Encontro discute tecnologias para redução de custos na cafeicultura

Pesquisadores da Epamig apresentam trabalho para a seleção de cultivos recomendados para os diferentes municípios da região

imagem de destaque
Encontro contou com cinco estações de campo
  • ícone de compartilhamento

A Federação dos Cafeicultores do Cerrado, a Fundação de Desenvolvimento do Cerrado Mineiro (Fundaccer) e a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais ( Epamig) realizaram nesta quinta-feira (9/5), em Patrocínio, o 4º Encontro de Inovação e Tecnologia para a Cafeicultura no Cerrado Mineiro. As atividades, realizadas no Campo Experimental da Epamig, foram divididas em estações de campo, painel e salas temáticas.

Durante a abertura do painel, que abordou “Tecnologias para a Redução de Custos na Cafeicultura”, o presidente em exercício da Epamig, Trazilbo de Paula, e o presidente da Federação dos Cafeicultores do Cerrado, Francisco Sérgio de Assis, assinaram um termo de cooperação para a condução das unidades demonstrativas de cultivares de café em municípios da região.

“As unidades demonstrativas representam uma alteração significativa nos parâmetros de transferência de tecnologias na Epamig. Neste modelo, o produtor está envolvido em todo o processo. O convênio vai gerar bons frutos para nós, para a federação, para as demais instituições e, sobretudo, para os produtores”, avalia Trazilbo de Paula. Na opinião de Francisco Sérgio, o convênio reforça “a capacidade do Cerrado de incorporar tecnologias, na busca por mais sustentabilidade e prosperidade”.

Encontro foi realizado no Campo Experimental da Epamig (Crédito: Erasmo Pereira)

O secretário-adjunto de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Amarildo Kalil, exaltou a cafeicultura do Cerrado Mineiro. “A lógica de produção de café nesta região está entre as mais modernas da atualidade. E o Campo Experimental da Epamig tem papel decisivo nisso. O Centro de Excelência do Café que funciona aqui é um patrimônio incalculável para a atividade”, afirmou.

Transferência de tecnologias e troca de experiências

Na primeira parte do encontro, cinco estações de campo abordaram temas como cultivares de café, controle biológico de pragas, manejo de plantas daninhas, e uso de produtos químicos na lavoura.

Pesquisadores da Epamig comandaram a estação sobre “Unidades Demonstrativas de Cultivares de Café para o Cerrado” e, em campo, apresentaram o comportamento das 12 cultivares avaliadas. “As Unidades Demonstrativas foram instaladas em 26 propriedades de 12 municípios da região. Estão sendo avaliadas nove cultivares, desenvolvidas pela Epamig e parceiros, e três de referência, aquelas comumente utilizadas pelos produtores”, explica César Botelho, coordenador do Programa de Pesquisa Cafeicultura da empresa.

O pesquisador Gladyston Carvalho explica os objetivos do projeto. “Temos no Cerrado Mineiro diferentes características de clima e solo. As condições de cultivo que temos aqui na Epamig não são as mesmas para propriedades localizadas no Chapadão de Ferro, a 30 quilômetros daqui. Durante este experimento, que continua até 2021, estamos coletando, com a ajuda dos produtores - que anotam passo a passo, cada procedimento adotado em sua unidade -, dados sobre condições geográficas, climáticas e tratos culturais. Ao final do projeto, esses dados serão disponibilizados pela Epamig e pela Federação do Cerrado”, destaca.

Ele acrescenta que, entre os dias 20 e 25 de maio, serão realizados seis dias de campo em propriedades, onde estão em instaladas algumas dessas unidades demonstrativas.

A pesquisadora Madelaine Venzon e bolsistas de doutorado da Universidade Federal de Viçosa conduziram a estação sobre “Controle Biológico de Pragas do Cafeeiro”. Elas apresentaram o trabalho com predadores - como formigas, vespas, parasitoides e fungos - para o combate do bicho mineiro e da broca do café, na Zona da Mata Mineira. Em campo, demonstraram o experimento sobre arborização da lavoura com plantas como o ingá, para a redução da broca e o do bicho mineiro. “O néctar do ingá atrai os inimigos naturais do café. Os trabalhos com controle biológico têm também um apelo econômico, visto que hoje não existe um inseticida 100% eficaz”, afirma Madelaine.

A pesquisadora, que também coordenada o Programa Estadual de Pesquisa Agroecologia da Epamig, participou da sala temática "A força da mulher na cadeia do café", abordando tecnologias para redução do uso de agrotóxicos em café.



Últimas