Funed utiliza o artesanato na divulgação científica

Iniciativa da fundação transforma produtos que seriam descartados em materiais lúdicos e educativos

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Aranha gigante foi criada a partir do reaproveitamento de materiais
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Uma bola velha de futebol, rolinhos de papel higiênico, jaleco descartável e feltro. Com muita criatividade, nas mãos das servidoras da Fundação Ezequiel Dias (Funed), esses materiais são ressignificados e transformados em maquetes, réplicas de alimentos e de aranha que tornam lúdica a educação e a divulgação científica.

Crédito: Lucas Oliveira

Quando a servidora do Programa Ciência em Movimento Luzia Marta Dias desmontou uma árvore de Natal – que estava em frente ao galpão do programa – , viu que duas bolas juntas formavam o corpo de uma aranha. Não teve dúvidas: as bolas iriam se transformar em uma aranha gigante. Durante três meses, a servidora se dedicou para que a cópia fosse a mais próxima e biologicamente parecida com uma de verdade.  Mesmo não sendo artesã, aprendeu com muita pesquisa, persistência e tentativas. 

“Quando a gente gosta do que faz e gostamos de criar, nós imaginamos e pesquisamos. Fui fazendo e descobrindo que daria certo”, conta a servidora sobre os desafios do processo. “A gente aprende fazendo, ali não tem teoria nenhuma, tem é prática. Se der errado, a gente começa de novo e conserta”, complementa Luzia.

A primeira viagem da aranha foi em maio e ela foi para a cidade natal do pesquisador Ezequiel Dias, Macaé, no estado do Rio de Janeiro, quando o Programa Ciência em Movimento participou de uma homenagem ao pesquisador.  Por ter sido a sua primeira viagem e em homenagem ao Ezequiel Dias, a equipe do Programa a batizou como Zequinha. “As crianças gostam muito do Zequinha, inclusive, lá no Rio de Janeiro, uma criança sentou na cabeça da aranha porque achou que ela era linda demais. A cabeça afundou um pouco, mas nada que a gente não consiga resolver”.

Crédito: Lucas Oliveira

Por sua vez, a servidora Joana Darc, do Programa Ciência em Movimento, viu que a atenção do público é maior se houver uma maquete na exposição, principalmente quando é preciso abordar temas mais complexos. A servidora conta que, em Bambuí, precisaram explicar a forma de transmissão da doença de chagas. Para isso, usaram uma maquete de uma casinha de pau a pique emprestada de um museu da cidade. “Foi um sucesso na exposição”, destaca.

Joana revela que fez questão de fazer uma surpresa para a equipe e construiu a casinha longe do galpão. Feita com palitos de picolé, bambu, taboa e barro, ela contou com a colaboração de outros setores, com equipamentos, ferramentas e materiais. A servidora fez a casinha em 30 dias, mesmo sem nunca ter feito nada parecido. “Só vi um modelo e vi como era feito”, conta.

O Serviço de Análise de Rotulagem da Diretoria do Instituto Otávio Magalhães (DIOM) também aderiu ao artesanato em suas Palestras de Segurança Alimentar e Nutricional, que são realizadas para crianças de 8 a 14 anos participantes do programa Funed na Escola.

 A partir de agosto, o serviço irá usar réplicas de produtos como frutas, verduras, leite, biscoitos e ovos para ilustrar o conteúdo das palestras. “Com o material feito em feltro, além de ser lúdico, é mais fácil de transportar, leve, educativo e as pessoas podem manipular com facilidade”, explica a chefe do serviço, Valéria Regina Vieira.

Crédito: Lucas Oliveira

As réplicas foram criadas pela servidora da Assessoria de Comunicação Social, Adriana Petrocchi, que também já fez uma maquete para o Programa Ciência em Movimento. O trabalho mostra todo o ciclo de produção de soros da Funed, desde a etapa de desenvolvimento do medicamento, passando pelo processo industrial, até chegar ao cidadão. Segundo Adriana, o uso do artesanato na divulgação científica e nas ações de educação estimula o lado criativo e lúdico das pessoas, pois “resgata um brincar, uma interação de forma diferente e, por ser mais tátil, estimula a criatividade”, explica.

O Programa Ciência em Movimento faz questão de usar produtos que a Funed iria descartar e que possam ser reaproveitados. Assim foi com as bolas infantis, o arame e o jornal que formam o corpo da aranha Zequinha. A casinha de pau a pique também foi feita com palitos de sorvete e com a base de madeira que seria descartada e ganhou um novo uso. A equipe já está preparando uma companheira para a Zequinha e, em breve, irá finalizar uma serpente produzida com rolos de papel higiênico e jaleco descartável.

Ciência em Movimento

 
A Fundação Ezequiel Dias disponibiliza para todo o estado de Minas Gerais o Programa Ciência em Movimento, um caminhão diferente que leva conhecimento científico e informação para as comunidades. O objetivo é difundir o conhecimento científico e tecnológico, com linguagem lúdica e popular, estabelecendo uma relação de diálogo entre os pesquisadores e a sociedade e entre ciência, saúde e cultura.

Com linguagem acessível e exposições interativas, os visitantes têm acesso a exposições sobre animais peçonhentos (morfologia e diversidade animal), produção de medicamentos e soros, vigilância sanitária e epidemiológica, entre outros. O programa também oferece oficina de reciclagem, jogos interativos e Cine Saúde, com exibição de vídeos relacionados aos temas expostos.

Acesse aqui e saiba como receber o Programa Ciência em Movimento na sua cidade.



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