Epamig avalia adaptação de uvas híbridas no Sul de Minas

Primeiros vinhos feitos com piwis passam por teste sensorial

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A Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) está testando a adaptação de uvas piwis, de origem italiana, no Sul do estado. O projeto tem o apoio financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), e é desenvolvido em parceria com a Vinícola Stella Valentino, em Andradas.

Piwi é uma abreviação termo alemão Pilzwiderstandsfähige para resistência às doenças. No Brasil, assim como na Europa, essas variedades estão registradas no Ministério da Agricultura como Vitis vinífera. A vinícola recebeu o vinhedo experimental com as mudas híbridas de uvas tintas e brancas do viveiro italiano Vivai Cooperativi Rauscedo em outubro de 2021. 

A pesquisadora da Epamig, Claudia Souza, que coordena o trabalho, juntamente com a equipe de pesquisa do Campo Experimental de Caldas, explica as vantagens da uva piwi. “Elas têm alcançado destaque no setor pela resistência aos microorganismos e notoriedade dos seus vinhos, que apresentam perfil similar aos vinhos das uvas tintas e brancas”, afirma Cláudia.

Primeiras avaliações

No final de 2023, as videiras de oito dos híbridos testados tiveram suas primeiras colheitas, que resultaram em quatro vinhos brancos (Sauvignon Kretos, Sauvignon Rytos, Fleurtai e Soreli) e quatro vinhos tintos (Cabernet Eidos, Cabernet Volos, Merlot Khantus e Merlot Khorus).

Eles então foram colocados a teste em um painel composto por 21 degustadores de diferentes perfis (pesquisadores, técnicos, viticultores e consumidores), que deram nota global superior a 70% para os vinhos avaliados.

Colheita de verão

As variedades de uvas Piwis vêm sendo testadas para a safra de verão, com colheita entre os meses de novembro e janeiro. Diferentemente, da metodologia de dupla poda da videira, que inverte o ciclo da colheita das uvas, fazendo com que os produtores colham no inverno.

O vitivinicultor Procópio Stella realiza parcerias com a Epamig desde 2003. Ele destacou a importância da colheita de verão. “É uma novidade muito positiva para nós.Temos as uvas Syrah e outras que já cultivamos com sucesso na safra de inverno. E em paralelo, a oportunidade de incluir essas novas variedades e termos produção de vinhos finos também no verão”, analisa.
 



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