Ação do Governo de Minas entra na reta final mobilizando 3 mil jovens
Olimpíada do Fica Vivo!, programa de redução de homicídios da Secretaria de Segurança Pública, que oferece oficinas de esporte, termina na próxima sexta-feira
Já são 26 dias de disputa em oito modalidades esportivas que compõem o rol de jogos das Olimpíadas do Fica Vivo!, mais de três mil jovens mobilizados e muitas boas histórias para contar. A olimpíada está em sua 9ª edição e é um dos principais projetos do programa de redução e controle de homicídios Fica Vivo!.
A ação organiza competições esportivas entre todos que participam das oficinas de esporte do programa – uma das formas do Fica Vivo! de mostrar um novo caminho para moradores de comunidades vulneráveis de todo o estado.
Nesta semana, em reta final, acontecem os últimos jogos de futebol de campo masculino, nas categorias sub-24, sub-18 e sub-15. O jogo final será na sexta-feira (8/2), e marcará o encerramento da Olimpíada.
Desde o início da competição, meninos e meninas disputaram taekwondo, skate, basquetebol, voleibol, handebol, futsal e futebol de areia.
O atacante do time que representa o Centro de Prevenção à Criminalidade (CPC) Palmital, sub-24, Weverton Batista, de 21 anos, traz no apelido, Pelé, a marca do futebol. Com dez anos, ele entrou para a sua primeira oficina do Fica Vivo!, de futsal, que trocou pelo futebol de campo em 2011. Ao longo desses anos, também participou de outras atividades e desenvolveu novas habilidades, como o desenho e o grafite.
Hoje, ele se espelha em seu oficineiro, Márcio Santos, que também já foi um jovem atendido, e pretende seguir os passos do mestre, atuando como multiplicador do programa. “Se não tivéssemos esta oportunidade, poderíamos ter nos desviado do caminho certo. O Márcio conversa conosco, dá conselho e está sempre disposto a nos ouvir. Espero ser um oficineiro de futebol do Fica Vivo! um dia.”, diz Weverton.
Atento a cada movimento dos jogadores de sua equipe, Márcio acompanhava atentamente, no treino de segunda-feira (4/2),, o desempenho de todos em quadra, alertando para as possibilidades de melhorias na competição. Oficineiro há oito anos, também é morador do Palmital e conta que estabeleceu uma relação de amizade e confiança com os adolescentes.
“Gosto muito destes jovens e faço o que posso por eles”, diz. Para as disputas da Olimpíada do Fica Vivo!, ele intensificou o treinamento físico e tático da equipe.
Além do campo
Agilidade! Toca a bola! Estes são alguns dos gritos de incentivo do oficineiro Evandro Santos, para o time do CPC Justinópolis. Ele conta que, apesar de ensinar e estimular a parte técnica, não fez a seleção dos jogadores utilizando este critério.
“Procurei incluir todos que desejavam participar, independentemente da qualidade prática. Muitos se preparam para esta Olimpíada o ano todo, o que faz até com que eles tirem a primeira ou a segunda via de documentos importantes, como a identidade, já que precisam deles para participar dos torneios”, observa o treinador. “Eu me sinto, antes de tudo, realizado com este trabalho que vai muito além do esporte”.
Fica Vivo e Olimpíadas
Para além das competições, a Olimpíada do Fica Vivo! promove o diálogo entre os adolescentes das comunidades, em espaços diferentes dos que eles habitualmente frequentam.
“Este é um dos projetos mais importantes que o Fica Vivo! realiza. A atividade envolve a circulação deles nos territórios e diversos outros elementos fundamentais para a política de prevenção à criminalidade”, ressalta a subsecretária de Políticas de Prevenção à Criminalidade da Sesp, Andreza Gomes.
O programa Fica Vivo!, desenvolvido pela Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), possui foco na prevenção e na redução de homicídios de jovens e adolescentes. Ele atua em áreas com registros de índices elevados de criminalidade violenta.
Ao todo, são mais de 10 mil jovens assistidos em todo o estado e cerca de 4 mil atividades realizadas por mês, dentre elas oficinas de esporte, capacitação profissional, debates e atividades que permitem debater e desenvolver ações para um futuro melhor e promissor dos jovens.
Em áreas que atua, o Fica Vivo! alcança uma média de 30% de redução de mortes entre jovens da faixa etária de 12 a 24 anos.