Fundação Ezequiel Dias integra coordenação técnica do Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos da Anvisa

Funed é atualmente o único laboratório público participante do programa

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A Fundação Ezequiel Dias (Funed) participa do Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (Para) desde a sua implantação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em 2001.

Como fruto desse trabalho de mais de 20 anos, a Funed agora faz parte também da coordenação técnica do programa, como representante da Rede Nacional de Laboratórios de Vigilância Sanitária (RNLVISA).
 

Wendy Leanz / Funed

A Portaria 1.083 da Anvisa, nomeia como titular representante da RNLVISA Vanessa de Faria e, como suplente, Mariana Almeida, ambas do Serviço de Química Especializada da Funed.

Atualmente, por meio do Laboratório de Resíduos de Agrotóxicos (LRA), a fundação participa do Para utilizando metodologias validadas para cada ingrediente ativo/matriz, contribuindo com a capacitação de técnicos de outros laboratórios oficiais e participando de programas de ensaios de proficiência.

Para a referência técnica do Laboratório de Resíduos de Agrotóxicos, Vanessa de Faria, participar oficialmente da coordenação técnica do programa é o reconhecimento da importância do Laboratório Central de Saúde Pública de Minas Gerais (Lacen-MG/Funed) no cenário nacional de vigilância sanitária.

“Estar como titular representante da RNLVISA confirma o grau de especialidade conseguido com anos de estudo e dedicação na área de análise de resíduos de agrotóxicos. É o reconhecimento de um trabalho e parceria com a Anvisa, que se iniciou em 2001, com a antiga chefia do Serviço, Tânia Peixoto, e que foi continuado por nós, da equipe do LRA”, conta Vanessa.

A chefe do SQE, Mariana Almeida, reforça a importância da representatividade no comitê. “O monitoramento de resíduos de agrotóxicos em alimentos no Brasil tornou-se preponderante nas ações de proteção à saúde da população e é muito gratificante ver a Funed contribuindo ativamente para isso”, enfatiza.

A Funed é atualmente o único laboratório público participante do Para. Assim, parte das amostras são enviadas para Funed e parte para um laboratório privado contratado pela Anvisa.

Na rodada de 2023, a Funed está recebendo amostras de goiaba e tomate, sendo uma média de 30 amostras por semana. Com isso, a previsão é que a fundação receba 560 amostras até dezembro.
 

Wendy Leanz / Funed

Outros laboratórios de Saúde Pública como dos estados de São Paulo, Goiás, Rio Grande do Sul e Paraná já participaram do programa anteriormente.

“A análise de resíduos de agrotóxicos é cara e complexa e requer analistas altamente capacitados e equipamentos de alta complexidade. Mesmo privado, há poucos laboratórios no país que executam essa análise aqui no Brasil. Sendo assim, desde 2022 somos o único laboratório público participante”, comenta a chefe do SQE, Mariana Almeida.

O programa

A amplitude do território nacional e o uso indiscriminado e crescente de agrotóxicos, associado à falta de cultura e de consciência dos usuários quanto ao risco para população e meio ambiente, geram uma preocupação quanto aos aspectos toxicológicos, aos problemas de saúde pública e a possibilidade de contaminação dos alimentos.

Isso porque os resíduos de agrotóxicos presentes nos alimentos podem afetar os consumidores finais, especialmente quando os produtos agrícolas são consumidos in natura.

Assim, as atividades de monitoramento de resíduos de agrotóxicos em alimentos foram iniciadas em 2001 pela Anvisa, com o objetivo de avaliar os níveis de resíduos de agrotóxicos nos alimentos in natura que chegam à mesa do consumidor.

O objetivo desse monitoramento é possibilitar ações que evitem possíveis agravos à saúde da população, como a intoxicação crônica causada pela ingestão de alimentos com resíduos de agrotóxicos.

A escolha dos alimentos monitorados pelo Para baseia-se nos dados obtidos na Pesquisa de Orçamentos Familiares, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (POF/IBGE).

Os alimentos que serão analisados por cada laboratório participante são definidos em conjunto com a Anvisa, no início de cada rodada. Nos anos anteriores, a Funed já analisou alimentos como: banana, couve, pera, pepino, aveia, tomate, pimentão, alface, morango, abacaxi, couve, laranja, mamão, maçã, feijão, fubá (milho) e repolho.
 

Wendy Leanz / Funed

O Para foi interrompido em 2020 e 2021, devido à pandemia de covid-19. “Atualmente, a Anvisa está compilando os resultados das análises de 2019 e 2022 e fazendo a avaliação de risco dietético, com previsão de divulgar, até o início do ano vem, o relatório com os dados do ciclo 2019-2022”, conta a referência técnica, Vanessa de Faria.

O laboratório

Em setembro deste ano, o Laboratório de Resíduos de Pesticidas (LRP) da Funed teve o seu nome alterado para Laboratório de Resíduos de Agrotóxicos (LRA), com o intuito utilizar a mesma nomenclatura da Anvisa.

O LRA realiza análise de resíduos de agrotóxicos em água e em alimentos, com previsão de ampliar seu escopo para biomonitoramento humano de agrotóxicos e metabólitos em urina, para atendimento a um novo programa do Ministério da Saúde, ainda em elaboração.

No que diz respeito especificamente às amostras do Para, o laboratório está pesquisando 301 agrotóxicos nas amostras de alimentos, sendo que, em 2022, esse montante era de 241.

“Conseguimos incluir 60 agrotóxicos na rotina do último ano, dentre eles o glifosato, que é o agrotóxico mais utilizado no Brasil e no mundo. Para a implantação da análise de glifosato, foi necessário o desenvolvimento de uma metodologia específica, visto que o glifosato é uma molécula de difícil análise devido às suas propriedades zwitteriônicas, natureza altamente polar e alta suscetibilidade ao efeito matriz”, explica a chefe do SQE, Mariana Almeida. 



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