Epamig busca alternativas para controle da broca-do-tronco do pequizeiro

Incidência da praga vem sendo verificada desde fevereiro. Uma coleta maior está marcada para agosto, com apoio da Emater-MG

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Técnicos e produtores locais acreditam que a lagarta também compromete as raízes dos pequizeiros
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Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), vinculada da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), está realizando estudos para identificar os fatores responsáveis pela morte de pequizeiros em Japonvar, no Norte de Minas. No município, a exploração econômica do pequi é responsável por cerca de 17% do produto interno bruto (PIB).

A lagarta broca do pequizeiro (Crédito: Divulgação/Epamig)

Segundo informações de técnicos locais e produtores, cerca de 50% das plantas já morreram e praticamente 100% delas estão atacadas pela broca-do-tronco: uma lagarta que está construindo túneis no interior do tronco do pequizeiro e, possivelmente, também nas suas raízes, fazendo com que o fluxo da seiva seja interrompido, levando a planta à morte. A redução da safra dessa fruta silvestre na região representa um prejuízo de 40% de todo o valor da produção.

A primeira etapa dos estudos realizados pela Epamig, para controle do inseto, implica na captura da lagarta sem lesões, mantendo-a viva e em condições adequadas para se transformar em uma mariposa (um lepidóptero de hábitos noturnos), que é a sua fase adulta. Após a transição, identifica-se o nome dessa espécie e as informações científicas disponíveis até o momento, para, assim, planejar estratégias para proteção dos pequizeiros contra o ataque.

“A extração de lagartas das raízes dos pequizeiros é necessária para o estudo de comparação entre o comportamento desse inseto nas raízes e no tronco, bem como verificar se o ataque a essas diferentes partes da planta é causado pela mesma espécie ou por espécies diferentes, e se este é o único fator”, explica o pesquisador da Epamig, Antônio Cláudio.

A incidência da broca do pequizeiro em Japonvar vem sendo verificada desde fevereiro de 2019. A partir de maio, extensionistas da Emater-MG (também vinculada da Seapa) e produtores procuraram o auxílio da Epamig e da Embrapa Cerrados para a identificação e proposição de alternativas de controle à praga. As duas primeiras viagens técnicas foram realizadas em junho, com apoio da Emater-MG, e uma terceira, para uma coleta maior, está marcada para agosto.

A ajuda da Polícia Ambiental e dos demais órgãos ambientais estaduais está sendo solicitada, a fim de evitar qualquer sanção ou autuação por infração à Lei Estadual 10.883 de 1992, a qual “declara de preservação permanente, de interesse comum e imune de corte, no estado de Minas Gerais, o pequizeiro (Caryocar brasiliense)”, bem como ser dispensado da reposição das plantas que eventualmente tenham que ser abatidas por força do referido estudo.



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