Escola da capital tem maior evolução no ensino médio da RMBH

Localizada em área de alta vulnerabilidade social, unidade apresentou o maior avanço em avaliação do Proeb

imagem de destaque
  • ícone de compartilhamento

A Escola Estadual Professora Nair de Oliveira Santana, localizada no bairro Nova Gameleira, na capital, tem rotina semelhante à de outras unidades do estado na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). O que a distingue, neste momento, de outras unidades da região, é o fato de o colégio ter alcançado os melhores resultados do ensino médio nas notas do Programa de Avaliação da Rede Pública de Educação Básica (Proeb). As disciplinas avaliadas foram português e matemática.

O Proeb do ensino médio indica que a unidade de ensino apresentou evolução de 46,7% em português e 22,6% em matemática, segundo os dados de 2018, na comparação com o ano anterior. Com isso, houve salto de 193,9 para 284,5 pontos em português, e de 212,7 para 260,7 pontos em matemática, conforme as regras do programa.

O bom desempenho chamou a atenção da secretária de Estado de Educação, Julia Sant’anna, que fez questão de visitar a escola para conhecer o trabalho desenvolvido, assim como as ações que contribuíram para a melhoria do desempenho. Segundo a secretária, a integração entre gestão, professores, alunos e comunidade escolar chama a atenção de forma muito positiva.

“A gente vê todos os servidores envolvidos em um bom mapeamento de dados, um bom trabalho com indicadores. Aqui é um ótimo exemplo da aproximação com a comunidade. A escola abriu as portas para as famílias e elas tomaram a escola como um bem, um patrimônio, deixando o ambiente muito mais pacífico e voltado para a aprendizagem e para os resultados”, destaca a secretária. 


Crédito: Rose de Paula/SEE



Realidade local

A E.E. Professora Nair de Oliveira Santana atende várias crianças e adolescentes de uma região da capital de alta vulnerabilidade social. Na escola, de acordo com a Secretaria de Estado de Educação (SEE), são cerca de 600 alunos matriculados no ensino fundamental e no ensino médio, nos turnos manhã e tarde. 

Aluna da unidade há cinco anos, a estudante do 2º ano do ensino médio, Ana Clara Rosa Ferreira, fala com carinho dos professores e ressalta o acolhimento e o cuidado que eles têm com os alunos. Para ela, esse olhar diferenciado também reflete no rendimento escolar.

“Eu acho que os professores estão bem empenhados em ajudar os alunos. Eles nos dão conselhos, incentivam a gente a estudar cada vez mais. Eu fico muito feliz porque, mesmo sendo uma escola de comunidade, o ensino é bom, os professores são muito prestativos e os alunos estão demonstrando cada vez mais interesse”, afirma.

A amiga de Ana Clara, Maria Eduarda, também acha que a união entre alunos, professores, direção e comunidade escolar contribuiu para o avanço no desempenho da escola nas avaliações externas. “Nossa escola é muito boa. Os professores são excelentes, querem ajudar. Além de ensinar a matéria, procuram nos preparar para a vida. São professores que, além de profissionais, são amigos. Eles são preocupados com o nosso dia a dia e isso se reflete no nosso aprendizado”, comenta.

Avanço no desempenho

Com o avanço apresentado pela unidade de ensino, a melhoria foi percebida também na escala de proficiência. Em 2017, em língua portuguesa, quase 90% dos alunos avaliados estavam no padrão de desempenho baixo e a escola não tinha classificação no padrão avançado. Já em 2018, o padrão baixo caiu para 23,5% e a escola voltou a apresentar o padrão avançado na escala de proficiência.

Em matemática, a escola também apresentava cerca de 90% dos alunos no padrão de desempenho baixo. No último ano, esse percentual melhorou e foi para 64,7%, fazendo com que o padrão recomendado aparecesse na escala de proficiência da escola.

Para a diretora escola, Maria Helena Macedo, o bom resultado alcançado é a soma de diferentes fatores e conta com o envolvimento de todos. Inclusive, acredita que a melhoria do desempenho da escola ocorreu em razão do trabalho em equipe, sério, comprometido e pensado nos alunos, em como fazer diferença na vida deles.

"A gente acredita que a organização da escola, a disciplina, o empenho dos professores, da gestão, do serviço de supervisão, de cada um que trabalha aqui tem sido fundamental para conseguir bons resultados. A nossa relação com os pais dos alunos é, também, de parceria. Temos pedido muito aos pais para nos ajudarem a ajudar os filhos deles. A gente acredita que essa é uma receita infalível. Se for escola e comunidade, a parceria dá certo”, enfatiza.

Dados de Minas Gerais

A proficiência média da rede estadual de Minas Gerais, dos alunos do 3º ano do ensino médio, em língua portuguesa, no Proeb, foi 272,1 pontos. Esse número foi maior do que o observado no ano anterior, quando a rede registrou 270,6 na disciplina. Já em matemática, os alunos dessa etapa da rede estadual de Educação conseguiram a proficiência média de 268,9, em 2018. Em 2017, o índice tinha sido de 268,3.  

O Proeb integra o Sistema Mineiro de Avaliação da Educação Pública (Simave) desde sua primeira edição, em 2000. Ele avalia os estudantes do 5° e 9º anos do ensino fundamental e do 3° ano do ensino médio das escolas municipais e estaduais de Minas Gerais. A partir de 2015, ampliou-se o número de etapas avaliadas, alternando-as entre os anos pares e ímpares: nos pares, continuou-se a avaliar as mesmas etapas, enquanto nos ímpares passou-se a avaliar o 7º ano do ensino fundamental e o 1º ano do ensino médio, além do 3º ano do ensino médio.



Últimas