Centro de Arte Popular celebra dez anos com a exposição “Labuta”  

Mostra gratuita reúne obras raras do acervo do museu e aborda os diferentes tipos de trabalho  

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Em 19 de março é comemorado o Dia do Artesão. A data também marca os dez anos de atividade do Centro de Arte Popular, equipamento cultural administrado pela Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais (Secult) e que está localizado no Circuito Liberdade, em Belo Horizonte.  

Centro de Arte Popular / Divulgação

Para celebrar esses dois momentos importantes, o espaço inaugura, no sábado (19/3), a exposição Labuta, que reúne um importante acervo do museu, com algumas obras nunca expostas antes, e que abordam os diferentes fazeres.  

De acordo com o secretário de estado de Cultura e Turismo, Leônidas Oliveira, a celebração dos dez anos do CAP é motivo de orgulho. “Em uma década, o Centro de Arte Popular tem fomentado a cultura e o turismo em Belo Horizonte ao transformar em arte as múltiplas formas de ofício. Seja no artesanato, um de nossos fazeres característicos, ou em outras linguagens, esse espaço é um importante local do saber, da arte e da cultura”, destaca o titular da Secult.   

Percepções sobre a labuta  

Entre as várias temáticas que percorrem o acervo do CAP, é inevitável perceber que o “trabalho” e o “fazer” são assuntos que o perpassam como um todo. Foi a partir dessa constatação que o grupo de educadores definiu o tema desta exposição. “Trabalho” pode ser entendido como uma atividade que requer disposição de tempo, de força e de certa destreza daquele que o desempenha. 

Pensando nisso, é possível dizer que o fazer artístico não se diferencia dos trabalhos “tradicionais” como atividade funcional, mas é o único ofício que pode refletir sobre si mesmo e sobre os demais. A arte, assim, equipara-se a uma lente que redireciona o olhar para a sociedade trazendo à luz novas perspectivas a respeito do trabalho.   

A mostra faz um recorte da lida e dos labores presentes nas obras do acervo da Reserva Técnica do Centro de Arte Popular. É o resultado do processo de pesquisa e das experiências de Clara Assumpção, estudante de Arte Visuais, Mateus Rodrigues, estudante de História e Raphaela Damato, estudante de Museologia. A exposição exibirá ao público 50 peças do acervo do CAP, dentre esculturas e objetos utilitários produzidos por artistas consagrados da arte popular, dentre eles: Noemisa Batista, Margarida Mendes, Alice Ribeiro, José Maria, Alex Batista, Ulisses Mendes e João Alves.  

“Labuta” poderá ser visitada na Sala de Exposições Temporárias da instituição até 1/4.  A exposição é o resultado do contato dos educadores do Centro de Arte Popular com o acervo e o universo em que o museu está inserido. Nesse sentido, a mostra é uma experimentação expográfica a partir do rico acervo do CAP, sendo fruto de uma oportunidade de aprendizado e experiência oferecida aos estudantes que atuaram no museu durante o ano de 2021.  

A exposição “Labuta” marca o início de uma série de atividades previstas para celebrar o aniversário do CAP e reforça o compromisso da instituição com a educação a partir do momento em que se transforma em laboratório, possibilitando a esses futuros profissionais aplicar seus conhecimentos teóricos, através da experimentação e vivência de todas as etapas de um processo expositivo, desde a concepção até sua concretização.  

No ano em que o Centro de Arte Popular completa dez anos, celebra-se também o centenário da Semana de Arte Moderna e o bicentenário da Independência do Brasil, datas que marcaram e mudaram a história do país.  Celebra-se, ainda, o ano da Mineiridade, tão presente na língua, na culinária, na arte popular e nas tradições de cada região do estado de Minas Gerais.  

Angelina Gonçalves, coordenadora do Centro de Arte Popular lembra que, nesses dez anos, a instituição sempre assumiu o papel de centro de irradiação de cultura e manifestações artísticas diversificadas, não somente se concentrando na difusão de suas coleções, mas também disponibilizando ao público visitante uma gama diversificada de atividades culturais, como exposições, oficinas de arte, palestras, apresentações de música, teatro e dança.  

A exposição conta com apoio da Cemig e do Ministério Público do Trabalho.  

Acessibilidade  

Um destaque importante da exposição “Labuta” é a proposta de acessibilidade para o público surdo: todo o conteúdo da mostra terá vídeos explicativos em Libras, a Linguagem Brasileira de Sinais. Os vídeos poderão ser acessados via celular através de QR Codes que estarão espalhados pelo ambiente da exposição. A iniciativa é fruto de uma parceria com da Secult com a SignumWeb, startup responsável pela criação do projeto de acessibilidade em Libras do Centro de Arte Popular.  

Centro de Arte Popular  

Localizado nas adjacências da Praça da Liberdade, em Belo Horizonte, o Centro de Arte Popular foi inaugurado em 19 de março de 2012 e exibe ao público a riqueza da cultura produzida pelos artistas populares de Minas Gerais. A instituição tem por objetivo divulgar a pluralidade e a diversidade cultural mineira, dinamizando a produção, o consumo e a fruição artística, além de atuar como poderoso agente de inclusão social.  

O acervo do CAP é composto por objetos confeccionados em madeira, cerâmica, tecido, fibras naturais, pedras, além de outros suportes e linguagens. A originalidade e a criatividade do artista popular mineiro estão ao alcance dos olhos dos visitantes, assim como o domínio do fazer artístico sobre as matérias-primas proporcionadas pela natureza.  

Serviço 

Exposição Temporária “Labuta” 

 Abertura: 19/3/2022 (sábado) 

Período de Visitação: de 19/3 a 1º/5 

 Local: Sala de Exposições Temporárias do Centro de Arte Popular (Rua Gonçalves Dias, 1608 - Lourdes - BH/MG) 

Horário de Funcionamento: Terça a Sexta-Feira, das 12h às 19h. Sábados, Domingos e Feriados, das 11h às 17h 

 



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