Cia. de Dança Palácio das Artes apresenta “lalangue: carta à mãe”

Espetáculo colaborativo, na 45ª Campanha de Popularização Teatro & Dança, imagina o mundo regido por leis femininas

imagem de destaque
O espetáculo propõe um olhar para o feminino como tema central da criação
  • ícone de compartilhamento

A Cia. de Dança Palácio das Artes integra, mais uma vez, o programa da Campanha de Popularização Teatro & Dança. Neste ano, o corpo artístico da Fundação Clóvis Salgado leva ao palco o espetáculo “lalangue: carta à mãe”.

A coreografia, com direção de Morena Nascimento, traz as inquietações femininas sobre as relações e o mundo atual como ponto de partida para a criação dos bailarinos – coautores dessa montagem. As apresentações ocupam o Grande Teatro do Palácio das Artes, entre 22 e 24 de fevereiro, sexta a domingo, às 19 e às 20h30.

O espetáculo propõe um olhar para o feminino como tema central da criação. Por meio de um processo de investigação, a coreografia tem como base os diferentes manifestos artísticos que podem surgir a partir de uma visão universal do feminino.  Os gestos e movimentos foram sendo elaborados, a partir dos primeiros exercícios, de forma individual, até que todo o grupo encontrasse pontos em comum para finalizar a dança.

Conceito e criação

Cada bailarino escreveu uma carta para sua mãe, em um idioma inventado, uma referência ao conceito de lalangue, que serão lidas durante o espetáculo. Haverá também alguns solos em que os bailarinos dançam as palavras que dedicaram às mães.

A expressão “lalangue”, que dá nome à montagem, indica as referências que permeiam esse novo trabalho da Companhia de Dança do Palácio das Artes. Na psicanálise, lalangue é um termo em francês que determina as primeiras tentativas de comunicação não organizada entre um bebê e sua mãe ou, em sentido mais amplo, o saber inconsciente, aquele que, segundo Lacan, escapa do ser falante e, portanto, “sabe-se sem saber”, o que marca o corpo com significantes, sem a mediação da significação.

Os bailarinos iniciaram suas pesquisas, ora desconstruindo conceitos pré-estabelecidos, ora buscando referências afetivas para a composição deste trabalho. Segundo a diretora da montagem, Morena Nascimento, essa criação parte de um desejo de reinventar uma linguagem para o corpo e suas relações com o espaço, com os outros, com a própria mãe, entre outros detalhes.

“Eu propus aos bailarinos que fizessem o exercício de imaginar o mundo regido pelas leis do feminino e que trabalhássemos gestualidades em sintonia com as urgências do corpo e a relação com a mãe, a primeira referência ao feminino”, detalha Morena.

Do rosa ao vermelho

O novo espetáculo tem um certo tom sarcástico direcionado aos modelos pré-estabelecidos e impostos ao universo feminino. O figurino, por exemplo, uma criação do bailarino Pablo Ramon, remete às variações da cor rosa, passando por vários tons até chegar ao vermelho. A iluminação, desenhada por Marina Antuzzi, usa a mesma paleta de cores, criando uma unidade entre as vestimentas, os bailarinos e o palco.

A trilha sonora é uma costura feita pela própria diretora, em que as vozes femininas assumem papel de destaque, tanto em bases eletrônicas quanto em sonoridades poéticas. “Eu também selecionei cantoras trans, pois acho bem interessante entender essa voz feminina em corpos diferentes”, revela Morena Nascimento.

Serviço:

lalangue: carta à mãe – Cia. de Dança Palácio das Artes
Datas/horários:
22/2 (sexta-feira), às 20h30 / 24/2 (domingo), às 19h
Local: Grande Teatro do Palácio das Artes (Endereço: Av. Afonso Pena, 1537, Centro. Belo Horizonte)

Ingressos: 
Nos postos do Sinparc: valor único de R$ 10 
Bilheteria do Palácio das ArtesR$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia-entrada)

Informações ao público: (31) 3236-7400



Últimas