Uma data para comemorar a bebida destilada tipicamente brasileira. Nestaa terça-feira (13/9) é celebrado o Dia Nacional da Cachaça. Tradicional produtor da bebida, Minas Gerais é, historicamente, o maior produtor nacional do destilado, de acordo com o Anuário da Cachaça 2021 - publicação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Os dados indicam que o total de 397 estabelecimentos mineiros é três vezes superior ao número de São Paulo, o segundo colocado no ranking do país.

O estado também é o líder brasileiro em número de marcas de cachaça, totalizando 1.908, muito à frente do segundo colocado, São Paulo. A bebida conquista cada vez mais espaço no mercado internacional. De acordo com as estatísticas do Ministério da Economia, Minas Gerais exportou 196 mil litros de cachaça, com faturamento de US$ 1,1 milhão, entre janeiro e julho de 2022. Os valores representam crescimento de 290% na receita e 119% no volume.

Produzida a partir da cana-de-açúcar, a bebida faz parte da história do estado, desde quando a produção de açúcar nos engenhos se consolidou como uma das bases da economia do período colonial.

As agroindústrias familiares de processamento de cana-de-açúcar (não apenas a produção de cachaça, mas, também, de açúcar mascavo, melado e rapadura) estão espalhadas por todas as regiões, com destaque para o Norte de Minas.

Capital Nacional

De tão enraizada a tradição garantiu para uma cidade mineira o título de Capital Nacional da Cachaça. Famosa pela qualidade da bebida produzida, Salinas, situada no Norte de Minas, foi reconhecida com o título pela Lei Federal N° 13.773 de 19 de dezembro de 2018. De acordo com o Sistema Safra Agroindústria da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), a região de Salinas reúne mais de 130 agroindústrias familiares de cachaça.

Patrimônio Cultural

Segundo a diretora de Comercialização e Mercados da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), Jaqueline de Fátima Santos, o processo tradicional de fabricação da cachaça, em alambique, é declarado como patrimônio cultural de Minas Gerais pela lei estadual Nº 16.688, de 11 de janeiro de 2007. “Diante da sua importância econômica e social, a Secretaria de Agricultura e as vinculadas Emater-MG e o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) vêm desenvolvendo diversas ações para contribuir com o fortalecimento da cadeia produtiva e para o aumento do número de produtores regularizados”, afirma.

Em 2019, a Seapa reativou a Câmara Técnica da Cachaça de Alambique, que é um fórum de apoio ao governo do estado na formulação de políticas para o setor. Ela reúne representantes dos segmentos envolvidos na cadeia da cachaça, como as entidades dos produtores, técnicos e pesquisadores de instituições públicas e privadas.

Seminário Mineiro

Em parceria com diversas instituições ligadas ao setor, a Seapa também promove eventos voltados para a capacitação da cadeia produtiva, com destaque para o Seminário Mineiro da Cachaça. Realizado nos anos de 2018, 2019 e 2021, os seminários abordaram assuntos demandados pelo setor, como os caminhos, desafios e oportunidades para o mercado internacional, marketing, legislação, a qualidade da bebida, coquetelaria, dentre outros assuntos importantes para a cadeia. A última edição foi realizada no formato virtual e as palestras estão disponíveis no Canal da Secretaria de Agricultura no Youtube.

Em 2020, o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) lançou a campanha “O legal merece um brinde!”, com o objetivo de conscientizar a população contra a clandestinidade e divulgar a importância do consumo de produtos seguros, de qualidade, registrados e que atendam à legislação. Além disso, a Seapa e as demais instituições do Sistema da Agricultura promovem palestras em educação sanitária, oficinas de rotulagem, além do o trabalho realizado pelo IMA de fiscalização, registro e orientação aos empresários do setor.

*Este conteúdo foi produzido durante o período de restrição eleitoral e publicado somente após a oficialização do término das eleições.