras atividades necessárias para o combate à doença.

O Estado também ficava dispensado de realizar licitação para aquisição de bens, serviços e insumos de saúde para esses casos. Além disso, o decreto também instalava o Centro de Operações de Emergência em Saúde (Coes Minas Covid-19), coordenado pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), para monitoramento da emergência.

Atualmente, no segundo semestre de 2022, o cenário é de queda no número de casos da doença em Minas Gerais. Segundo o boletim divulgado nesta sexta, em 24 horas, foram confirmados 232 casos e dez óbitos pela covid-19. Há um ano, nesta mesma data, Minas contabilizava 9.574 novos casos e 50 mortes. Desde o início da pandemia, foram registrados 3.879.291 casos da doença no estado, sendo que 63.768 morreram.

População ainda precisa se vacinar

O avanço da vacinação, que começou em janeiro de 2021, foi fundamental para a melhora dos índices em Minas Gerais e no restante do país. Segundo o painel Vacinômetro, administrado pela SES-MG, a cobertura com a primeira dose da vacina em Minas Gerais já chegou a 90,33% da população do estado. A segunda dose e dose única foi aplicada em 85,21% do público-alvo. A primeira dose de reforço, em 62,61%, e a segunda dose de reforço (ou quarta dose), em 39,44% do público-alvo.

A importância da vacinação é reforçada pelo secretário de Estado de Saúde, Fábio Baccheretti. Segundo ele, hoje o estado tem índices de incidência da covid-19 muito parecidos com os do início da pandemia, e ele atribui esse fator à vacinação, mas lembra que a doença ainda vai circular e há pessoas desprotegidas. “É um ponto importante, um ponto a ser comemorado, mas também temos que lembrar que a covid-19 passa a ser sazonal. Logo teremos de novo outono, inverno, a partir de março do ano que vem, e temos ainda uma boa parte da população que ainda não buscou sua vacinação”, alerta o secretário.

“Entre as crianças, pouco mais de 50% tomaram as duas doses, e os adultos acima de 40 anos, nem 40% tomaram o segundo reforço - ou quarta dose. (O fim da emergência) é motivo de comemoração, mais um ciclo se encerra, a pandemia ficando para trás. Mas, nós não podemos relaxar e esquecer o que aconteceu, e temos que nos preparar para o próximo ano, porque essa doença agora tem esse caráter sazonal e deve, obviamente, voltar a circular. Porém, com uma letalidade menor do que a gente vem vivenciando com uma cepa menos letal e a população vacinada”, pontua a autoridade em saúde.

*Este conteúdo foi produzido durante o período de restrição eleitoral e publicado somente após a oficialização do término das eleições.