Empenho da Polícia Civil garante efetividade dos trabalhos após tragédia em Brumadinho

Integração das Forças de Segurança de Minas, inclusive com apoio da Polícia Federal, permite identificação dos corpos das vítimas

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Polícia Civil, em parceria com profissionais de Saúde, também atuou no auxílio às famílias das vítimas
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A articulação e integração das Forças de Segurança de Minas Gerais, aliadas ao apoio da Polícia Federal e demais órgãos de outros Estados, têm permitido que o trabalho de resgate às vítimas do rompimento da barragem Mina do Feijão, em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, apresente respostas mais rápidas e efetivas aos familiares dos atingidos e à sociedade mineira.

Centenas de profissionais da instituição estão mobilizados desde o dia do rompimento (25/1), tanto no trabalho em Brumadinho quanto nos demais departamentos na capital. O superintendente de Polícia Técnico-Científica da Polícia Civil, médico-legista Thalles Bittencourt de Barcelos, destacou o empenho nesse trabalho de identificação das vítimas.

“Existe uma grande força tarefa da Polícia Civil para dar essa pronta e adequada resposta à sociedade diante dessa tragédia, mesmo diante de toda a dificuldade que ela nos impôs. Saímos completamente da nossa rotina, com um aumento importante do número de corpos que chegam ao Instituto Médico Legal (IML), e, por vezes, fragmentos, que dificultam sobremaneira o trabalho. Mas a equipe está empenhada e com alta qualificação técnica para dar essa pronta resposta que a sociedade merece”, afirmou.

O superintendente ainda ressaltou as outras ações da instituição, que vão desde a primeira análise no local, registro, transporte e identificação. Além do trabalho técnico-científico, a Polícia Civil, em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde, também atuou no auxílio às famílias das vítimas.

Parceria e reconhecimento

O trabalho da Polícia Civil mineira foi, inclusive, elogiado por integrantes da Polícia Federal. Profissionais enviados pela União atuam no Estado desde o dia seguinte à queda da barragem e têm contribuído efetivamente nos trabalhos de resgate.

Segundo o perito criminal federal e coordenador do grupo especial de Identificação de Vítimas de Desastres que está atuando em Brumadinho, Carlos Eduardo Palhares, cerca de 20 profissionais de sua equipe chegaram a atuar no Estado. Palhares afirmou que o trabalho, em conjunto com à Polícia Civil, foi realizado em diferentes frentes em Brumadinho e no IML, em Belo Horizonte, trabalhando na estruturação dos fluxos de trabalho para aproveitar as informações de campo e tornar o processo de identificação mais ágil.

“Desde o primeiro momento a gente já entendia que o Estado de Minas Gerais teria condições de responder de uma forma adequada ao evento, mas a Polícia Federal, por ter já estudado bastante do tema identificação de vítimas, entendeu que poderia contribuir tentando agilizar um pouco mais, estabelecendo alguns controles dentro do processo. A Polícia Federal entrou muito mais como uma assessoria ao Estado de Minas Gerais do que como uma força de resposta”, afirmou.

Os resultados desse trabalho, segundo o coordenador, estão sendo efetivos devido à capacitação das Forças de Segurança do Estado e à força-tarefa que foi criada.

“Não teria como o trabalho estar sendo feito de forma melhor. Ninguém está pronto para os desastres, eles acontecem e a gente tem que responder com os nossos meios. Mas o Estado, o IML e todas as suas estruturas conseguiram, de uma forma muito ágil e eficiente, ajustar as coisas para que a resposta pudesse acontecer. Esses resultados aconteceram por meio da força-tarefa que foi montada, desde a pessoa que está indo coletar o corpo no local até o profissional que faz a sua liberação, passando pelas linhas do exame e de apoio aqui no IML. Todos foram fundamentais para que esses números expressivos pudessem ser alcançados”, finalizou Palhares.

Amplitude

A atuação da Polícia Civil ainda vai além da identificação dos corpos. O trabalho de investigação realizado pela instituição vai auxiliar os processos judiciais decorrentes da tragédia.

O diretor do Instituto de Criminalística da Polícia Civil, Dário Luiz da Rocha Lopes, explica que, além do recolhimento e análise dos materiais genéticos dos corpos e dos familiares, também são recolhidas amostras de materiais para avaliar os danos ao meio ambiente, por exemplo.

"A criminalística tem papel importante no processo. Estamos trabalhando desde o início com equipes de engenharia, meio ambiente, identificação por digitais e com sessão de apoio no local. Temos, ainda, sessões de biologia, que vão trabalhar muito com exames de DNA. E outras que serão envolvidas em breve, como de áudio e vídeo e perícias contábeis. O objetivo é bem claro: fornecer subsídios robustos para que a prova técnica, que é fundamental neste momento, ajude na investigação e possa subsidiar um inquérito para que todo o trabalho seja bem definido”, disse.



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