Governo amplia debate sobre manejo na prevenção de incêndios florestais

Técnica consiste em provocar a queima intencional e controlada em áreas onde o fogo é um elemento natural

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Manejo integrado do fogo é uma forma de conservação dos ecossistemas
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O manejo integrado do fogo de forma responsável e consciente, como forma de conter os incêndios florestais, foi discutido neste mês de maio em evento promovido pelo Governo de Minas, em Diamantina, no Vale do Jequitinhonha. O 1º Seminário sobre Manejo Integrado de Fogo nas Unidades de Conservação (UCs) reuniu 120 pessoas de diversas áreas do poder público e de setores da sociedade civil, que têm investido em políticas de prevenção de incêndios florestais.

O manejo integrado do fogo é basicamente o uso de queima prescrita em ambientes de cerrado ou campos, em que o fogo é um elemento natural. No seminário, o diretor-geral do Instituto Estadual de Florestas (IEF), Antônio Augusto Melo Malard, destacou a relevância do encontro e da temática em debate, reconhecendo a necessidade de ajustes institucionais para a implementação segura em âmbito estadual, que deverá ocorrer o mais rápido possível.
 

Crédito: Divulgação/Sisema

O gerente de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais do IEF, Rodrigo Bueno Belo, explica que o manejo integrado do fogo é um conceito moderno de gestão dos combustíveis (vegetação), mas que já é praticado há anos em outros países para controlar os incêndios mais severos.

“No cerrado, por exemplo, o fogo é parte do ciclo natural da paisagem, mas torna-se um problema quando aparece como elemento estranho, geralmente provocado pelo homem e em períodos em que não deveria ocorrer, como no período mais intenso da estiagem”, afirma o gerente.

“O manejo ainda pode ser usado como uma ferramenta de proteção de espécies vegetacionais e animais”, completa Rodrigo. A aplicação da técnica em Minas Gerais depende ainda da publicação do decreto que regulamentará o capítulo V da Lei Estadual 20.922 e o IEF prevê sua aplicação nas unidades de conservação estaduais.

Histórico

Nas últimas décadas, o poder público e setores da sociedade civil têm investido fortemente em políticas de prevenção da ocorrência de incêndios florestais, sobretudo nas unidades de conservação. No geral, essas políticas foram eficazes na supressão do fogo, porém, acarretaram grande acúmulo de material combustível, tornando a vegetação mais propensa a grandes incêndios florestais nos períodos de seca. Consequentemente, incêndios severos têm se tornado cada vez mais comuns, provocando danos expressivos à vegetação, fauna, solo e recursos hídricos, além de gerarem alto custo econômico com o combate.

Diversas ações e experiências, no Brasil e no mundo, já trabalham com formas alternativas na prevenção de grandes incêndios. Uma das mais utilizadas é o manejo integrado do fogo em unidades de conservação que possuem ecossistemas propensos ao seu uso, onde a provocação intencional de fogo controlado, de baixa intensidade e em estações do ano mais úmidas, é utilizada como ferramenta de conservação destes ecossistemas.



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