Gestores ambientais de sete estados discutem criação de Corredor Ecológico da Mata Atlântica durante Cosud

Encontro abordou ainda mercado regional de carbono e integração de tecnologias para otimizar monitoramento e aumentar fiscalização ambiental nos estados do Sul e Sudeste

imagem de destaque
  • ícone de compartilhamento

Como parte da agenda do 8º encontro do Consórcio de Integração Sul e Sudeste (Cosud), representantes das pastas ambientais dos sete estados que compõem as duas regiões do país se reuniram na tarde desta sexta-feira (2/6), no prédio do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG), no Circuito Liberdade, em Belo Horizonte. 

Além dos anfitriões mineiros, representados pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) e Instituto Estadual de Florestas (IEF), estiveram presentes gestores de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

O tema principal do Grupo de Trabalho (GT) do Meio Ambiente foi o tratado pela Mata Atlântica, passando por três pontos de prioridade na abordagem: restauração florestal e definição de um grande corredor ecológico que passa pelos sete estados; contratação coletiva de dados para monitoramento em tempo real do bioma; regulamentação de mercado de carbono regulado para alavancar projetos de restauração.

"A definição do corredor ecológico abrange os sete estados e irá integrar as áreas preservadas, trabalhando com projeto de restauração florestal e pagamento por serviços ambientais para esse grande acordo de conservação do bioma", explica a secretária de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais, Marília Melo.

Robson Santos

Dados espaciais

Para a preservação e monitoramento das áreas desse corredor, a ideia dos participantes do consórcio é a padronização dos dados monitorados por meio da Infraestrutura de Dados Espaciais (IDE) de cada estado, construindo uma base de dados comum relativa à cobertura vegetal, com imagens de satélite que tenham uma escala adequada.

Já a ideia do mercado de carbono regional é fundamental para geração de recursos a partir desse projeto. "Essa regulamentação nos dá condição de gerar crédito de carbono a partir da restauração florestal desse bioma nos nossos estados", pontuou a secretária Marília Melo.

"Esse corredor de Mata Atlântica é uma área incrível, que vai do Rio Grande do Sul até Minas Gerais, com muita riqueza. Nós temos o hotspot da biodiversidade do mundo nessa região. É fundamental tratar de forma muito séria todo o potencial desse bioma. Passamos a tarde toda discutindo como esses estados, em conjunto, podem criar esse corredor de forma cada vez mais potente e acessar também o mercado de carbono, que pode nos ajudar a financiar a restauração do mesmo", disse a subsecretária de Recursos Hídricos e Sustentabilidade do Rio de Janeiro, Ana Asti.

Os resultados das discussões do GT vão compor documento referência, que será compartilhado entre os sete estados participantes do Cosud, incluindo prazos e métodos de trabalho. 

União de esforços

"As conversas neste Grupo de Trabalho e nas reuniões dos estados que compõem o Cosud estão sendo muito interessantes do ponto de vista da união de esforços, para que a gente consiga atingir os objetivos, que vão culminar no fomento ao desenvolvimento sustentável", destacou o secretário adjunto de Meio Ambiente e Infraestrutura do Rio Grande do Sul, Marcelo Camardelli.

"A cooperação tem avançado num propósito de estabelecer um projeto robusto de restauração florestal, que vai trazer ganhos significativos para todos os estados que compõem o consórcio. A estratégia de restaurar e cumprir os compromissos assumidos no Plano de Ação Climática é salutar e traz benefícios diretos à população", reforçou o subsecretário do Meio Ambiente de São Paulo, Jônatas Souza da Trindade.
 



Últimas