Epamig elabora retomada de atividades agropecuárias em Brumadinho e região

Primeiras ações em 2021 contemplam áreas de olericultura, floricultura, piscicultura e bovinocultura

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A Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), vinculada à Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa), definiu ações que serão realizadas ainda este ano para a retomada das atividades agropecuárias em Brumadinho e região. Na última semana, o grupo de pesquisadores e técnicos agrícolas contratados por meio de um termo de acordo entre a Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag) e a Vale apresentou uma lista de projetos de intervenção nas áreas de olericultura, floricultura, piscicultura e bovinocultura.

Para definir os projetos que serão executados no curto prazo, a Epamig visitou os municípios mineiros afetados pelo rompimento da barragem da Mina Córrego do Feijão. Em seguida, após reuniões com instituições parceiras, a empresa pública levantou as necessidades de pesquisas e de transferências de tecnologias para recuperar o potencial competitivo da região de Brumadinho e oferecer novas fontes de renda para as famílias do Vale do Paraopeba.

De acordo com o diretor de Operações Técnicas da Epamig, Trazilbo de Paula, a execução das ações envolve parcerias com instituições privadas, associações de produtores, órgãos municipais e estaduais. Segundo ele, todos os projetos propostos são plenamente executáveis e os resultados esperados são promissores.  

"A grande característica das ações que vamos realizar é a praticidade. São atividades que respondem às necessidades dos agricultores da região, de forma integrada e pensadas para o dia a dia das propriedades agrícolas. Os projetos vão envolver pesquisadores e técnicos recém-contratados, mas também pesquisadores efetivos da Epamig", destaca.

Segundo a chefe da Epamig Centro-Oeste, Juliana Simões, a atuação da empresa será pautada no diálogo e na troca de saberes entre pesquisadores e agricultores. O objetivo é fazer com que a população local volte a usar de maneira adequada os recursos naturais que serão recuperados. 

“Uma das técnicas que vamos utilizar será a implantação de Unidades Demonstrativas nos municípios, sempre respeitando a diversidade dos agricultores e de suas propriedades, bem como as tradições locais de clima, solo e culturas”, observa Juliana Simões.

Olericultura e floricultura

Grande parte dos projetos para retomada das atividades agropecuárias em Brumadinho e região está concentrada nas áreas de olericultura e floricultura. No total, nove ações práticas vão estimular a produção sustentável de flores, hortaliças e plantas medicinais em municípios da Bacia do Rio Paraopeba. O cronograma prevê a finalização das atividades até dezembro de 2021.

Uma das ações consiste na produção de biofertilizantes por meio da vermicompostagem de resíduos orgânicos, restos de plantas e esterco bovino. O projeto busca capacitar agricultores para produção de biofertilizantes, sempre de acordo com os requisitos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). O produto poderá ser utilizado em cultivos e adubos.

Outras ações estão concentradas na elaboração de um plano estratégico para o manejo ecológico de pragas na produção de hortaliças, flores e plantas medicinais por agricultores familiares locais. Além disso, a Epamig e as empresas parceiras vão trabalhar cultivos consorciados de hortaliças, plantio de flores comestíveis e ornamentais, e incentivar produções hidropônicas na região.

De acordo com Juliana Simões, a realização de eventos como “Dias de Campo” e atividades culturais gastronômicas será uma forma de promover, socializar e fortalecer as conquistas proporcionadas pelas ações. 

Piscicultura

A difusão da tecnologia de produção de peixes em Brumadinho e região está no plano de ações desenvolvido pela Epamig. O objetivo é integrar a criação de peixes ao cultivo de hortaliças em sistemas de otimização do uso da água. 

O potencial de produção de peixes em municípios do Vale do Paraopeba foi afetado pelo rompimento da barragem da Mina Córrego do Feijão. A possibilidade de transição para sistemas integrados, além de contribuir com a retomada da atividade piscícola, colabora com o acesso e a comercialização de alimentos saudáveis, seguros e sustentáveis.

Pecuária bovina leiteira

A empresa mineira também vai conduzir um projeto de controle e monitoramento do desempenho técnico, econômico e ambiental de propriedades dedicadas à produção leiteira em sete municípios da bacia do rio Paraopeba. 

Para realizar essas ações, será implantado o aplicativo Gercal, que auxilia no controle de custos da pecuária bovina leiteira em propriedades rurais. Além disso, a Epamig fará uso de metodologias já consolidadas no estado, como o Indicador de Sustentabilidade de Agroecossistemas (ISA) e o Índice de Atualização Tecnológica (IAT), para identificar pontos fortes e fracos, bem como gargalos tecnológicos e não tecnológicos dos diferentes sistemas de produção de leite na região.



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