Esgotamento da capacidade de ampliação de leitos vem sendo adiado

Estado reforça necessidade do isolamento social como principal forma de conter a covid-19

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Esforços para ampliar a rede não serão suficientes se não houver ações, por exemplo, na esfera individual
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Em coletiva virtual nesta quarta-feira (24/6), o secretário adjunto de Saúde Marcelo Cabral lembrou que o Estado vem conseguindo adiar o esgotamento da capacidade de ampliação de leitos na rede de Saúde. “Temos conseguido ampliar essas unidades. O trabalho é feito constantemente em relação a essa ampliação nos hospitais”, disse.

Atualmente, estão cadastrados no SUS fácil e habilitados 12.928 leitos clínicos e outros 2.964 de UTI. A taxa de ocupação geral na terapia intensiva está em 90,36% e, nos leitos clínicos, em 74,57%.

Cabral e o chefe de gabinete da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) João Pinho ressaltaram, novamente, que o distanciamento adequado segue como medida essencial para que haja menor transmissão do coronavírus.

O estado registrou, no último boletim epidemiológico, o maior número mortes pela doença em relação ao documento anterior, com 51 óbitos confirmados. Cabral se solidarizou com os que perderam familiares nessa pandemia. "É algo que entristece a todos nós. Nos solidarizamos com todos aqueles que perderam seus entes queridos e, em particular, com esses pais que perderam sua criança”, declarou.

No momento, Minas Gerais contabiliza 31.343 casos confirmados, dos quais 12.317 estão em acompanhamento, 18.255 são pacientes recuperados. Foram confirmados, ao todo, 771 óbitos até esta data.

Diálogo permanente

O secretário adjunto ressaltou o diálogo junto a prefeitos e secretários municipais de Saúde em busca de níveis adequados e padronizados de isolamento e distanciamento social. Cabral ainda mencionou que os protocolos em relação à adoção de lockdown passam por ajustes normativos e logísticos dentro da SES-MG, mas que a intenção é que não seja necessário recorrer a medidas mais drásticas.

O gestor também lembrou que, sem ações, inclusive na esfera individual, os esforços para ampliação da rede de Saúde não serão suficientes. “No contexto do plano Minas Consciente, na região Noroeste, por exemplo, já houve movimento para trás, adotando-se a Onda Verde, que só permite serviços essenciais, conforme o que foi verificado em indicadores”, sinalizou.

Telemedicina

O chefe de gabinete João Pinho destacou, entre as ações adotadas pelo Estado, o aplicativo disponibilizado pelo Governo de Minas Gerais, o Saúde Digital MG. A ferramenta permite que pessoas busquem orientação em caso de sintomas característicos.

“Para os casos leves, orientamos o uso do aplicativo. A pessoa responde um questionário bem rápido e posteriormente se faz uma triagem para identificar se a pessoa deve ou não buscar atendimento. O próprio mecanismo faz um agendamento on-line com médico da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) e temos uma consulta gratuita à disposição. Estamos em período de inverno, com gripe e outros vírus respiratórios, e pode haver dúvidas da pessoa sobre o que ela está sentindo”, disse.

Pinho lembrou que se os sintomas forem muito diferentes da covid-19, o aplicativo é capaz de descartar a suspeita de infecção pelo coronavírus. Em caso, no entanto, de quadro similar à doença, mas com menor intensidade, é possível fazer uma consulta, on-line e em casa.

“Para aqueles que não têm o acesso facilitado a celulares ou internet, é possível cadastrar também outra pessoa para atendimento, por exemplo, um neto que busca atendimento para o avô ou avó, para um amigo, entre outras situações”, explicou. Na hipótese de identificação de uma situação mais grave, complementou, a pessoa tem indicação de procurar uma unidade de Saúde. 

Transmissão

Pinho ainda apresentou como funcionam os indicadores de transmissão da doença, o R0 e Rt. O R0 é uma medida relacionada ao monitoramento ao longo da pandemia. Já o Rt dá uma ideia do grau de transmissão da doença no momento. Atualmente, esse índice em Minas é de 1,04.

“Quando o indicador está abaixo de 1, então temos uma transmissão mais branda. Entre 1 e 1,2, temos um ponto de atenção e precisamos executar o distanciamento. De maneira geral, estamos próximos do limiar mais adequado. O dado deve ser acompanhado constantemente. Nesse patamar, conseguimos ter controle”, finalizou.



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