Agropecuária de baixa emissão de carbono é discutida em Dia de Campo na Epamig

Evento organizado pelo Projeto Rural Sustentável – Cerrado focou em sistemas integrados de produção, como Lavoura-Pecuária-Floresta

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O Campo Experimental Getúlio Vargas, da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), em Uberaba, no Triângulo Mineiro, recebeu nessa quarta-feira (11/10) um Dia de Campo sobre práticas agropecuárias de baixa emissão de carbono, organizado pelo Projeto Rural Sustentável – Cerrado (PRS-Cerrado), que tem como meta mitigar as emissões de gases de efeito estufa. A programação contou com palestras, estações de campo, visitas às pastagens e interação com bovinos.

Durante o evento, foram apresentados resultados de experimentos realizados pela Epamig, com apoio do PRS-Cerrado, envolvendo a eficiência produtiva em sistemas integrados de produção, como a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), que promovem uma agropecuária mais sustentável.

A monitora de campo do PRS-Cerrado em Minas Gerais, Jacqueline Jacques, abriu o evento apresentando um balanço do Projeto e detalhando algumas ações recentes, como capacitações, assistências técnicas a pequenos e médios produtores, implantação de Unidades Demonstrativas, apoio financeiro para estruturação e demais Dias de Campo.

“A Epamig tem sido uma grande parceira do projeto na realização de pesquisas e na divulgação de informações para produtores rurais e técnicos agrícolas em Dias de Campo como este”, celebrou Jacqueline, responsável pela organização do evento. “O PRS-Cerrado tem como objetivo implementar e ampliar a difusão de tecnologias de baixa emissão de gases de efeito estufa, e os sistemas de produção integrados e agroflorestais trazem benefícios não apenas para o meio ambiente, mas também para a geração de renda na agricultura familiar”, acrescentou a monitora.

Na sequência, o pesquisador e chefe da Epamig Oeste, Fernando Oliveira Franco, apresentou dados da pesquisa “Eficiência produtiva dos sistemas integrados de produção”, conduzida ao longo de 2022 e 2023 no Campo Experimental Getúlio Vargas. O experimento testou os seguintes sistemas de produção: Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), Integração Lavoura-Pecuária (ILP), Componente Florestal Solteiro, Componente Agrícola Solteiro, Pastagem Não Manejada (ou Não Adubada) e Pastagem Com Recuperação Direta.

“Os resultados estão comprovando a hipótese da pesquisa, de que os sistemas integrados de produção possuem significativo potencial para produzirem mais biomassa vegetal, favorecerem o desempenho animal e promoverem maior eficiência no uso da água e na fixação de carbono no solo”, detalhou o pesquisador.

Em sua palestra, Fernando também abordou fatores como espaçamento entre linhas de plantio, manejo dos sistemas, análise de solo, características de algumas espécies e disponibilização de luz, nutrientes e água para as culturas. “É importante lembrar que este Campo Experimental é um laboratório a céu aberto. Já estamos com novos projetos aprovados para serem executados na mesma área desse experimento e convidamos todos a se tornarem parceiros em futuras pesquisas, que vão beneficiar a atividade agropecuária como um todo”, finalizou.

Estações de campo e interação com o rebanho da Epamig

Em seguida, os participantes foram levados até estações de campo, montadas sobre as áreas do experimento. Em uma delas, receberam informações sobre o desempenho de novilhas da raça Gir Leiteiro em sistemas integrados de produção, apresentadas pelo bolsista de pós-doutorado da Epamig, Ângelo Herbert Arcanjo. Já na estação sobre pastejo diferido, o pesquisador da Epamig Leonardo de Oliveira Fernandes, mostrou sistemas radiculares do Capim-marandu e falou sobre correções de solo e manejo diferido (que consiste em deixar uma pastagem “descansando” para ser utilizada em períodos secos).

Futuro produtor, Mateus Lopes é estudante de agronomia e pretende retomar a produção leiteira do falecido avô, em Uberaba. Ele participou do Dia de Campo a fim de levar novas tecnologias e conhecimentos para a propriedade da família. “Os pastos da fazenda estão degradados, então quero tentar implantar sistemas integrados para recuperá-los. Sou apaixonado por esses modelos, pois auxiliam o meio ambiente, ajudam na ciclagem de nutrientes e promovem uma qualidade de vida melhor para nós, para os animais e para as plantas”, contou Mateus.

Ao final, os visitantes tiveram a oportunidade de interagir com os bovinos do rebanho da Epamig, e viram de perto como funciona um sistema integrado de produção. O evento encerrou com um almoço servido por um coletivo de produtoras rurais vindas de um assentamento em Uberlândia.



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