Epamig inicia cursos de capacitação em leite de cabra na Paraíba

Aulas teóricas e práticas abordaram temas como qualidade, análises físico-químicas, legislação e regulamentação do leite caprino

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O Instituto de Laticínios Cândido Tostes (ILCT), vinculado à Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), iniciou uma série de cursos de capacitação sobre leite de cabra para profissionais da Paraíba. As ações fazem parte de uma parceria firmada entre a Epaig ILCT, o Governo do Estado da Paraíba, a Associação Paraibana dos Criadores de Caprinos e Ovinos (Apacco), o Sistema Faepa/Senar-PB, o Instituto Nacional do Semiárido (INSA) e o Sebrae PB.

Epamig ILCT / Divulgação

As aulas ocorreram entre novembro e neste mês, de forma híbrida, com conteúdos teóricos on-line e aulas práticas presenciais. A turma foi composta por produtores, queijeiros, técnicos e profissionais da caprinocultura da Paraíba, estado que é o maior produtor de leite de cabra do Brasil. Os 19 alunos passaram por um processo seletivo prévio, realizado pelo Governo da Paraíba.

O primeiro módulo, intitulado “Qualidade do leite, segurança e aspectos regulatórios do leite para processamento e consumo”, teve duração de oito horas e foi realizado em formato on-line. O curso foi ministrado pela professora da Epamig ILCT, Kely Correa, que abordou o histórico da caprinocultura leiteira, além de aspectos gerais importantes, como a ordenha, higienização, processamento, armazenamento e legislação específica sobre o leite de cabra.

“Falamos também sobre questões como controle de qualidade, beneficiamento e denominação de venda para o leite de cabra. Apresentei as características que diferenciam o leite caprino do bovino, como os seus altos teores de ácidos graxos, melhor digestibilidade, teor de proteína de alto valor nutritivo e sua hipoalergenicidade”, detalha Kely Correa. As aulas gravadas ficaram disponibilizadas para os alunos durante um mês e contaram com a participação e apoio das médicas veterinárias, e bolsistas da Epamig ILCT, Vanessa Cominato e Amanda Cirilo.

O segundo módulo, “Físico-química de leite e derivados”, foi realizado de forma híbrida, com quatro horas de aulas teóricas on-line onde foram apresentados conteúdos sobre amostragem geral de leite, iogurte e queijo de cabra, composição e propriedades físico-químicas, fundamentos e variações nos métodos de análises. Os professores da Epamig ILCT, Gisela Machado e Luiz Carlos Costa, ministraram oito horas de aulas práticas presenciais, em um laboratório do Insa, em Campina Grande (PB).

“Discutimos a importância de se fazer as análises físico-químicas e explicamos como os produtores devem interpretar os resultados. Uma peculiaridade que o leite de cabra tem é a grande variabilidade de sua composição, que se dá por conta do polimorfismo genético específico das cabras, o que pode impactar nas análises feitas”, explica Gisela Machado.

“A caprinocultura ainda precisa avançar em todas as áreas, desde o campo, até a industrialização, legislação, controle de qualidade e métodos de análise. Os produtores precisam saber como estão os seus produtos, por meio de análises e diagnósticos. Eles têm se organizado para formar parcerias com laboratórios locais e sentimos um grande interesse dos participantes em contribuírem para a evolução da cadeia”, comenta Luiz Carlos.

Parceria deve ser renovada

A proposta do projeto foi elaborada no início de 2022 por Daniel Benítez Ojeda, na época gerente executivo da Secretaria Executiva de Ciência e Tecnologia da Paraíba, que entrou em contato com a Epamig ILCT para a estruturação de uma grade curricular e de um projeto pedagógico voltados para os produtores de leite de cabra do estado.

Segundo a coordenadora dos cursos, e professora da Epamig ILCT, Denise Sobral, o objetivo é solidificar a base conceitual dos alunos, para, em seguida, abordar temas relacionados à produção de derivados e ao meio ambiente, como manejo de resíduos e descarte de soro. “Nossa estratégia foi trabalhar uma base, por isso estamos focando primeiro nos pilares, que são a qualidade e as análises físico-químicas e microbiológicas do leite, para depois adentrarmos aspectos mais ligados à produção”, conta Denise.

Os próximos três módulos da série serão realizados ao longo do primeiro semestre de 2024 e vão trabalhar os seguintes temas: “Microbiologia do leite”, “Tecnologia de queijos industriais e artesanais” e “Aspectos ambientais na produção de lácteos”.

Denise adianta que a parceria deve ser continuada. “Depois do fechamento desses cinco módulos, vamos preparar uma estratégia de continuação, promovendo algum complemento para esta turma atual ou abrindo uma nova turma. A Epamig ILCT pretende dar continuidade ao projeto e as instituições da Paraíba já sinalizaram que também têm interesse em manter a parceria”, conclui a coordenadora.

 



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