Destaque na fruticultura, Norte de Minas é segunda região maior produtora de bananas do Brasil

Segundo a Abanorte, a cadeia da fruta gera mais de 45 mil empregos diretos e indiretos

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A data de 22 de setembro, Dia Mundial da Banana, tem sabor especial para a região mineira que carrega o título de segunda maior produtora do Brasil. A fruta, que é uma das mais consumidas no mundo, adaptou-se muito bem ao clima do Norte do estado. Só o município de Jaíba produz 204 mil toneladas por ano, o equivalente à metade de toda a produção registrada em Minas Gerais.

Criada em 1993, a Associação Central dos Fruticultores do Norte de Minas (Abanorte) possui em seu quadro 2,5 mil fruticultores, sendo mil bananicultores. Segundo a entidade, a banana gera mais de 45 mil empregos diretos e indiretos e ocupa 63% da área destinada à fruticultura no Norte mineiro. “Com o cultivo das frutas, tivemos uma melhoria do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da região, que passou de muito baixo para médio entre 1991 e 2010”, lembra a gerente-executiva da Abanorte, Ivanete Pereira.

Semanalmente, 500 cargas de 12 toneladas são enviadas aos principais centros consumidores do Brasil. Entre as vantagens competitivas regionais, a gerente da associação de produtores destaca o potencial de expansão da área cultivada, a oferta regular durante todo o ano, a sustentabilidade da produção e a localização geográfica privilegiada. “Temos um clima perfeito, no coração do Rio São Francisco”, comenta Ivanete.

Com apoio da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG), empresa vinculada à Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa), os produtores locais, especialmente da agricultura familiar, podem contar ainda com acompanhamento e suporte técnico para fortalecer e expandir a atividade.

O coordenador-técnico regional da Emater-MG de Janaúba, José Dias Godrim, explica que o sucesso da produção também deriva da disponibilidade de água, graças a projetos de irrigação como os Jaíba e Gorutuba. “Por meio da captação hídrica e da mecanização das lavouras, a região Norte se tornou um importante polo da fruticultura, gerando emprego, renda e desenvolvimento”, avalia.

Pesquisa e tecnologia

A Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), também vinculada à Seapa, atua no Norte de Minas desde a década de 70.  Pioneira na implantação e na condução de experimentos com diferentes frutas, as tecnologias geradas pela empresa são utilizadas pelo setor produtivo e contribuem para o desenvolvimento e a sustentabilidade da fruticultura.

“O trabalho da Epamig é voltado para atender às demandas da região, com foco na inserção do produtor nos mercados regional e nacional”, explica a pesquisadora e coordenadora do Programa Estadual de Pesquisa em Fruticultura, Polyanna Mara de Oliveira.

Atualmente, dentre os projetos que visam fortalecer e trazer novas oportunidades ao setor local, destaca-se a viabilidade do cultivo de espécies de frutas tradicionalmente cultivadas em regiões de clima temperado, como a pera, a maçã, o caqui, além do abacate.

Porém a banana, carro-chefe da produção regional, também é objeto de diversos trabalhos em andamento. “As pesquisas sobre bananicultura buscam um produto de qualidade, com redução de custo e máximo aproveitamento dos insumos, gerando qualidade de vida para todos os envolvidos na cadeia produtiva”, relata a pesquisadora Maria Geralda Vilela Rodrigues.

Um dos produtores que contam com apoio da Epamig é o agrônomo Marcos Ribeiro. Há 40 anos, ele foi o primeiro a adquirir mudas de banana de uma empresa recém-instalada no Norte de Minas, durante o início do projeto Gorutuba.

“Eu havia acabado de me formar e me dedicava à olericultura. Na época, comprei 4 mil mudas e comecei a investir no cultivo de bananas. Inicialmente, comercializava a fruta em uma carroça e percorria cidades da região”, recorda.

Hoje, Ribeiro é proprietário de uma área de 420 hectares dedicados à produção das variedades de banana prata e nanica, nos municípios de Jaíba e Janaúba. “Nunca imaginei que conquistaria o que tenho agora”, conta.

Tradição

Além da banana, o Norte de Minas é destaque na produção de frutas como mamão, limão, manga e marmelo. Por isso, a Abanorte solicitou ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi) o reconhecimento de Indicação Geográfica (IG) da fruticultura na Região do Jaíba. A IG busca comprovar a tradição e a notoriedade do local na atividade, agregar valor aos produtos e apresentar um diferencial ao consumidor.

Quando oficializado, o registro irá contemplar os produtores dos municípios de Jaíba, Janaúba, Matias Cardoso, Porteirinha, Nova Porteirinha, Verdelândia, Pedras de Maria da Cruz e Capitão Enéas e parte dos fruticultores de São Francisco, Januária, Itacarambi, Manga e Montes Claros. 

*Este conteúdo foi produzido durante o período de restrição eleitoral e publicado somente após a oficialização do término das eleições.



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